Uma matéria do portal G1 publicada há poucos dias denuncia que os livros de um suposto médium que atuou em Minas Gerais estariam sendo adulterados para atender a interesses comerciais da tal editora "espírita" relacionada. O Diário do Centro do Mundo também falou do assunto.
O "médium" é expressão, de caráter ultraconservador, da elite do bom atraso e um dos ídolos religiosos da ditadura militar, apesar de muitos pensarem ser ele, falecido em 2002, um ídolo ecumênico, adorado por todas as classes e todos os credos.
Conversa fiada. Quem gosta mesmo dele é uma elite egoísta metida a generosa, que, megalomaníaca, acha que o "médium" é prestigiado em todo o mundo, o que é uma mentira sem tamanho, tipo aquela do "Dia Mundial do Rock". O mundo despreza um religioso retrógrado e cafona como tal "médium" e o povo pobre nunca se identificou com ele em momento algum.
Quanta ingenuidade daqueles que acham que o "médium" é tudo de bom, a ponto de haver a "síndrome de Estocolmo" de LGBTQIA+, roqueiros, atrizes sensuais e esquerdistas adorarem um religioso que sentia horror a tudo isso. E esses ingênuos, como a maioria dos brasileiros, acreditam no "médium" como se os tais livros "psicográficos" fossem o suprassumo da honestidade e da verdade na nossa literatura.
Nem precisamos mencionar os trechos adulterados. Fossem eles que fossem, elas revelam a licenciosidade que já vem do próprio "médium" que, manipulando as conveniências e as circunstâncias, passou a ter uma reputação de respeitabilidade que nunca mereceria ter, se o Brasil fosse um país menos ingênuo. E vamos combinar que as chamadas "psicografias" são um meio burro das pessoas se passarem por inteligentes através da leitura.
Sim, o "médium" não foi vítima. Ele mesmo era um fraudador, sua obra está sofrendo as consequências dos próprios abusos do religioso, pioneiro da literatura fake e espécie de "padroeiro das fake news". Denunciar que o "médium" tem sua obra adulterada é algo similar a uma hipotética denúncia de que a casa do Marcola, um dos chefes do PCC, tivesse sido assaltada.
A professora Ana Lorym Soares perdeu uma grande, valiosa e urgentemente necessária oportunidade de desmascarar o "médium" charlatão, um vigarista que apoiou tanto o regime militar que, por associação, incluiu o coronel Brilhante Ustra entre aqueles que estavam fazendo do Brasil um "reino de amor", por pedir, num programa de TV de grande audiência em 1971, para "orarmos em favor dos militares".
Devemos nos lembrar que, perto do que era o "médium ", erroneamente tido como "símbolo de caridade e amor ao próximo ", Silas Malafaia parece um bicho-grilo zen apaixonado pela trajetória de Ernesto Che Guevara.
Mas as narrativas que blindam o charlatão religioso que tem até uma morte suspeita de um sobrinho por suspeitas de queima de arquivo (ver revista Manchete, de 09 de agosto de 1958, que falava nas ameaças de morte do jovem que denunciou as fraudes do tio), fizeram Ana Lorym passar pano nas fraudes que o próprio "médium", hoje suposta vítima de adulteração póstuma de seus principais livros, pois ela tinha em mãos todo o processo do vigarista (cujas iniciais são as consoantes da palavra "caixa') que, de maneira totalmente inescrupulosa, adulterava livros já publicados, mostrando que a atribuição deste livros como de "autoria espiritual" é vergonhosamente uma farsa.
Mas para falar do "lápis de Deus" não se usa lápis, nem caneta, nem máquina de escrever nem teclado de computador. Usa-se flanela, lenço, toalha e o que houver para passar pano no obscurantista religioso cujas frases muita gente publica nas redes sociais para "alegrar o dia". O "médium" teve a triste proeza de enterrar a profissão de jornalista investigativo, principalmente em relação ao próprio "médium", para o qual se passa pano até nos erros cometidos pelo religioso.
Em seu tempo, esse infeliz de Uberaba cometeu fraudes vergonhosas. Como lançar, em 1932, um tenebroso livro de poesia fake que sofreu estranhas alterações editoriais e ninguém manifestou a menor desconfiança, mesmo quando nomes como Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e até Auta de Souza estão associados a obras que nem de longe lembram s estilos originais desses autores. O livro foi uma obra do mais cafajeste sensacionalismo, que só um país como o Brasil deixou passar.
Ele teria também usurpado o nome de Humberto de Campos para se vingar de uma resenha que o escritor maranhense, em vida, fez e que não agradou o "médium". Saiu impune em 1944 por decisão de um juiz medíocre e suplente, cuja atuação lembrou muito a de Sérgio Moro em relação a Aécio Neves (político que, por sinal, sentiu amor intenso pelo "médium" e, pasmem, essa paixão era correspondida e recíproca!).
O "médium" teria promovido sessões de fraudes de materialização e chegou a montar um espetáculo de farsa da "irmã Josefa" do qual só a assistente, Otília Diogo, foi denunciada e punida. O "médium" defendeu a ditadura com radicalismo total que recebeu homenagem da Escola Superior de Guerra. Caluniou amigos de Jair Presente desconfiados de supostas psicografias.
E para quem acha que "pelo menos ele fez caridade", revelamos o que é essa "maravilhosa solidariedade" que faz pessoas desperdiçarem lágrimas à toa, como numa masturbação pelos olhos: mensagens fake atribuídas a familiares mortos e montadas com fontes bibliográficas e "leitura fria" (analise minuciosa das sutilezas da linguagem), e distribuição de poucos donativos para pobres que se humilhavam em longas filas.
Devemos denunciar, com coragem, energia e sem paixões religiosas (mesmo aquelas "sem vínculos institucionais), esse farsante religioso, cuja ação mais recente foi acobertar os crimes do charlatão curandeiro e latifundiário João Teixeira de Faria, o João de Deus, que, já denunciado por exercício ilegal de medicina, homicídio culposo por sessões de falsas curas, assédio sexual e enriquecimento ilícito, foi presenteado por um "centro espírita" em Abadiânia, impulsionando uma farsa que chegou a enganar até a Oprah Winfrey!
Portanto, que ninguém venha dizer que o tal "médium" de Minas Gerais é vítima de adulteração de seus livros (boa parte de uma obra de 400 livros de mentiras e ideias medievais calcadas na trevosa Teologia do Sofrimento).
A árvore já é podre desde a semente e não se espera que frutos podres sejam a parte acidental de uma "árvore boa".O próprio "médium" foi um adulterador sem escrúpulos em seu tempo, plagiando de forma irresponsável e abusiva e usando nomes famosos para promover sensacionalismo barato. E se o crime não compensa, também não é a solidariedade que servirá de compensação, não é mesmo?
Comentários
Postar um comentário