O chamado "isentão" já é uma figura insólita. É aquele sujeito que se acha o primor da objetividade, acha que não tem lado ideológico e pensa ter a visão mais imparcial do mundo.
Ele já tem como cacoete comentar sobre qualquer assunto, escreve por impulso mais para puxar o tapete do debate, porque, a pretexto de querer dar um outro ponto de vista, desqualifica questionamentos que vão contra o "estabelecido".
Em outras palavras, o "isentão" é uma espécie de cão de guarda do "sistema", pois, sob a desculpa de pedir para que "ouçamos o outro lado", ele faz prevalecer o único lado, que é sempre a visão dominante e nem sempre (aliás, quase nunca) coerente das coisas.
E se o "isentão" é esse mala sem alça querendo sempre meter o nariz onde não é chamado, imagine se ele banca o "tudólogo", ou seja, o sujeito que pensa ser o especialista em "tudo".
Aí a coisa piora cada vez mais. O carinha que se acha "tudólogo" é aquele sujeito que, no fundo, é especialista em coisa nenhuma, mas que tenta ser analista de qualquer coisa que ele tem uma noção que, quando muito, é apenas vaga e superficial.
Neste caso, o impulso de escrever se torna ainda mais obsessivo, e este "intelectual de zap-zap" que lança suas "teses imparciais e profundas" nos espaços de mensagens nos blogues ou nas redes sociais, se torna ainda mais insuportável.
Afinal, ele só lê umas duas ou três linhas sobre um assunto e se encana em dar sua "análise" como se achasse portador de um diploma de pós-doutorado.
E vemos o que ele diria sobre Esses Intelectuais Pertinentes..., modéstia à parte um dos importantes documentos de análise da crise cultural do nosso país.
Sem ler o livro, ele "pesca" apenas alguns textos de divulgação do livro e faz sua "resenha" posando de "autoridade" literária.
Se ele é "isentão", então ele surfa pelo que a direita descreveria provavelmente o meu livro: um "desperdício".
Esquecem essas pessoas que eu fiz muita pesquisa e analisei várias mensagens dos principais intelectuais que defendiam a degradação da cultura popular sob o pretexto do "combate ao preconceito".
Não é um panfleto nem um livro de invencionices. É um trabalho jornalístico, embora o senso crítico afiado presente nesta obra desagrade quem espere consumir uma literatura mais analgésica.
Vamos então ao que um "isentão tudólogo" iria comentar, a respeito do meu livro:
"Sinceramente, acho uma grande perda de tempo a publicação desse livro chamado ESSES INTELECTUAIS PERTINENTES. Não faz o menor sentido produzir uma obra dessas porque é chover no molhado, todo mundo pensa assim nesse país, principalmente na esquerda asquerosa e militante. Além disso, prefiro mesmo essas obras de cavaleiros medievais, que ao menos servem para puro entretenimento, sim. Tem uma série que é ótima, com o cavaleiro Pentelliot procurando o segredo da Espada de Piroca que é muito boa. Cara, estou no terceiro volume de toda essa saga em busca do Enigma de Telkur e, depois do vibrante livro que narrou o duelo de Pentelliot com o Rei Tardado de Montan, agora temos o confronto com o ogro Kugos Tozzo. É muito emocionante. Tem a cena do duelo de Pentelliot com Kugos Tozzo e aí ele mete a espada em Kugos Tozzo e da espada sai uma gosma branca esverdeada. Meus amigos me falaram da cena e quem leu garante que é uma delícia, o momento em que Pentelliot enfia a espada em Kugos Tozzo. Dizem que o monge Mewby Law vibrou com o desfecho. Sem trocadilhos, mané. E, aliás, prefiro gastar R$ 200 com uma série dessas do que gastar uns R$ 50, incluindo frete, por um livro como o seu".
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