A grande mídia, de repente, passou a admitir a corrupção de membros do PSDB.
E Aécio Neves, antes blindado até os glóbulos, passou a ter denúncias divulgadas.
Desta vez, é um esquema de propinas, revelado por delação da Odebrecht, que iam para a conta da irmã de Aécio, Andrea Neves.
Veja, que chegou a defender o senador e presidente nacional do PSDB, agora põe, na edição de 05 de abril de 2017, uma denúncia sobre ele na capa.
Outros veículos seguem o mesmo caminho.
A grande mídia mudou? Virou imparcial? Não.
O que a mídia talvez esteja fazendo é tornando a plutocracia política ainda mais austera.
Tucanos e gente como Jair Bolsonaro têm seus escândalos difundidos pela grande mídia.
Os barões da grande mídia ainda não tiveram consenso em que alternativa defenderem para o Palácio do Planalto.
O que se sabe é que a mídia tenta agora criar um falso heroísmo, um arremedo de ativismo que se viu nos tempos das Diretas Já e do Fora Collor.
Talvez a mídia venal tente dar uma falsa impressão de que está reagindo à velha política.
É isso que se vê quando ela admite veicular denúncias sobre Aécio, Geraldo Alckmin, José Serra etc.
O fato risível é que Aécio e Andrea divulgaram vídeos reclamando de "tanto ódio" contra os dois.
Vejam só quem fala. Durante a crise do governo Dilma Rousseff, Aécio foi um dos que levantaram o coro dos rancorosos das mídias sociais para pedir a saída da presidenta.
Aécio ia lá convocando as manifestações dos "coxinhas", com camisas da CBF e endeusando um pato inflável de borracha.
Aécio mordia os beiços por não ter vencido as eleições presidenciais de 2014.
Articulou toda uma sabotagem política, aliado a setores da Justiça e da mídia, e se mobilizou para o desgoverno político de hoje.
Pagou o preço de tanta valentia. Hoje Aécio não consegue ser favorito para as eleições de 2018.
É descartado no próprio partido que preside pela ascensão do prefeito de São Paulo, o também empresário João Dória Jr..
Com ciúme, Aécio recomendou "cautela e caldo de galinha" para Dória diminuir sua euforia.
Enquanto isso, a terceirização e o congelamento de gastos públicos comprometem as atividades dos brasileiros comuns.
A plutocracia política parece que veio para ficar e, embora surjam eventuais esperanças de volta do PT ao poder, parece que tudo isso será um sonho distante.
Embora políticos do PSDB, PMDB, DEM, PP e PPS, entre outros direitistas, possam ser denunciados por escândalos, as elites sempre lutarão para ter um conservador no poder.
Nem que ele seja um astro de televisão ou um empresário em boa conta na alta sociedade.
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