A ESTUDANTE MARIA EDUARDA, UMA DAS MUITAS PESSOAS INOCENTES MORTAS PELA VIOLÊNCIA CARIOCA.
A lista da organização não-governamental Seguridad Justicia y Paz das 50 cidades mais violentas do mundo anda causando muita polêmica.
Não é de hoje que há muita controvérsia de dados, sobretudo quanto aos critérios utilizados.
Em 2016, ativistas sociais de Cali, na Colômbia, antes reduto do narcotráfico e que estava reduzindo seus índices de violência, permaneceu na lista das cidades mais violentas daquele ano.
Houve também questionamentos em torno das capitais da Venezuela e El Salvador, respectivamente Caracas e San Salvador, sobretudo a primeira, que em 2016 e 2017 figura no topo da violência.
Neste ano, a questão envolve as cidades brasileiras.
Enquanto cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre sofrem constantes incidências de assassinatos, mas não figuram na lista, a tranquila Aracaju é considerada a terceira cidade brasileira mais violenta e a 12ª da lista.
Cidades como Salvador e Goiânia figuram "acompanhadas" de cidades da região metropolitana, o que dá dúvidas quanto à inclusão no ranking.
Se excluir cidades da Região Metropolitana de Salvador, como Lauro de Freitas (sobretudo o bairro de Portão), Simões Filho, Candeias e Camaçari, a cidade sairia da lista das mais violentas, com homicídios concentrados em áreas de Cajazeiras, Pau da Lima e subúrbio ferroviário.
Goiânia aparece junto a Aparecida de Goiás, embora a capital goiana em si tenha seus índices de violência de fato preocupantes.
No Estado do Rio de Janeiro, apenas Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, aparece na lista.
Nem a Baixada Fluminense, considerada "barril de pólvora" do Estado, chega a ser mencionada.
O município do Rio de Janeiro se comporta como se fosse a cidade mais violenta do Brasil, mas não aparece na lista das 50.
Do Sul/Sudeste, destaca-se apenas a cidade de Curitiba, marcada pelo profundo reacionarismo e pelo caos social que há muito tempo eliminou o aparente glamour da capital paranaense, reduto de Sérgio Moro.
No Rio de Janeiro, locais como a Linha Vermelha praticamente são intransitáveis, com ocorrência de tiroteios que ameaçam a vida de motoristas. Uma médica já foi morta em trânsito no local.
Na Linha Vermelha e parte da Linha Amarela, há os complexos do Alemão e da Maré, consideradas áreas de intensa ocorrência de homicídios, também frequentes na Zona Oeste e na região de Madureira a Pavuna e, na Zona Sul, na Rocinha.
Recentemente, a adolescente Maria Eduarda morreu atingida por bala perdida dentro de uma escola em Acari, na Zona Norte.
Porto Alegre também sofre um surto de homicídios que vitimou até uma rainha de bateria de uma escola de samba.
Logo quando eclodiam os homicídios, a capital gaúcha "saiu" da lista.
Os critérios da lista da ONG mexicana, aqui conhecida como Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal, são duvidosos.
Não há uma clareza quanto aos dados, se eles só relacionam homicídios dolosos ou culposos, ou acidentes de trânsito.
No caso carioca, parece que a violência policial não é computada como indicativo para a lista.
Há também a confusão de uma cidade inteira e uma região metropolitana, que é um conjunto de cidades que se avizinham a uma considerada mais importante.
No caso de Aracaju, é notório que a violência, na verdade, é baixa na capital sergipana, e os dados foram "inflados" através de ocorrências em cidades vizinhas.
Além disso, segundo entrevista, ao jornal El País, da pesquisadora do instituto brasileiro Igarapé, Katherine Aguirre, países como Brasil, Argentina e o próprio México, por serem federações, apresentam muitos problemas na coleta de dados.
No Brasil, são típicos os problemas que muitos crimes não são denunciados pelas vítimas por medo, e, por outro lado, muitos policiais também são seletivos na divulgação de ocorrências criminais.
Isso sem falar que existem crimes cometidos por pessoas ricas, que quase sempre resultam em impunidade.
Os governos do Pará e Alagoas já questionaram a lista, alertando para a confusão dos critérios, como a mistura de homicídios dolosos e culposos e na precaridade de fontes, como as divulgadas pelo Sistema Único de Saúde no Pará.
A lista, portanto, traz mais confusão do que esclarecimento, e inspira mais insegurança aos turistas que acabam não mais sabendo para onde ir, com medo de sofrerem violência em cidades fora da lista da ONG.
A lista da organização não-governamental Seguridad Justicia y Paz das 50 cidades mais violentas do mundo anda causando muita polêmica.
Não é de hoje que há muita controvérsia de dados, sobretudo quanto aos critérios utilizados.
Em 2016, ativistas sociais de Cali, na Colômbia, antes reduto do narcotráfico e que estava reduzindo seus índices de violência, permaneceu na lista das cidades mais violentas daquele ano.
Houve também questionamentos em torno das capitais da Venezuela e El Salvador, respectivamente Caracas e San Salvador, sobretudo a primeira, que em 2016 e 2017 figura no topo da violência.
Neste ano, a questão envolve as cidades brasileiras.
Enquanto cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre sofrem constantes incidências de assassinatos, mas não figuram na lista, a tranquila Aracaju é considerada a terceira cidade brasileira mais violenta e a 12ª da lista.
Cidades como Salvador e Goiânia figuram "acompanhadas" de cidades da região metropolitana, o que dá dúvidas quanto à inclusão no ranking.
Se excluir cidades da Região Metropolitana de Salvador, como Lauro de Freitas (sobretudo o bairro de Portão), Simões Filho, Candeias e Camaçari, a cidade sairia da lista das mais violentas, com homicídios concentrados em áreas de Cajazeiras, Pau da Lima e subúrbio ferroviário.
Goiânia aparece junto a Aparecida de Goiás, embora a capital goiana em si tenha seus índices de violência de fato preocupantes.
No Estado do Rio de Janeiro, apenas Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, aparece na lista.
Nem a Baixada Fluminense, considerada "barril de pólvora" do Estado, chega a ser mencionada.
O município do Rio de Janeiro se comporta como se fosse a cidade mais violenta do Brasil, mas não aparece na lista das 50.
Do Sul/Sudeste, destaca-se apenas a cidade de Curitiba, marcada pelo profundo reacionarismo e pelo caos social que há muito tempo eliminou o aparente glamour da capital paranaense, reduto de Sérgio Moro.
No Rio de Janeiro, locais como a Linha Vermelha praticamente são intransitáveis, com ocorrência de tiroteios que ameaçam a vida de motoristas. Uma médica já foi morta em trânsito no local.
Na Linha Vermelha e parte da Linha Amarela, há os complexos do Alemão e da Maré, consideradas áreas de intensa ocorrência de homicídios, também frequentes na Zona Oeste e na região de Madureira a Pavuna e, na Zona Sul, na Rocinha.
Recentemente, a adolescente Maria Eduarda morreu atingida por bala perdida dentro de uma escola em Acari, na Zona Norte.
Porto Alegre também sofre um surto de homicídios que vitimou até uma rainha de bateria de uma escola de samba.
Logo quando eclodiam os homicídios, a capital gaúcha "saiu" da lista.
Os critérios da lista da ONG mexicana, aqui conhecida como Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal, são duvidosos.
Não há uma clareza quanto aos dados, se eles só relacionam homicídios dolosos ou culposos, ou acidentes de trânsito.
No caso carioca, parece que a violência policial não é computada como indicativo para a lista.
Há também a confusão de uma cidade inteira e uma região metropolitana, que é um conjunto de cidades que se avizinham a uma considerada mais importante.
No caso de Aracaju, é notório que a violência, na verdade, é baixa na capital sergipana, e os dados foram "inflados" através de ocorrências em cidades vizinhas.
Além disso, segundo entrevista, ao jornal El País, da pesquisadora do instituto brasileiro Igarapé, Katherine Aguirre, países como Brasil, Argentina e o próprio México, por serem federações, apresentam muitos problemas na coleta de dados.
No Brasil, são típicos os problemas que muitos crimes não são denunciados pelas vítimas por medo, e, por outro lado, muitos policiais também são seletivos na divulgação de ocorrências criminais.
Isso sem falar que existem crimes cometidos por pessoas ricas, que quase sempre resultam em impunidade.
Os governos do Pará e Alagoas já questionaram a lista, alertando para a confusão dos critérios, como a mistura de homicídios dolosos e culposos e na precaridade de fontes, como as divulgadas pelo Sistema Único de Saúde no Pará.
A lista, portanto, traz mais confusão do que esclarecimento, e inspira mais insegurança aos turistas que acabam não mais sabendo para onde ir, com medo de sofrerem violência em cidades fora da lista da ONG.
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