Recentemente, livros de George Orwell passaram a vender mais no mercado literário.
Suas obras 1984 e Fazenda dos Animais - renomeação do título em português de Animal Farm, antes conhecido, aqui, como "Revolução dos Bichos" (num tempo em que bicho era bicho e não pet, sacou, bicho?) - estão chegando até às listas dos mais vendidos no momento.
1984, sobretudo, por causa das semelhanças com as distopias dos últimos tempos, envolvendo golpes políticos da extrema-direita e a pandemia.
O que o pessoal não sabe é que 1984 foi uma espécie de Esses Intelectuais Pertinentes... no sentido de que o livro já foi visto como obra literária intragável.
Hoje, as pessoas fogem do meu importante livro - que explica o golpe de 2016 através de uma estranha campanha de intelectuais culturais - porque acham que existem "coisas mais importantes", como cavaleiros medievais a procura do segredo do cacete.
Naquela época, boa parte do público médio do mercado literário torcia o nariz para o livro de Orwell, porque preferia livros adocicados de familinha estadunidense de férias com suas confusões e intrigas inócuos.
O livro de Orwell era uma denúncia da tirania política e do uso de meios de comunicação para controlar as pessoas.
Neste sentido, a ojeriza encontra afinidade com Esses Intelectuais Pertinentes....
Afinal, temos uma "tradição" na opinião pública dominante de que não existe manipulação midiática e que esta não passa de conversa da velha e superada teoria hipodérmica.
Em 1984, tínhamos o hard power da tirania de Oceânia (não confundir com o continente que envolve países como Austrália), com seu esquema midiático de vigilância, controle e repressão da humanidade.
Em Esses Intelectuais Pertinentes..., enumero um grupo de intelectuais, direta ou indiretamente ligados à mídia venal, que, fantasiados de progressistas, usavam o "combate ao preconceito" como desculpa para fazer prevalecer uma pseudo-cultura que até o bolsonarista SBT defende tanto.
Oficialmente, somos levados a crer que não há manipulação midiática, que tudo o que nos vem de culturalismo chega com o ar que respiramos e questionar isso é sinônimo de "intolerância elitista", ou o tal do "preconceito".
E hoje a situação é ainda mais insólita. 1984 pelo menos começou com algum sucesso, mesmo com parte da sociedade torcendo o nariz com o livro de 1948.
O meu livro só não é sucesso - por enquanto, porque um dia vai ser - porque prevalece, no mercado literário, uma literatura anestesiante na qual autores comprometidos com o Conhecimento, mesmo pela ficção, como George Orwell, são exceções.
À direita e à esquerda, houve quem esculhambasse meu livro: no primeiro caso, achando um desperdício, no segundo, achando "triste desconstruir a reputação de intelectuais tão queridos".
E quem pensa que Esses Intelectuais Pertinentes... tem textos já disponíveis no meu blogue, está totalmente enganado. O conteúdo é 100% inédito, a pesquisa, minuciosa e os questionamentos longos para serem reproduzidos numa mídia veloz que é a blogosfera.
E é gozado o Brasil que não percebe as armadilhas culturais, tão ou mais perigosas quanto as de 1984. Pois até o "Grande Irmão" virou nome de uma franquia de riélite chamada Big Brother Brasil, agora promovido a "fenômeno cult" pela sociedade identitário-festiva.
E a novilíngua de 1984? Aqui uma palavra como "balada" (©Jovem Pan) é o símbolo da precarização do nosso vocabulário, querendo substituir diferentes expressões que vão de festa noturna a jantar entre amigos, passando por apresentações ao vivo de DJ. Tudo "balada", agora.
Mas não é só isso. Temos também a mania do portinglês, que dá uma "vibe maneira" para a "galera" identitário-festiva, brou, tá ligado, maluco? Nossa, estou falando a novilíngua brasileira, dessa patota "livre" que sonha em ter um Brasil de Luciano Huck sem Luciano Huck.
Claro, uma Jovem Guarda sem Roberto Carlos, um Tropicalismo com Caetano Veloso ou não, e um Luciano Huck com Lata Velha, Caldeirão, Soletrando, Quem Quer Ser um Milionário? e tudo que é loucura, loucura, loucura, só que sem Luciano Huck.
Esses Intelectuais Pertinentes... denuncia uma das campanhas mais insólitas em prol do viralatismo cultural, que pessoas presas em suas zonas de conforto culturalistas não enxergam.
Claro que aqueles que não compartilham dessa pasmaceira toda vão se interessar em comprar Esses Intelectuais Pertinentes....
Trata-se de um trabalho jornalístico, inédito, instigante, porque navega contra a corrente de tantos panos passados por intelectuais que desejavam um Brasil culturalmente mais precarizado.
Portanto, espero vocês na Amazon, a serem os primeiros a apostar no sucesso do meu livro. E também para ajudar a pagar minhas contas do mês.
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