Segundo informação do jornal Estado de São Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, também relator da Operação Lava Jato, autorizou a abertura de inquérito para investigar o possível envolvimento de 80 políticos em escândalos de corrupção.
São 9 ministros, 29 senadores e 42 deputados federais citados na lista elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os suspeitos fazem parte da lista de 108 alvos de 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República enviou ao STF com base nas delações de 40 dos 78 executivos da empreiteira baiana Odebrecht.
Os políticos, em boa parte aliados do governo Michel Temer, possuem foro privilegiado.
Na oposição de Temer e citados na "lista do Janot", os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff não foram incluídos na decisão de Fachin por não terem mais foro especial.
Vários membros do PT, PC do B e outros aliados de Dilma também estão na "lista do Fachin", como os senadores Lindbergh Farias, Kátia Abreu, Lídice da Mata e Humberto Costa.
Mas o maior destaque está mesmo nos aliados de Michel Temer.
Entre os nove ministros, destacam-se "pesos pesados" como Wellington Moreira Franco, Roberto Freire, Eliseu Padilha, Gilberto Kassab e Aloysio Nunes Ferreira.
Dos senadores, destacam-se neste caso Aécio Neves, José Serra, Romero Jucá, Marta Suplicy, Fernando Collor, Antônio Anastasia e o atual presidente da casa, Eunício Oliveira.
O ex-aliado de Temer e ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, também está incluído.
Dos deputados federais, destacam-se Paulinho da Força, sindicalista da Força Sindical, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
O noivo de Patrícia Abravanel, filha de Sílvio Santos, Fábio Faria, que também namorou várias famosas, também está na lista.
Entre os crimes descritos pelos delatores da Odebrecht estão os de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de cartel.
O fato da lista envolver membros da equipe de Michel Temer já causa preocupação nos bastidores.
Poucos dias atrás, Temer, em entrevista à Folha de São Paulo, fez boa parte do Brasil cair na gargalhada quando disse que nunca cometeu um erro, mas só fez "acertos com coragem".
O "destemido" Temer ultimamente anda agindo com muita arrogância, para tentar salvar seu mandato.
Por sorte, conseguiu colocar um serviçal seu no STF (Alexandre de Moraes) e adiar o próprio processo de julgamento da chapa Dilma-Temer na campanha eleitoral de 2014.
Temer, assim, ganhou tempo para garantir a posse de dois de seus indicados para o TSE, garantindo as votações a favor do temeroso presidente.
Mas a lista de Fachin, ao citar boa parte de seus homens de confiança, já abala o presidente.
O próprio Temer é citado pelos delatores, mas possui "imunidade temporária" como presidente da República e, por isso, não será investigado.
Não há como prever os efeitos que as investigações causarão.
O que se sabe é que são escândalos e mais escândalos.
E isso não é motivo de risadas nem de indiferença para os brasileiros médios.
Isso é coisa séria e grave, e o Brasil continua desgovernado. A "felicidade" de maio de 2016 para cá não é uma realidade, é uma ilusão.
Os brasileiros médios ainda vão cair da cama.
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