ÍCONE DO TRAP, O RAPPER OROCHI APARECE COM SEU CARRO DE LUXO.
O Brasil não rompeu com o bolsonarismo para manter o sistema de valores como está, apenas tirando o que estiver associado a Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, Silas Malafaia e derivados. Mas até o que for reacionário mas estiver dissociado do imaginário bolsolavajatista é aceito como se fosse o suprassumo do progressismo democrático.
Os "brinquedos culturais" que a direita deu de presente para as esquerdas não são tão expostos como antes, mas eles ainda continuam guardadinhos nos armários dos esquerdistas que sonham com o mundo civilizado de direita ressignificado para o imaginário das esquerdas médias, as esquerdas mainstream. "Médiuns", funqueiros, mulheres-objetos, craques de futebol (com Vini Jr. substituindo Neymar este corrompido pelo bolsonarismo), todos guardados nos caixotes esperando a hora dos lulistas voltarem a brincar com eles.
Por enquanto, a nova novela das 21 horas que possa reexibir novamente os "brinquedos" ainda não entrou no ar, porque a televisão do Brasil-Instagram está alternando entre a Sessão da Tarde, com Lula bonachão prometendo presentinhos para a garotada, e o Domingo Maior, com o Bozo-Braddock a que se reduziu Bolsonaro virando vidraça.
Mas a "sociedade do amor", sem medo e sem amor (o tal "amor" é uma formalidade, uma maneira de dizer para se opor ao ódio bolsonarista), não esconde seu apego ao "estabelecido". Sobretudo no seu nunca assumido, porém mal disfarçado desejo de apenas mudar a dinastia dos super-ricos, trocando as elites ortodoxas por classes mais próximas do hedonismo lúdico e identitário.
Já temos os dirigentes esportivos, com suas fortunas estratosféricas formadas pelo apetite fanático dos torcedores em geral. E Lula não vai taxar os magnatas árabes por conta de fortunas estrangeiras, até porque eles são de outros países e potenciais parceiros na formação do tal "sul global" sonhado pelo presidente do Brasil.
Temos também os empresários das bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja, que se enriquecem às custas da gula etílica dos brasileiros que tomam a "loura gelada" em quantidades diluvianas. E os empresários das indústrias de cigarros, enriquecidos pela grana volumosa dos que não tem dinheiro para ajudar o próximo, mas têm dinheiro à vontade para estocar cigarros em grande quantidade.
Há também os "médiuns espíritas", que juram doar todo o faturamento de livros, quadros, esculturas etc para a "caridade", enquanto levam vida nababesca disfarçada de humilde, aproveitando o máximo dos gozos materiais mais supérfluos. Muitos usam o "dinheiro da caridade" para calar, através de suborno, jornalistas, juristas e acadêmicos que tentarem lançar uma vírgula que incriminasse os exploradores da fé dos oprimidos.
Mas temos também o "funk" em geral e o derivado paulista, o "funk ostentação" que agora abrou uma franquia com o nome de "trap", junto a uma ala bem comercial do hip hop de Sampa. São gente que força a barra usando a origem pobre como carteirada, mas se enriquecem sob o mesmo apetite abusivente descontrolado dos craques de futebol.
Não bastassem Mc Ruan e MC Daniel mostrarem suas fortunas, agora é a vez de Orochi ostentar um carro avaliado em mais de quatro milhões de reais. Ou seja, algo em torno de três mil salários mínimos! Uma fortuna. E só falamos do carrão do Orochi, um dos "porta-vozes da periferia", imagine então o restante do patrimônio do rapaz!
Se o "médium da peruca", com todo aquele papo de "doar o lucro de seus 400 livros para a caridade", acumulou propriedades como aliado dos latifundiários do Triângulo Mineiro, os funqueiros acumulam bens às custas do papo da "favela linda", da "luta da pobreza não para ser extinta, mas para ter seu espaço simbólico na sociedade burguesa", enganando a juventude que toca suas músicas e faz monetizar os canais de "funk" e trap atuantes nas redes sociais.
Isso comprova o quanto a concentração de renda está apenas mudando de mãos, fazendo com que certos defensores da justiça social fossem desmascarados como grandes mentirosos e vergonhosos oportunistas, a fazer do povo uma multidão de otários.
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