Depois que pesquisas de intenção de voto reafirmaram o favoritismo da volta ao Planalto do ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a grande mídia resolveu partir para cima.
Globo, Isto É e Veja já falam em "fim do Lula", depois que a delação do ex-sócio da OAS, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, despejou um rumor de grave repercussão.
Ele teria dito que Lula era "dono" do triplex de Guarujá, e que outrora ele e sua esposa, Marisa Letícia, já falecida, queriam "passar o fim de ano" no referido apartamento.
Mas o mais grave é o rumor de uma suposta conversa que o empreiteiro alega ter tido com o ex-presidente.
Segundo Léo Pinheiro, no caso de haver um "encontro de contas" entre Lula e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ou seja, referentes a depósitos financeiros nas contas dos três no exterior, o ex-presidente supostamente teria aconselhado o empreiteiro a "destruir as provas".
Há muito o que se refletir sobre essa delação.
Léo Pinheiro, em primeiro momento, se recusou a incriminar o ex-presidente da República pelas acusações de corrupção e outras bem conhecidas.
Sob ameaça, teve, neste caso, seu pedido de delação premiada recusado pela "República de Curitiba".
Mas, como o empreiteiro quer aliviar sua pena, hoje sentenciada a vinte anos de prisão, ele resolveu "denunciar".
Muitos comparam a situação de Lula como a de Josef K no livro O Processo, de Franz Kafka, sobre um processo jurídico sem motivação criminal.
Já tivemos outro episódio kafkiano, há um ano, com Dilma R no lugar de Josef K.
Lula está a pouco mais de dez dias do famoso "julgamento", cara a cara, com o juiz Sérgio Moro.
O ex-presidente até foi educado, "elogiando" o trabalho do juiz paranaense.
Uma forma de diplomacia, pois se sabe que Moro virá com apetite de tigre e frieza de chumbo.
Enquanto as pesquisas apontam vitória de Lula em todas as hipóteses, a realidade mostra uma plutocracia pressionando para tirar o ex-presidente da corrida de 2018.
E a delação de Léo Pinheiro abafou as demais delações envolvendo políticos do PSDB, PMDB e afins.
E cada vez mais se fala na prisão de Lula.
Algo que não se pode ser subestimado, pois a grande mídia é aliada de um empresariado dotado de muito dinheiro e influência.
E Lula, para concorrer em 2018, ainda tem um sério problema.
Ele não pode mais repetir o sistema eclético e amplo de alianças das campanhas de 2002 e 2006, que causaram vários transtornos e prejuízos.
Seu bloco de alianças pode ser menor, para o bem e para o mal. Alianças mais "limpas", porém menores e menos influentes para a vitória eleitoral.
Mas, se depender da mídia gananciosa, Lula não precisará desse esforço.
A pressão midiática, que conta com generosas verbas do capital estrangeiro e de especuladores mundiais, quer porque quer ver Lula fora da corrida eleitoral.
E fazem isso para reduzir o Brasil a um mero quintal de Tio Sam.
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