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NÃO-RAIVISMO, RELAÇÕES DE PODER E SOFRIMENTO DOS OPRIMIDOS

MÉDICOS ATENDEM ÍNDIOS YANOMAMIS VÍTIMAS DE DESNUTRIÇÃO GRAVE EM RORAIMA.

A sucessão de erros do Brasil nos últimos anos, desde a pragmática eleição de Jair Bolsonaro até a recente eleição de um Lula domesticado e aliado a neoliberais mentores do golpe de 2016, revela o quanto os valores socioculturais andam provocando catástrofes sociais muito grandes.

Desde que a intelectualidade "bacana" defendeu, com choros e risadas dependendo das circunstâncias, a bregalização cultural, falando em "combate ao preconceito" quando, na verdade, se defende uma abordagem do povo pobre que já nasce preconceituosa, mais próxima de programas humorísticos do que da realidade concreta, o país, que tentava consertar antigos erros, só agravou sua situação já extremamente problemática.

A desnutrição extrema dos índios Yanomami, que vivem numa reserva localizada em Roraima, é apenas mais um dos chocantes fatos que atingem o nosso tão sofrido Brasil. Um dos casos mais chocantes é uma mulher que foi fotografada em situação extrema, uma foto bastante assustadora. A mulher estava em situação tão degradante que, horas após ser fotografada, faleceu de desnutrição. Houve outras vítimas fatais, não só de desnutrição, mas de envenenamento, violência e tudo o mais, uma situação extremamente traumática para quem antes eram donos da grande extensão territorial do hoje Brasil.

No Rio de Janeiro, casos de inocentes mortos por "balas perdidas", que de tão constantes já nos fazem duvidar de que elas sejam mesmo perdidas ou não teriam como alvo os próprios favelados trabalhadores, numa demonstração de cruel "limpeza" racial. Um jovem morto na Tijuca, há poucos dias, era conhecido por ter "um coração puro", sendo mais um pobre negro, honesto e admirável, a ser morto pela violência policial.

Não há trabalhos preventivos de proteção à sociedade, e deixamos morrer mulheres, negros, índios, pobres etc, enquanto um sistema cultural que temos mostra gente privilegiada pouco empenhada em ajudar essas pessoas, sempre medindo a ajuda à projeção social que isso poderá render. Ou seja, usando o prestígio e a visibilidade como moedas de troca, ideia defendida até por gente que se diz despretensiosa e se gaba em falar frases de efeito tipo "fazer o bem sem olhar a quem".

O Brasil é um país complicado e isso se dá por uma tradição das elites do atraso que, no passado remoto, fez nosso país viver quase 400 anos defendendo abertamente o trabalho escravo. É curioso comparar os intelectuais relativamente humanistas das últimas décadas anteriores à Independência do Brasil, que continuavam defendendo o trabalho escravo, e a intelectualidade pró-brega de hoje, que em nome do "fim do preconceito" defendiam leituras caricaturais do povo pobre.

Os oprimidos só são precariamente assistidos dentro de um padrão de pretenso altruísmo hierárquico. Na postagem passada, falei do obscurantismo religioso e as religiões que apostam em mascarar a defesa da desgraça humana como "atalho para o céu", através da Teologia do Sofrimento, se servem dessa "caridade" paliativa que nada resolveu de concreto os problemas dos povos oprimidos. Daí que alertei para essas armadilhas da fé, que querem se sobressair aproveitando a moda do não-raivismo.

O não-raivismo é um fenômeno no qual a polarização sociocultural, com reflexos na política brasileira, consiste numa relação binária entre raiva / mal e não-raiva / bem. Ou seja, tudo o que representar zanga, intolerância, revolta etc é o "mal" e tudo o que parecer suave, concordante e alegre é o "bem". Se indignar é "errado", estar de acordo é "correto". É uma lógica "algorítmica" que faz com que tudo que for zangado e inconformista seja tido como "reacionário" e tudo o que parecer alegre e conformado é "progressista".

É um grande erro, pois medir o nível ideológico das coisas pelo senso de humor é muito perigoso. Indignação com as injustiças sociais pode se passar por alguma postura "fascista", só por causa da revolta. Enquanto isso, quantos religiosos, como "espíritas" e setores conservadores do Catolicismo (da linha Madre Teresa de Calcutá), defendem o prejuízo do próximo usando um discurso suave e melífluo, erroneamente tido como "progressista" pelo verniz de palavras dóceis dadas por pessoas mansas.

Estou lendo o terceiro volume da trilogia Escravidão, de Laurentino Gomes, e cheguei na parte em que ele fala de comerciantes de escravos que, perversos e gananciosos, no entanto praticavam a suposta filantropia, doando dinheiro para instituições religiosas.

Em Salvador, uma estátua de um desses comerciantes, situada no hospital de Santa Casa de Misericórdia, em Nazaré, da qual fui cliente e fiz várias consultas médicas, permanece no local com informações apenas "positivas" dessa pessoa.

Vejo então como são os "médiuns espíritas" e outros religiosos obscurantistas, mas cortejados pelas esquerdas de qualquer forma pela imagem falsamente progressista, conseguem enganar a todos. Olhares calmos, de preferência sorridentes, discurso melífluo, ênfase em palavras mágicas como "paz e fraternidade", fotos ao lado de pessoas pobres, incluindo bebezinho negro, índio ou mestiço no colo.

Todo esse aparato de mansuetude é certeiro para fazer com que estes religiosos, mesmo defendendo ideias medievais em prol do sofrimento alheio, do tal "inimigo de si mesmo", sejam dispensados de sofrer as críticas e cancelamentos sociais que os neopentecostais, famosos pelo discurso claramente hidrófobo, sofrem com tanta facilidade.

O povo pobre é mantido na inferioridade social. É assustador que setores das esquerdas, seja respaldando o sagrado do "espiritualismo" religioso, seja apoiando o profano da bregalização cultural, vejam o povo pobre com se fosse uma multidão de animais domésticos a serem tratados de maneira paternalista. Tudo sob sorrisos, olhares suaves, para parecer "bondade solidária", sempre baseado na tese de que a bondade humana foi privatizada pela fé cristã, sob o copyright de Jesus Cristo, "dono" do altruísmo como valor humano.

Essa "tradição" de uma "solidariedade" de fachada esconde a natureza hierárquica do ato de "sentir pena" dos oprimidos, algo que é considerado, pelo sociólogo Jessé Souza, igualmente nocivo, porque é uma relação hierárquica, não deixa de ser uma dominação esse tipo de "ajuda ao próximo" que, na verdade, beneficia mais o "benfeitor" do que o "beneficiado", este mantido na sua inferioridade social, na sua pobreza simbólica, tendo a dor da miséria aliviada, sem no entanto haver cura para a mesma.

Durante séculos, negros e índios nem eram cidadãos. E, agora, com o discurso do "combate ao preconceito" da nossa "admirável intelectualidade", definindo favelas como "coisas lindas de se ver" e tratando práticas feitas a contragosto pelos pobres, como a prostituição, o alcoolismo e o comércio clandestino, como "virtudes admiráveis", a situação se torna mais grave.

Afinal, temos setores das classes dominantes que tentam dissimular essa condição. No passado remoto, muitos "humanistas" defendiam a exploração de escravos e não viam nos índios pessoas merecedoras de direitos e cidadania. Recentemente, temos "humanistas" e "especialistas" que acham que podem falar em nome do povo pobre, julgando que este não possui voz consciente para reivindicar direitos e conquistas.

Quantos farsantes religiosos, quantos acadêmicos, quantos exploradores da pobreza e da alteridade social, se deixam valer pelo discurso não-raivista, com os rostos serenos, a voz macia, as palavras bonitas, pouco se importando com o sofrimento do povo pobre e chorando lágrimas de crocodilo em casos como a violência policial nas favelas e a desnutrição grave de uma tribo indígena!

Sim, o culturalismo "sem preconceito" e o religiosismo "solidário", da forma como eram trabalhados, criaram condições para o bolsonarismo. Mas, naquela época, não havia a separação binária entre "raiva" e "não-raiva", e muito do culturalismo que havia sido exaltado pelas esquerdas migrou para o bolsonarismo.

E agora? Com as esquerdas abraçadas aos neoliberais da direita moderada, como se evitará um golpe político e social? Vamos conseguir o progresso humano desejado, a tornar o Brasil um país mais justo e igualitário? Ou será que as elites do atraso, agora em seu modo "bom-mocismo", vão querer o igualitarismo entre a raposa e a galinha, esse tipo de "solidariedade" que empolga os obscurantistas religiosos com as bocas cheias de mel?

Os oprimidos não podem ser reféns de sua inferioridade social e o Brasil se encontra em situação bastante complicada, apesar de Lula aparentemente resolver a crise da ameaça bolsonarista, trocando o chefe do Exército e fazendo uma "limpa" nas fileiras bolsonaristas da antiga estrutura governamental. Mas Lula só está fazendo essa "faxina", sem cumprir a promessa de "40 anos em 4" para seu governo.

Três semanas já se passaram e o projeto de "reconstrução do Brasil" ainda não saiu do âmbito das propostas a serem discutidas em reuniões. Tudo permanece na mesma.

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