Vivemos uma situação de grande insegurança no país.
Um presidente incompetente e comprometido com medidas que contrariam os interesses dos trabalhadores.
Um Legislativo e um Judiciário (cujos juristas assumem o poder sem voto popular) tomados de tendenciosismo e corrupção.
Vivemos a supremacia dos que trabalham às costas do povo.
E temos também o lobby das elites, da grande mídia, do empresariado, do capital estrangeiro, de especuladores e rentistas.
Diante disso, a esperança de volta do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2018, fica cada vez mais distante.
Há uma pressão enorme das elites para evitar a volta do PT ao poder.
Existe mesmo um plano de prisão de Lula, através das alegações que vemos nas delações e nos factoides da Operação Lava Jato.
Pode ser que a pressão não seja da maioria da população, sempre receptiva ao ex-presidente.
Mas essa pressão vem de uma minoria que parece querer mais para si.
E é uma pressão imensa, como se vê na capa de Isto É, na edição de 19 de abril deste ano, mas já nas bancas desde ontem.
Nela a revista dos Alzugaray aponta o que entendem ser o "fim de Lula".
É uma pressão psicológica violenta, que faz com que a classe média conservadora, passeando diante das bancas de jornais, pare para ver a revista e faça o comentário hidrófobo de sempre.
Vive-se uma situação insólita no Brasil.
A grande mídia agora aceita até derrubar os políticos plutocráticos, como os políticos do PSDB e os membros de confiança do presidente Michel Temer.
Até ocorrerem as delações da Odebrecht, a mídia blindava na medida do possível estes políticos.
Evidentemente, conforme lembra Eduardo Guimarães, os detratores do PT aparecem como "virgens da zona", como se tivessem sido estreantes na corrupção política.
Mas a ênfase continua sendo os ataques ao PT, e nem que todo o tucanato caia junto, ou, pelo menos, que pareça cair junto.
A grande mídia, que quer o protagonismo junto ao Judiciário, precisa também dar a impressão de que é "imparcial".
E por isso vai fingindo que também reconhece a corrupção do PSDB.
Mesmo assim, como o Jornal Nacional dos últimos dias, a edição das reportagens sempre enfatiza as citações de Lula, como é de praxe no "jornalismo de guerra".
O sítio de Atibaia, com estrutura similar à de um modesto albergue, e o triplex do Guarujá, um apartamento de classe média, são ainda descritos como "propriedades" de Lula.
E a pressão é violenta, porque as elites, infelizmente, são persistentes, vide todo o roteiro de derrubada do governo Dilma Rousseff.
Cabe é fazer uma contrapressão, mas, a essas alturas, será difícil fazer o PT voltar ao poder.
Talvez nos preparemos para pressionar para que a pauta reacionária, como as reformas do governo Temer, seja neutralizada e haja recuos diversos.
Será melhor que, antes que sonhemos com a força do esquerdismo diante da direita rancorosa e vingativa, deixemos que esta se enfraqueça como vítima de seus próprios excessos.
O país está numa situação bastante delicada.
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