É irônico que a reforma trabalhista está agora em tramitação rápida no Senado Federal, para garantir a sanção do presidente Michel Temer, ainda hoje.
E é irônico que a terceirização generalizada esteja esperando essa "realização" para ser aplicada de vez na vida dos trabalhadores.
Não bastasse amanhã ser o dia da Greve Geral, hoje é o dia mundial em memória das vítimas de acidentes de trabalho.
Especialistas dizem que isso é um risco muito frequente no trabalho terceirizado.
E, com outras "garantias" da reforma trabalhista, podem piorar ainda mais as coisas.
A carga horária está autorizada a ser ampliada. Mais horário de trabalho, menos tempo para se deslocar entre casa e trabalho, menos horas para dormir, menos rendimento.
Mais acidentes, por causa do baixo rendimento.
O profissional, terceirizado, terá uma rotina degradada de trabalho, mas sob o status próximo ao de um estagiário ou um trabalhador informal.
Mais acidentes, por causa das precárias condições de emprego.
Os salários serão desvalorizados, pois perderão as remunerações extras, porque tudo isso será agora incluído no salário comum.
Ou seja, em vez de uns dois ou três salários-mínimos mais tíquete-refeição ou vale-transporte, se terá tais despesas agora incluídas nos salários-mínimos.
Com menos dinheiro, menos qualidade de vida. E mais acidentes.
As garantias de assistência pública à saúde também acabarão, com a reforma trabalhista.
Quem sofrer um acidente, terá que recorrer a um plano de saúde privada e pagar mensalidades que incluem até aquela coleção de paletós que o médico bacanão vai exibir ao lado de sua bela esposa na próxima festa de gala que terá cobertura no Glamurama.
Diante disso, até o fim da contribuição sindical e o desmantelamento da Justiça do Trabalho também contribuirão para o aumento dos acidentes de trabalho.
Desde 2012, a Previdência Social registra mais de 700 mil acidentes de trabalho ocorridos no Brasil.
Com as reformas do governo do presidente Michel Temer, os números tendem a aumentar em dimensão inimaginável.
E com a reforma da Previdência estabelecendo como idades mínimas 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, as aposentadorias serão um sonho distante para muitos.
Os acidentes ceifarão muita gente ainda em idade de contribuição.
O jeito é pedir às classes trabalhadoras capricharem na Greve Geral de amanhã.
Mas que não transformem esse dia num feriado improvisado.
A ideia é fazer mobilizações contra o governo Temer, e pressionar para derrubar essas medidas, mesmo quando elas estiverem sob o status de lei e forem aplicadas.
Deveria haver, antes de mais nada, mobilizações contra essas reformas, que praticamente extinguem o emprego no Brasil.
Sob a desculpa de diminuir o desemprego, vão apenas substituir o emprego pelo subemprego.
Experiências similares em outros países, comprovadamente, só fizeram piorar a crise econômica e aumentar ainda mais o desemprego.
O Brasil entrará em colapso profundo.
E muita gente acreditou que o governo Temer teria gente politicamente moderada, competente e técnica.
A crise vai aumentar, sem dúvida alguma. E já está pior, neste país desgovernado que é o Brasil.
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