Enquanto trabalho meu livro questionando a intelectualidade "mais legal do país", verdadeiras "divindades pensantes" que apostam no mito da "pobreza linda", ocorreram chuvas no Sudeste brasileiro, causando mais de 50 mortos, com mais de 40 só em Minas Gerais.
Deslizamentos de terra, enchentes, gente soterrada ou afogada, tantas vidas perdidas.
Um terrível fim de semana que causou dores, prantos e traumas bastante profundos. Um sofrimento sem fim.
A favela só é "linda" para os olhos do festivo intelectual que vira "unanimidade" em quase todas as páginas na busca do Google. Só os meus blogues, praticamente, quebram essa "canonização".
Para que discutir com intelectual "bacana"? Para ele, a favela é "uma coisa linda". Não é ele que perde os bens, os documentos, a vida dele e/ou dos entes queridos, num breve dia de temporal.
Em muitos casos, vidas e bens materiais se perdem em pouquíssimos minutos.
Meu xará e prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), estava de férias, no exterior, quando teve que retornar.
Mesmo assim, não se responsabilizou pela falta de políticas preventivas.
Preferiu dizer que a chuva "veio do céu" e não de sua incompetência administrativa.
"Peço desculpa, sou um cara indignado, trabalho feito cavalo e trabalho para a gente (...) Não sou herói de assumir o que não é (culpa minha). Em desastres, não há responsabilidades. Uma área de 50 anos estabilizada (sic) e agora acontece uma coisa dessa...", acrescentou ele.
Nada muito diferente do intelectual festivo que, vendo a periferia de longe, acha a favela "maravilhosa".
Vendo de longe, tudo é lindo: morar em favela, trabalhar na prostituição, no comércio clandestino da pirataria e dos produtos contrabandeados.
É bom, para o intelectual festivo, exaltar tudo isso sem saber o drama do povo pobre diante dessas ações meramente paliativas que expressam a precarização social.
É bom para este intelectual, no conforto de sua casa, reagir às críticas a essa "periferia legal" xingando os contestadores de "patrulha estética elitista".
É bom para este intelectual, que não dá a mínima para o verdadeiro povo pobre, ficar puxando o saco de Lula e de qualquer outro progressista nas redes sociais.
Esse intelectual festivo é mais elitista do que as "elites tradicionalistas" que ataca em palestras onde é aplaudido até quando tosse ou em artigos que são "santificados" pelos amigos espalhados na blogosfera e nas revistas acadêmicas.
E ainda se sente ofendido quando é associado ao PSDB, ao Michel Temer, a Fernando Henrique Cardoso ou Jair Bolsonaro.
Ah, intelectualidade "bacana". Estou organizando um livro que expõe sua hipocrisia, de uma elite que se acha "mais povo que o povo" e que, tida como "sem preconceitos", é criminosamente preconceituosa.
Esses intelectuais vão chorar lágrimas de crocodilo pelas vítimas intermináveis das tragédias rurais e suburbanas. Até depois surgir um modismo popularesco e eles retomam os textos alegres de sempre, indiferentes à real realidade do povo pobre.
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