CENA CONSTRANGEDORA DO "CASAMENTO POLÍTICO" DE LULA E MACRON.
Com toda a certeza, Lula está prestes a se tornar um anão político apenas um pouquinho maior que Jair Bolsonaro. Perseguindo uma grandeza pessoal de maneira frenética, como quem realiza uma gincana escolar, Lula só encolhe e diminui seu prestígio, na proporção inversa à sua impressão pessoal de estar crescendo.
Em entrevista a Esmael Morais, do Blog do Esmael, o ex-governador paranaense Roberto Requião falou de sua decepção com o PT ecom o governo Lula, que foi conivente com a privatização de rodovias do Paraná. Disse Requião:
Eu entrei no PT para ajudar a liquidar o liberalismo, do Guedes e do Bolsonaro, que era uma coisa estúpida. E para eleger o Lula. Eu tenho uma admiração pessoal pelo Lula, com a trajetória, o seu crescimento cultural e político. E era continuado. Mas de repente, o que eu vejo é que o PT perde a sua função transformadora no Brasil. Ele aderiu à direita. Tal Aliança da Esperança se transformou numa política claramente de centro-direita. Não digo a você que essa etapa do petismo não foi interessante e positiva para o Brasil, mas eu quero mais, por exemplo, aqui no Paraná. O PT fez o pedágio do Lula e do Bolsonaro. Um pedágio que o Ratinho e o Bolsonaro não tinham feito porque iam perder a eleição. Era uma coisa criminosa, reconhecida como um absurdo, como crime pelo tribunal de contas da união, do estado, do Ministério público estadual, federal, pelas oposições. E de repente, o Lula assume faz e o ministro do Lula, da área [do Transporte] filho do Renan Calheiros [Renan Filho] disse que é um exemplo para o Brasil, ora, estamos vendo que exemplo é. Tarifas absurdas, mais 15 praças. É uma roubalheira monumental.
Requião deveria ser ouvido. Durante o governo Michel Temer, Requião era colega de partido do então presidente da República evotou contra os retrocessos do governo com os petistas, no Congresso Nacional. Entrou no PT acreditando na antiga missão histórica de Lula, que o atual presidente brasileiro renega mas finge manter profunda fidelidade.
E aí Lula se repete para recuperar a popularidade declinante, que faz com que as classes trabalhadoras vejam no petista um pelego traidor, significado real das iniciais PT. O antipetismo cresce e ultrapassa os limites do bolsolavajatismo, de um lado, e do esquerdismo ortodoxo, de outro. E Lula repetindo ao fazer as mesmas campanhas.
Anúncio de medidas sob uma parede de fundo com plotagens gigantes com pobres sorridentes. Medidas com nomes bobos: tipo o recente Pé-de-Meia. Opiniões e comentários longos de Lula. A ajudinha publicitária de Janja, o que faz a nossa saudade da elegância sóbria de Dona Marisa Letícia ser insuperável.
Lula também se repete com canetadas, relatórios, estatísticas e rituais. Tudo para obter prestígio e razer crer que seu governo medíocre está fazendo grande coisa. Anteontem foi divulgado pelo Ministério do Trabalho e do Emprego que houve abertura de 306.111 empregos formais, aparentemente superando expectativas.
Mas por baixo de panos, o que temos? Um sistema de valores caquéticos que não dá oportunidade de trabalho para quem é realmente capaz. Temos preconceitos como o etarismo, de um lado, e o "excesso de competência", no outro, o que faz com que patrões medíocres evitem contratar empregados melhores do que eles.
Vamos combinar que também há muita corrupção nas empresas e um empregado sério seria um empecilho para as práticas espúrias desses estabelecimentos. Daí também que essas empresas também estão contratando pessoas "divertidas", que contem piadas einterajam com os colegas, parecendo mais "confiáveis", embora façam um trabalho qualquer nota, sem muita criatividade.
Portanto, a "ótima notícia" do emprego entra num ouvido e sai em outro, num cenário em que quem ganha emprego é quem consegue se encaixar na equação maluca da pouca idade e da longa experiência. Daí que comediantes fingindo serem jornalistas pintam e bordam. Vide o humorista com 45 anos de vida e 50, 60 de jornalismo, pouco importando como ele pôde conciliar as duas carreiras, passamdo por "tudo que é editoria" de jornal.
Mas Lula se repete também na política externa. Se encontrou com o presidente francês Emmanuel Macron no Brasil e, pateticamente, trocaram afagos e até passearam por uma floresta de mãos dadas, significando uma aliança política coroada pelo lançamento do submarino Tonelero e pelas articulações em torno do tal "Sul Global".
Completando o patético encontro, Lula ainda investiu em preciosismo falso, querendo bancar o filósofo com frases óbvias. Desta vez, Lula quis parecer poético: "A guerra não constrói, só destrói". Qual autoridade ou tirano está pensando em construir alguma coisa com a guerra? Na História da humanidade, quem faz guerra é para destruír, mesmo.
Outra coisa que devemos lembrar é que Macron é um dos "filhos de 2016", a fase de retomada conservadora, sendo o presidente francês um neoliberal explícito. Mas Lula, ao fazer concessões à direita a ponto de se silenciar com a lembrança do golpe de 1964, criou um eufemismo para essas lamentáveis guinadas do presidente pelego: "democracia". Ainda que seja a "democracia do eu sozinho" do presidente que renegou compromissos democráticos de enfrentar a pluralidade de candidatos na campanha presidencial.
Querendo ser grande e brilhante, Lula só encolhe e, na medida em que tenta reverter a queda de popularidade, sempre apela para as mesmas atitudes que provocam seu desgaste, que só tende a se agravar.
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