Começa hoje o casamento político de Regina Duarte e Jair Bolsonaro, depois de um período de noivado político.
Ontem à noite a atriz aceitou ser secretária especial da Cultura, que, para quem não sabe, é o que restou do que antes era o Ministério da Cultura.
Com isso, a Rede Globo prepara encerrar o contrato da atriz, porque ela estará em um cargo de governo, o que não autoriza ela a permanecer como contratada.
A atuação dela será conservadora, e a diferença que tem em relação ao antecessor Roberto Alvim é que Regina tem um carisma forte na sociedade, sobretudo entre os mais conservadores.
Ações corretas? Talvez aquelas que não afetam os interesses do governo Jair Bolsonaro.
Pelo que observo, o IPHAN, descontados alguns erros preocupantes - como o caso do edifício La Vue Salvador (não digo o Museu Nacional, porque não é culpa da instituição) - se esforça para manter uma competência técnica da melhor maneira possível.
Mas ninguém espere propostas progressistas e avançadas, porque a gestão Regina Duarte estará de acordo com o projeto bolsonarista. Na "melhor" das hipóteses (não seria na pior delas?), Regina será uma espécie de Paulo Guedes da Cultura.
A entrada de Regina Duarte na equipe do governo Bolsonaro ocorre no contexto de que o governo parece manter seu fôlego, sob a impotência das forças progressistas.
Pesquisas indicam que Jair Bolsonaro tende a ser reeleito com 29% de votos.
Claro que é aquela coisa: as pesquisas de intenção de votos não podem ser superestimadas. As esquerdas superestimaram esse reality show estatístico e deixaram o "mito" vencer.
As esquerdas não se mobilizaram até agora para derrubar o governo. E, com isso, Paulo Guedes está conseguindo realizar sua agenda ultraliberal.
A BR Distribuidora está privatizada, com acionistas estrangeiros e a Petrobras sendo "expulsa", aos poucos, do quadro acionário.
A empresa já demitiu mais de 1780 pessoas, incluindo servidores concursados. Essa demissão tem um nome cinicamente simpático, PDO, Programa de Demissões Optativas.
Bem que eu desconfiei. Postos de gasolina da Shell mudando sua identidade visual para a Petrobras.
Era bom demais para ser verdade. E os lucros que a Petrobras usava para fundos para a Educação e Saúde públicas vão embora, para os cofres dos acionistas estrangeiros em paraísos fiscais.
Seria preciso uma campanha de Assistencialismo, aquela caridade fajuta que só serve para promover o suposto benfeitor, ajudando pouco e de maneira relativa, e, ainda assim, feita mais para fortalecer o marketing da empresa.
Não é a mesma coisa. Mas as esquerdas caíram no conto daquela "caridade espírita", com aqueles "pobres de cativeiro" tomando sopinhas e o pessoal acreditando que "vidas foram transformadas".
E aí abriram caminho para o golpe político de 2016, depois de acolher paradigmas culturais de centro-direita, como os "médiuns", os funqueiros, os craques-garanhões e as mulheres-objetos que viram na Rede Globo, no SBT e até na revista Caras.
As esquerdas tentaram guevarizar os "sertanejos", mas isso foi em vão.
Os esquerdistas tentaram curar a dor-de-cotovelo de ver Zezé di Camargo & Luciano apoiando os tucanejos Chitãozinho & Xororó, mas não deu certo.
Estas duas duplas não estiveram com Jair Bolsonaro, mas muitos "sertanejos" que a "galera irada", desde o tempo do Orkut, adora, como César Menotti & Fabiano e Bruno & Marrone, além do meio arrocheiro Israel Novaes, estavam prestigiando o "mito".
Veteranos como Duduca & Dalvan e Gian & Giovani também estavam presentes. Fora do âmbito musical, o trapalhão Dedé Santana foi prestigiar o "Bozo". Uma baita trapalhada, ô da poltrona.
Todos eles estavam em Brasília para pedir ao presidente o fim da concessão de meia-entrada para eventos de Cultura e Entretenimento, que incluem apresentações musicais em geral.
Eles alegam que a medida não oferece compensações financeiras para os organizadores de eventos.
Os "sertanejos" e outras personalidades também foram prestigiar Jair Bolsonaro e agradecer às realizações que eles veem em um ano de governo.
Bom, resta agora ver se o "esquerdista que elogia Emílio Garrastazu Médici", Gustavo Alonso Ferreira (um dos que integram a intelectualidade "bacana"), vai rir mais uma vez quando se fala que os "caubóis do asfalto" (não seriam "caubóis de carrossel"?) são conservadores.
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