PRÉDIO DO GRUPO BANDEIRANTES DE COMUNICAÇÃO, FILIAL RIO DE JANEIRO.
Certas extinções de emissoras de rádio diferenciadas deixam lacunas irreparáveis.
O fim da Fluminense FM até agora nunca mais trouxe uma rádio à altura, combinando qualidade de programação e alcance de sintonia.
E, como alguém que entrega o rebanho aos coiotes, a herança da "Maldita" quase foi entregue à canastrona Rádio Cidade, sem histórico nem radialistas compatíveis com tal missão.
O fim da Antena 1 FM não oxigenou a programação das demais FMs de pop adulto e, com o tempo, a emissora acabou sendo reativada.
Agora é o fim da MPB FM, que, embora lidasse com a música brasileira, foi a que criou lacunas mais problemáticas.
A Flu FM pelo menos chegou a ter algumas herdeiras com qualidade de programação próxima à original: Progressiva FM (comunitária), Tribuna FM de Petrópolis, Rocknet (digital) e, agora, a Cult FM (digital).
Ainda que com programação mofada e repetitiva, as rádios de pop adulto, como Sul América Paradiso e JB FM, bem ou mal cobriam o filão.
A MPB FM, não.
A emissora não deixou herdeiras, a não ser programas esparsos de música brasileira espalhados em algumas emissoras.
Os anunciantes de rádio poderiam ajudar com jingles em arranjo de MPB, que quebravam a monotonia dos spots publicitários falados que só servem para arrancar prêmio em concurso de Publicidade e Propaganda, porque os ouvintes acham um porre.
As próprias rádios de pop adulto, pelo menos, poderiam aumentar a presença de música brasileira.
Mas não. Tudo ficou na mesma. Ou se faz uma sequência de MP3, ou vai correndo, no horário de funcionamento, às mercearias que tocam MPB autêntica no seu rádio interno.
Fora isso, só o sacrilégio de ouvir FMs popularescas tocando covers ou duetos de MPB com ídolos brega-popularescos.
Aliás, elas é que estão capitalizando com o gosto musical juvenil.
É assustador que até a juventude do Leblon ou da Barra da Tijuca esteja mais inclinada ao "sertanejo universitário" e ao "funk".
E isso num mercado em que os neo-bregas dos anos 1990 lutam para serem os "donos" da MPB.
E é esse drama que a música brasileira de qualidade enfrenta.
Sobretudo no Rio de Janeiro, outrora associado à vanguarda cultural.
Hoje entregue a uma decadência social sem precedentes desde quando a ex-Cidade Maravilhosa desejava ser uma "Paris dos trópicos", o RJ deixou de resistir à máquina mercantilista do "sertanejo universitário".
Notem uma coisa. A MPB FM tinha como sócios a família Saad, do Grupo Bandeirantes, junto ao Sistema Rio de Janeiro (O Dia + Jornal do Brasil).
Os Saad são conhecidos proprietários de terras, defensores dos ruralistas e hostis aos interesses dos trabalhadores rurais.
Com certeza, com a MPB FM fora do ar, os cariocas médios, que pautam seu cardápio musical pelo que as rádios tocam, acabam migrando para o "sertanejo universitário".
Daí que o fim da emissora, provavelmente, é uma armação para dar tempo para o "sertanejo" firmar gosto entre a juventude fluminense, dando fim definitivo à antiga rejeição ao ritmo.
Depois de formada a reserva de mercado dos "sertanejos" no Rio de Janeiro, as corporações radiofônicas é que decidirão depois quando o Grande RJ terá novamente uma rádio de MPB.
E isso com o risco da bregalhada recente seguir os voos canastrões da geração 90, pegando carona no cancioneiro emepebista.
Certas extinções de emissoras de rádio diferenciadas deixam lacunas irreparáveis.
O fim da Fluminense FM até agora nunca mais trouxe uma rádio à altura, combinando qualidade de programação e alcance de sintonia.
E, como alguém que entrega o rebanho aos coiotes, a herança da "Maldita" quase foi entregue à canastrona Rádio Cidade, sem histórico nem radialistas compatíveis com tal missão.
O fim da Antena 1 FM não oxigenou a programação das demais FMs de pop adulto e, com o tempo, a emissora acabou sendo reativada.
Agora é o fim da MPB FM, que, embora lidasse com a música brasileira, foi a que criou lacunas mais problemáticas.
A Flu FM pelo menos chegou a ter algumas herdeiras com qualidade de programação próxima à original: Progressiva FM (comunitária), Tribuna FM de Petrópolis, Rocknet (digital) e, agora, a Cult FM (digital).
Ainda que com programação mofada e repetitiva, as rádios de pop adulto, como Sul América Paradiso e JB FM, bem ou mal cobriam o filão.
A MPB FM, não.
A emissora não deixou herdeiras, a não ser programas esparsos de música brasileira espalhados em algumas emissoras.
Os anunciantes de rádio poderiam ajudar com jingles em arranjo de MPB, que quebravam a monotonia dos spots publicitários falados que só servem para arrancar prêmio em concurso de Publicidade e Propaganda, porque os ouvintes acham um porre.
As próprias rádios de pop adulto, pelo menos, poderiam aumentar a presença de música brasileira.
Mas não. Tudo ficou na mesma. Ou se faz uma sequência de MP3, ou vai correndo, no horário de funcionamento, às mercearias que tocam MPB autêntica no seu rádio interno.
Fora isso, só o sacrilégio de ouvir FMs popularescas tocando covers ou duetos de MPB com ídolos brega-popularescos.
Aliás, elas é que estão capitalizando com o gosto musical juvenil.
É assustador que até a juventude do Leblon ou da Barra da Tijuca esteja mais inclinada ao "sertanejo universitário" e ao "funk".
E isso num mercado em que os neo-bregas dos anos 1990 lutam para serem os "donos" da MPB.
E é esse drama que a música brasileira de qualidade enfrenta.
Sobretudo no Rio de Janeiro, outrora associado à vanguarda cultural.
Hoje entregue a uma decadência social sem precedentes desde quando a ex-Cidade Maravilhosa desejava ser uma "Paris dos trópicos", o RJ deixou de resistir à máquina mercantilista do "sertanejo universitário".
Notem uma coisa. A MPB FM tinha como sócios a família Saad, do Grupo Bandeirantes, junto ao Sistema Rio de Janeiro (O Dia + Jornal do Brasil).
Os Saad são conhecidos proprietários de terras, defensores dos ruralistas e hostis aos interesses dos trabalhadores rurais.
Com certeza, com a MPB FM fora do ar, os cariocas médios, que pautam seu cardápio musical pelo que as rádios tocam, acabam migrando para o "sertanejo universitário".
Daí que o fim da emissora, provavelmente, é uma armação para dar tempo para o "sertanejo" firmar gosto entre a juventude fluminense, dando fim definitivo à antiga rejeição ao ritmo.
Depois de formada a reserva de mercado dos "sertanejos" no Rio de Janeiro, as corporações radiofônicas é que decidirão depois quando o Grande RJ terá novamente uma rádio de MPB.
E isso com o risco da bregalhada recente seguir os voos canastrões da geração 90, pegando carona no cancioneiro emepebista.
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