JOÃO DÓRIA JR. ALCANÇA VANTAGEM NO CONFRONTO COM JAIR BOLSONARO NO CASO DA COVID-19.
A boa notícia ocorrida ontem é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
A princípio, a vacina liberada para aplicação foi a CoronaVac, produzida pela parceria do Instituto Butantã, em São Paulo, e o laboratório chinês Sinovac.
Em seguida, será aplicada a vacina AstraZeneca, produzida pela parceria da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Quarta-feira está prevista a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, algo bastante esperado até para quem, como eu, na tenra infância tinha horror a tomar vacina.
A vacina foi finalmente lançada no Brasil num momento em que o presidente Jair Bolsonaro sofre um violento desgaste político, juntamente com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Os dois renegavam a urgência de aplicação da vacina contra a Covid-19. Bolsonaro achava que a cloroquina, mesmo sem comprovação científica, era o remédio para a cura da doença.
A primeira pessoa vacinada foi a enfermeira negra Mônica Calazans, de 54 anos, que trabalha no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Pacaembu, em São Paulo. Ela mora não muito longe dali, no bairro da Itaquera.
É uma grande alegria, afinal, como diz a gíria baiana, já "era para ontem".
E, diante desse caso, vemos a disputa política entre o governador de São Paulo, João Dória Jr., e o presidente Jair Bolsonaro.
João Dória defende a vacina contra a Covid, e pretende capitalizar seu triunfo para a corrida presidencial de 2022.
E, vendo o que Jair Bolsonaro andou fazendo de muito grave, como não investir na saúde pública, principalmente em Manaus, a direita moderada tende a recuperar seu protagonismo, nesses cinco anos em que ela tramou, em parte, o golpe de 2016.
Afinal, as esquerdas não parecem poder retomar o protagonismo, perdidas no carnaval identitarista.
Houve esquerdistas comemorando porque médicos dançaram "funk" ao saber da notícia da vacina, então já dá para saber como serão as coisas no futuro.
Afinal, o "funk", espécie de Baleia Rossi da música brasileira, abençoado por Luciano Huck, enfrenta os escândalos sexuais de Nego do Borel, assumidamente bolsonarista, posando ao lado de Jair e do filho deste Flávio Bolsonaro, mais chegado a Fabrício Queiroz e o laranjal das milícias.
Parte das esquerdas reagiu em silêncio diante de Nego do Borel, acusado de agredir a ex-namorada Duda Reis e de assediar outras mulheres, inclusive a casadíssima influenciadora Evelyn Regly.
São escândalos mais graves que os de Marcius Melhem, este na sua fase de defesa, buscando mostrar contraprovas das denúncias contra ele (o que é, sem dúvida, direito dele, garantido por lei).
No entanto, quando o assunto é "funk", nossas esquerdas se calam, mesmo quando o ritmo é famoso por apunhalá-las pelas costas e comemorar suas conquistas abraçados com a mídia venal.
E como o "funk" é o "caldeirão", já perceberemos como será o Brasil pós-pandemia e pós-pandemônio bolsonarista: será loucura, loucura, loucura. Isso se João Dória Jr. não passar pela frente.
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