Foi só o jornal The Intercept, na sua edição brasileira, publicar diálogos confirmando o envolvimento de Diogo Mainardi com a corrupção da Operação Lava Jato para a tendenciosa Justiça brasileira reagir contra seu editor, Glenn Greenwald.
O procurador do Ministério Público, Wellington Divino de Oliveira, entrou com uma denúncia contra sete pessoas, entre elas o próprio Glenn, acusadas de terem cometido "crime cibernético" por terem supostamente invadido celulares de autoridades brasileiras.
Juntamente com Glenn, os chamados "hackers de Araraquara" foram denunciados.
Eles são o ex-DJ Gustavo Henrique Elias Santos, sua mulher Suelen Priscila de Oliveira, Walter Delgatti Neto, conhecido como "Vermelho" e Danilo Cristiano Marques.
Outros dois denunciados são Thiago Eliezer Martins Santos e Luiz Henrique Molição.
Quase todos são acusados de lavagem de dinheiro, crime do qual não mencionou Glenn.
A denúncia acusa, no entanto, Glenn de ter facilitado o trabalho dos hackers, auxiliando, incentivando e orientando o grupo.
A acusação é infundada e trata-se de um grande lawfare contra o verdadeiro jornalismo investigativo.
A denúncia veio no calor de dois episódios.
Um é a referida matéria do Intercept, que irritou o próprio Diogo Mainardi, um dos responsáveis pelo sítio O Antagonista juntamente com Mário Sabino, ex-editor de Veja, e Cláudio Dantas. Diogo e Mário investem em O Antagonista juntamente com a empresa Empiricus.
"Só agora a bandidagem descobriu que eu apoio a Lava Jato?", perguntou Mainardi, furioso, em seu perfil no Twitter.
Aqui vale uma correção, trazida pelos jornalistas progressistas: Mainardi atuou não como simples apoiador, mas como um serviçal da Operação Lava Jato.
Os procuradores da Lava Jato, sobretudo Deltan Dallagnol, determinavam o que O Antagonista devia ou não publicar e em que tom as matérias deveriam ser feitas.
Um dos casos é a campanha contra a indicação do ex-presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, para chefiar o Banco do Brasil.
Outro episódio é o programa Roda Viva com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, outro ex-líder da Operação Lava Jato.
Foi um programa de compadrio, não tão escancarado quanto o de Michel Temer, em 2016. Mesmo assim, teve entrevistadores escolhidos a dedo pelo próprio Moro.
Numa época em que Jair Bolsonaro trará visibilidade a seu favor tendo em sua equipe a famosa atriz Regina Duarte, a situação está frágil para o Brasil.
Temos sorte de que o verniz de democracia e legalidade faz o nosso país ser, aparentemente, menos cruel, mas a situação anda imprevisível. O clima continua sendo de apreensão.
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