Vamos combinar que o livro Esses Intelectuais Pertinentes... é desprezado por muitos porque, aparentemente, custa caro.
US$ 7,50 no preço do livro físico, US$ 1,20 no livro eletrônico. Descontando frete, equivalem mais ou menos a R$ 38 e R$ 6.
Aí as pessoas dão preferência aos livrinhos de bonecos de Minecraft, livros para colorir, ficções com cavaleiros medievais e vampiros estudantis, porque "custam mais barato".
Balela. Eu dei uma pesquisa nas livrarias e posso enumerar a média desses livros.
Primeiro, que eles são livros com cerca de 230 páginas. As fontes seguem tamanho 12. O espaçamento das linhas, de um e meio. A maioria são séries de romances.
Os preços padrões estão em torno de R$ 40, aproximadamente, talvez até menos.
Suponhamos que sejam R$ 40 reais um livro de 230 páginas, com fontes tamanho 12, espaçamento de linhas de um e meio, com várias páginas em branco ou com ilustrações de capítulos e outras figurinhas.
Em muitos casos, esses livros têm, na verdade, de VINTE a QUARENTA páginas a menos. O custo dos livros torna-se, então, muito maior.
Meu livro Esses Intelectuais Pertinentes... tem fonte Esphimere 10, bem legível, espaçamento simples de linhas e 276 páginas sem muita página em branco e sem capítulos delimitados com três páginas de ilustrações.
Num padrão de formatação editorial comum, meu livro teria, no mínimo, umas 450 páginas. Daí que percebi que uma livraria que se interessou em publicar Música Brasileira e Cultura Popular em Crise me pediu para dividir o livro em dois ou eu ter que arcar com parte dos custos de impressão.
Recusei a oferta.
A pessoa fica apavorada. Acha que vai gastar até R$ 50 reais para adquirir um livro que não está nas listas dos mais badalados nas livrarias.
Esquece ela que o barato sai caro e livros de 230 páginas com fontes grandes, páginas em branco, ilustrações ocupando páginas inteiras, que custam "bem baratinho", como R$ 29,90 reais, pesam mais no bolso.
Primeiro, porque muitos desses livros têm um conteúdo de texto que mal dá para um volume da série Primeiros Passos da Editora Brasiliense, que têm cerca de 90 páginas em média.
Segundo, porque os preços não compensam. E vários desses livros, além de não trazerem Saber nem Conhecimento, sendo uma espécie de entretenimento anestesiante, são séries de vários volumes.
Você compra o livro do cavaleiro medieval em busca do tesouro do cacete, que tem 260 páginas e conteúdo de texto que mal dá para 200.
Ele custa R$ 39,90, o que parece razoável. Mas aí se descobre que o livro é uma série, que vai até o décimo-segundo volume, e, aí, a pessoa acaba gastando quase R$ 480.
E isso com livros com quantidade e qualidade bem menores.
Depois a pessoa vai jogar esses livros fora, depois de lê-los. E ainda não gosta que falem que essa pessoa só curte literatura descartável.
Talvez se ela, ao menos, experimentasse ler Esses Intelectuais Pertinentes..., essa pessoa possa ver o ato de ler de maneira bem diferente.
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