LEITE CONDENSADO - JAIR BOLSONARO TEVE O "HÄAGEN DAZS" PARA CHAMAR DE SEU.
As esquerdas andam se perdendo nas redes sociais, confusas num identitarismo festivo e esquizofrênico.
Depois do "gado de esquerda" transformar o "bumbum tantã" de MC Fioti numa pretensa unanimidade, agora veio o caso do "leite condensado".
A história foi essa. O jornal Metrópoles - não confundir com o grupo de mídia coronelista da Bahia, o Grupo Metrópole do barão midiático Mário Kertèsz - noticiou os gastos, que deram num total de mais de R$ 1,8 bilhão entre 2019 e 2020, do governo Jair Bolsonaro com alimentos.
Foi o uso de dinheiro público para compra de temperos, salgadinhos, guloseimas etc. Os dados foram levantados com base em dados do Painel de Compras do Ministério da Economia.
Segundo os dados, R$ 16,5 milhões foram gastos em batata frita empacotada, R$ 13,4 milhões em barra de cereais, R$ 12,4 milhões em ervilha em conserva, R$ 21,4 milhões em iogurte natural e, pasmem, goma de mascar teve gastos em torno de R$ 2,2 milhões.
Mas o que chama a atenção foi o gasto com leite condensado, algo em torno de R$ 41 milhões.
Tudo bem. Só que o problema foi que a sociedade lacradora nas redes sociais foi fazer do leite condensado um doce de leite, sob o pretexto de estar protestando contra Jair Bolsonaro.
Virou o "Häagen-Dazs" da vez, citando aqui o caso da marca pseudo-holandesa de sorvete estadunidense dos gastos do governo Michel Temer.
O que poderia ser um protesto contra os gastos públicos, virou um espetáculo de comédia nas redes sociais.
Em princípio, isso era bem divertido, mas com o tempo ficou inócuo, inofensivo e, o que é pior, com os governantes alvos desses protestos se divertindo e até sendo fortalecidos com isso.
Afinal, enquanto nos bastidores os retrocessos de ordem econômica e trabalhista, como o fim gradual da Petrobras e o enfraquecimento dos sindicatos, estão sendo feitos, frivolidades servem para divertir a nação lacração nas redes sociais.
Só no governo Bolsonaro, um "zoológico" veio para distrair o gado digital não só bolsomínion, mas também a direita moderada e a esquerda burguesa.
Cobras najas, emas e jacarés vieram do circo de horrores para entreter a garotada que fica zoando com o Bozo.
Lembra muito aquelas comédias italianas em que o solitário ancião sai para comprar pão e leva gozação da criançada mais atrevida.
O solitário ancião Jair Bolsonaro, abandonado por grande parte daqueles que o apoiaram em 2018, vai comprar não só pão, mas pizza, molho inglês, batata chips e leite condensado, e a garotada que achou, dias atrás, que MC Fioti era a salvação da humanidade e da saúde pública, foi zoar com o "mito".
Aliás, no caso de MC Fioti, foi vergonhoso ver, nas páginas de esquerda, uma unanimidade em torno do pavoroso sucesso "Bum Bum Tan Tan", com seu tendencioso (e oportunista) trocadilho com o Instituto Butantan.
Teve gente que até admitiu não gostar da música, mas disse que "temos que respeitar a criatividade do povo pobre".
Como assim?
O povo pobre trouxe coisas de altíssimo nível: Jackson do Pandeiro, Cartola, Luiz Gonzaga, Dona Ivone Lara... Será que esse pessoal sabe realmente o que é a música do povo pobre?
Isso que o povo pobre consome hoje, a música brega-popularesca, é um engodo, uma lavagem de porco que a mídia venal e as grandes empresas de entretenimento montam a partir do lixo colhido de modismos comerciais estadunidenses combinados a bairrismos regionais e interioranos.
E o Kondzilla é uma EMPRESA, e não uma ONG de miseráveis produzindo renda vendendo balinha em sinaleiras.
Devemos ver a diferença entre a cultura popular verdadeira, inteligente e de cabeça erguida, dessa bregalização tosca e vitimista que as pessoas entendem como "popular demais".
Não adianta costurar associações forçadas, como evocar o "corta jaca" da Chiquinha Gonzaga, a força policial destruindo rodas de samba e candomblé, porque os contextos são outros.
É muita burrice e falta de leitura de bons livros como Esses Intelectuais Pertinentes..., excelente documento para entender o golpe político de 2016 através do âmbito da cultura.
E são essas mesmas pessoas que acham que basta bajular Lula e Dilma Rousseff para ser considerado esquerdista que agora estão se lambuzando com o leite condensado de Jair Bolsonaro.
Até o filho de Jair, Eduardo Bolsonaro, defendeu os gastos com alimentos, inclusive do leite condensado, dizendo que era "para os militares".
Só que o dinheiro que foi gasto com esses alimentos é pouca coisa diante dos zilhões de dólares que Paulo Guedes está dando de presente para empresários rentistas e corporações estrangeiras.
Menos bumbum tantã e mais Esses Intelectuais Pertinentes...!
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