MÁRIO KERTÈSZ, DA RÁDIO METRÓPOLE, DE SALVADOR - O "filhote da ditadura" que queria ser "dono" das esquerdas baianas.
É verdade que se fala dos problemas da polarização entre esquerda e direita, que chega a níveis simplórios.
Muitos falam que essa polarização prejudica muitos debates sobre os problemas brasileiros.
Em muitos casos, por parecer radicalismo. Em outros, por puro maniqueísmo. Em outros ainda, por pura intolerância.
Mas superar a polarização, embora recomendável, requer também cautela.
Trata-se de pura observação de bom senso.
Afinal, também há oportunistas que "não são de esquerda nem de direita".
Esse negócio de "não ser de esquerda nem de direita" é geralmente um não-posicionamento.
Mas também é um posicionamento. Que, independendo de contextos, pode unir pretensos esquerdistas e direitistas radicais, por causa de um enunciado comum.
Em alguns casos, soa como uma desculpa para direitistas dissidentes surfarem em causas esquerdistas visando vantagens pessoais.
Em outros casos, para centro-direitistas esculhambarem o radicalismo dos fascistas, isto é, dos extremo-direitistas.
Em outros ainda, para extremo-direitistas esculhambarem aquilo que entendem como o "esquerdismo envergonhado" dos centro-direitistas.
Há muito arrivismo no Brasil, de gente querendo cair de pára-quedas numa causa avançada que só tardiamente começaram a despertar um tendencioso interesse.
Cantores de "pagode romântico" e "sertanejo" da geração 80-90 levaram muito tempo para pegar carona na MPB que tentaram destruir e da qual se julgam ser os "herdeiros legítimos".
Tivemos o exemplo da carioca Rádio Cidade querendo embarcar no legado da antiga Fluminense FM através de sua canastrice.
Há jornalistas vindos da Folha de São Paulo, que defendem a "cultura" brega-popularesca, pegando carona no esquerdismo midiático.
Nunca se caiu de pára-quedas depois que Luís Inácio Lula da Silva assumiu o poder, em 2003.
Gente que, em 1964, estaria bradando "Fora Jango!" nas marchas da família, passou a encenar o papel do "bom esquerdista".
Por ironia, Lula venceu o tucano (centro-direita) José Serra, que quatro décadas antes estava no plano ideológico oposto e participou do comício de João Goulart na Central do Brasil, naquele meia-quatro.
Recentemente, Lula deu uma entrevista à Rádio Metrópole FM, em Salvador.
Evidentemente, a entrevista foi dada ao astro-rei da emissora, seu proprietário Mário Kertèsz, dublê de radiojornalista e pseudointelectual.
Como pretenso intelectual, Kertèsz apenas teve sorte de ter sido um sósia tosco do poeta beat Allen Ginsberg.
Teve, porque, pelo jeito, o astro-rei da Rádio Metrópole engordou e tirou a barba.
A entrevista de Lula, citado em delações da Operação Lava Jato, incluído na lista do procurador Rodrigo Janot mas fora da lista do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, tem um certo caráter de oportunismo da parte de Kertèsz.
Originalmente um político filiado à ARENA, Kertèsz nos últimos 30 anos tentava pegar carona nos movimentos sociais e no esquerdismo político.
Fez de sua Rádio Metrópole - cuja origem remete a um esquema de corrupção política, quando ele era prefeito da capital baiana - um suposto espaço para "os mais diversos tipos de visões e ideologias".
A ideia é fazer um contraponto à Rede Bahia, dos herdeiros do político Antônio Carlos Magalhães.
Sabe-se que ACM foi padrinho político de Kertèsz, estavam brigados depois, mas, ao se reconciliarem, Kertèsz foi nomeado interventor do Jornal da Bahia.
Kertèsz reduziu o histórico JBa, expoente da mídia esquerdista baiana fundado em 1958, num tabloide popularesco de péssima qualidade.
Por um acordo de visibilidade (leia-se divulgação na Rádio Metrópole), os fundadores do JBa, João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, e João Falcão, pouparam a imagem do interventor em seus livros.
Assim, o Memórias nas Trevas, de Joca, e Não Deixe Esta Chama se Apagar, de Falcão, só fizeram comentários amenos e acríticos sobre a intervenção do então prefeito de Salvador.
Kertèsz foi um engenheiro que foi prefeito-biônico de Salvador, filiado à temível ARENA.
Neste sentido, foi um dos três "filhotes da ditadura" que depois foram fingir que eram de centro-esquerda, junto ao curitibano Jaime Lerner e o carioca radicado em Alagoas, Fernando Collor de Mello.
Lerner e Collor até fizeram das suas pelo pseudo-esquerdismo. Tiveram flerte com o brizolismo, se passaram por "amigos de Lula" mas, na crise do governo Dilma, "desembarcaram" e pediram o impeachment e, em seguida, se aliaram a Michel Temer.
Kertèsz é um sub-Bóris Casoy que pensa ser o Mino Carta e tenta parecer "imparcial".
Como todo arrivista, é um sujeito que, como todo pseudo-esquerdista, deixou o barco da plutocracia de centro-direita, assim que tal embarcação começa a afundar.
E aí Kertèsz ganhou seus quinze minutos de fama nacional por causa da entrevista com Lula.
A atitude é tendenciosa. Afinal, ele, "imparcial", poderia ter entrevistado também ACM Neto ou Antônio Imbassahy ou Jutahy Júnior, mas escolheu o petista, figura nacional e de centro-esquerda.
"Filhote da ditadura", Kertèsz ganhou cartaz na mídia esquerdista, diante dessa carta na mesa.
O esperto "barão da mídia" de Salvador tenta assim barrar o acesso à mídia progressista, na medida em que se passa pela mesma.
Fora da polarização ideológica, aos olhos dos menos avisados a Metrópole é apenas um veículo da mídia comercial querendo se passar por "imparcial", como a Folha de São Paulo tempos atrás.
Mas, considerando os embates de esquerda e direita, a Metrópole FM quer cooptar as esquerdas para evitar a luta pela regulação da mídia em Salvador.
É verdade que se fala dos problemas da polarização entre esquerda e direita, que chega a níveis simplórios.
Muitos falam que essa polarização prejudica muitos debates sobre os problemas brasileiros.
Em muitos casos, por parecer radicalismo. Em outros, por puro maniqueísmo. Em outros ainda, por pura intolerância.
Mas superar a polarização, embora recomendável, requer também cautela.
Trata-se de pura observação de bom senso.
Afinal, também há oportunistas que "não são de esquerda nem de direita".
Esse negócio de "não ser de esquerda nem de direita" é geralmente um não-posicionamento.
Mas também é um posicionamento. Que, independendo de contextos, pode unir pretensos esquerdistas e direitistas radicais, por causa de um enunciado comum.
Em alguns casos, soa como uma desculpa para direitistas dissidentes surfarem em causas esquerdistas visando vantagens pessoais.
Em outros casos, para centro-direitistas esculhambarem o radicalismo dos fascistas, isto é, dos extremo-direitistas.
Em outros ainda, para extremo-direitistas esculhambarem aquilo que entendem como o "esquerdismo envergonhado" dos centro-direitistas.
Há muito arrivismo no Brasil, de gente querendo cair de pára-quedas numa causa avançada que só tardiamente começaram a despertar um tendencioso interesse.
Cantores de "pagode romântico" e "sertanejo" da geração 80-90 levaram muito tempo para pegar carona na MPB que tentaram destruir e da qual se julgam ser os "herdeiros legítimos".
Tivemos o exemplo da carioca Rádio Cidade querendo embarcar no legado da antiga Fluminense FM através de sua canastrice.
Há jornalistas vindos da Folha de São Paulo, que defendem a "cultura" brega-popularesca, pegando carona no esquerdismo midiático.
Nunca se caiu de pára-quedas depois que Luís Inácio Lula da Silva assumiu o poder, em 2003.
Gente que, em 1964, estaria bradando "Fora Jango!" nas marchas da família, passou a encenar o papel do "bom esquerdista".
Por ironia, Lula venceu o tucano (centro-direita) José Serra, que quatro décadas antes estava no plano ideológico oposto e participou do comício de João Goulart na Central do Brasil, naquele meia-quatro.
Recentemente, Lula deu uma entrevista à Rádio Metrópole FM, em Salvador.
Evidentemente, a entrevista foi dada ao astro-rei da emissora, seu proprietário Mário Kertèsz, dublê de radiojornalista e pseudointelectual.
Como pretenso intelectual, Kertèsz apenas teve sorte de ter sido um sósia tosco do poeta beat Allen Ginsberg.
Teve, porque, pelo jeito, o astro-rei da Rádio Metrópole engordou e tirou a barba.
A entrevista de Lula, citado em delações da Operação Lava Jato, incluído na lista do procurador Rodrigo Janot mas fora da lista do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, tem um certo caráter de oportunismo da parte de Kertèsz.
Originalmente um político filiado à ARENA, Kertèsz nos últimos 30 anos tentava pegar carona nos movimentos sociais e no esquerdismo político.
Fez de sua Rádio Metrópole - cuja origem remete a um esquema de corrupção política, quando ele era prefeito da capital baiana - um suposto espaço para "os mais diversos tipos de visões e ideologias".
A ideia é fazer um contraponto à Rede Bahia, dos herdeiros do político Antônio Carlos Magalhães.
Sabe-se que ACM foi padrinho político de Kertèsz, estavam brigados depois, mas, ao se reconciliarem, Kertèsz foi nomeado interventor do Jornal da Bahia.
Kertèsz reduziu o histórico JBa, expoente da mídia esquerdista baiana fundado em 1958, num tabloide popularesco de péssima qualidade.
Por um acordo de visibilidade (leia-se divulgação na Rádio Metrópole), os fundadores do JBa, João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, e João Falcão, pouparam a imagem do interventor em seus livros.
Assim, o Memórias nas Trevas, de Joca, e Não Deixe Esta Chama se Apagar, de Falcão, só fizeram comentários amenos e acríticos sobre a intervenção do então prefeito de Salvador.
Kertèsz foi um engenheiro que foi prefeito-biônico de Salvador, filiado à temível ARENA.
Neste sentido, foi um dos três "filhotes da ditadura" que depois foram fingir que eram de centro-esquerda, junto ao curitibano Jaime Lerner e o carioca radicado em Alagoas, Fernando Collor de Mello.
Lerner e Collor até fizeram das suas pelo pseudo-esquerdismo. Tiveram flerte com o brizolismo, se passaram por "amigos de Lula" mas, na crise do governo Dilma, "desembarcaram" e pediram o impeachment e, em seguida, se aliaram a Michel Temer.
Kertèsz é um sub-Bóris Casoy que pensa ser o Mino Carta e tenta parecer "imparcial".
Como todo arrivista, é um sujeito que, como todo pseudo-esquerdista, deixou o barco da plutocracia de centro-direita, assim que tal embarcação começa a afundar.
E aí Kertèsz ganhou seus quinze minutos de fama nacional por causa da entrevista com Lula.
A atitude é tendenciosa. Afinal, ele, "imparcial", poderia ter entrevistado também ACM Neto ou Antônio Imbassahy ou Jutahy Júnior, mas escolheu o petista, figura nacional e de centro-esquerda.
"Filhote da ditadura", Kertèsz ganhou cartaz na mídia esquerdista, diante dessa carta na mesa.
O esperto "barão da mídia" de Salvador tenta assim barrar o acesso à mídia progressista, na medida em que se passa pela mesma.
Fora da polarização ideológica, aos olhos dos menos avisados a Metrópole é apenas um veículo da mídia comercial querendo se passar por "imparcial", como a Folha de São Paulo tempos atrás.
Mas, considerando os embates de esquerda e direita, a Metrópole FM quer cooptar as esquerdas para evitar a luta pela regulação da mídia em Salvador.
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