O pesadelo já vivido por muitos cariocas pode ser instituído de vez em São Paulo.
O prefeito João Dória Jr. avisou que pretende extinguir a profissão de cobrador de ônibus na capital paulista.
Ele diz que "não faz sentido no século XXI" manter a profissão de cobrador de ônibus.
O prefeito de São Paulo quer instituir a dupla função do motorista-cobrador, já em voga em boa parte dos ônibus municipais e intermunicipais do Grande Rio.
Será um grande desastre.
Dória já instituiu o aumento da velocidade dos veículos nas avenidas marginais da cidade.
O antecessor, Fernando Haddad, havia reduzido as velocidades máximas das marginais.
O prefeito petista determinou velocidade máxima de 70 km/h nas pistas expressas, 60km/h nas pistas centrais e 50 km/h nas pistas locais.
Dória fez coltar o que era antes, respectivamente 90, 70 e 60 quilômetros por hora.
Se, com a medida de Haddad, o número de acidentes com vítimas, fatais ou não, reduziu em 37,5%.
Com Dória, os acidentes aumentaram 60%, com duas mortes registradas até o começo de abril.
Com a dupla função do motorista-cobrador, se sobrecarregará o trabalho do motorista.
Sem falar que, com o fim do cobrador, se perde alguém que não apenas recebe passagens e dá o troco quando necessário, mas informa aos passageiros o percurso e serve de contraponto para um motorista que só deveria se dedicar ao volante.
A sobrecarga do morotista-cobrador causou vários acidentes nos ônibus do Rio de Janeiro, com uma média de 20 feridos e não raro com mortes.
Até uma produtora da Rede Globo foi atropelada e morta por um ônibus. Um atleta olímpico também morreu pelo mesmo motivo.
Ambos estavam passeando de bicicleta. E como as elites paulistanas donas de seus carrões andaram implicando com as ciclovias, os ônibus de Dória podem vir a ser "mata-ciclistas", juntando a sobrecarga dos motoristas-cobradores com a liberação da velocidade.
Para piorar, o prefeito-empresário, veterano nas festas granfinas, também está pensando em eliminar o dinheiro vivo nas passagens de ônibus.
Vai ser tudo com cartão eletrônico.
Enquanto isso, Dória também não irá resolver o problema dos ônibus fardados, pois a pintura padronizada nos ônibus de SP virou "tradição".
Uma lógica que se encaixa muito bem com a plutocracia, que no caso adora esconder as empresas de ônibus com uma mesma pintura de consórcio.
E assim São Paulo se torna mais provinciana e retrógrada, e vive, junto com o Rio de Janeiro, o inferno astral de duas cidades que não querem deixar de serem referência para o país.
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