MARCO FELICIANO E JAIR BOLSONARO (NO MEIO,FOTOGRAFANDO COM CELULAR) VENDO COM ESNOBE IRONIA O BEIJAÇO GAY NA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
As esquerdas perderam o protagonismo político por ingenuidade.
Elas se tornaram mais emotivas e isso não é ruim, mas da forma como foi feita as levou para posturas quixotescas e perspectivas piegas e fantasiosas.
Tomadas de muito pensamento desejoso, as esquerdas não foram estratégicas para frear nem reverter o golpe político de 2016.
Michel Temer governou fácil. Ele poderia ser derrubado, mas não foi, e ficou feliz da vida completando o seu mandato.
Ele acabou sendo preso não por mérito, mas por uma irônica disputa de protagonismo na qual, neste caso, a Operação Lava Jato tentava reverter o seu desgaste público.
Temer riu muito do "Fora Temer". Aproveitou sua impopularidade não só para seguir os conselhos do publicitário Nizan Guanaes, levando adiante as medidas impopulares, mas a ficar sossegado no seu mundinho pessoal.
As esquerdas andam muito ingênuas e crédulas e, praticamente, só aprenderam a serem esquerdistas depois do golpe de 2016.
Evidentemente, enfrentam um caminho de pedras, porque até para identificar aliados cometem falhas imensas.
Qualquer um que apareça abraçado a um pobre sorrindo lhe parece um aliado, sem perceber que há muitas armadilhas por trás.
As queixas que se fazem é da credulidade que envolve funqueiros, craques de futebol e "médiuns espíritas" que estão associados a uma falsa simbologia de pobreza que na verdade soa caricatural e traiçoeira.
São apelos mais emotivos que racionais, mas que ninguém se encoraja a parar para pensar para ver se os envolvidos são realmente aliados ou são aproveitadores.
Houve muitos aproveitadores no círculo de apoio das esquerdas. Eles ainda existem, em algum momento.
Diante da inocência terrivelmente infantil das esquerdas, houve mais derrotas que vitórias. Essa inocência fez perder as frágeis conquistas alcançadas e os relativos progressos realizados.
A "pobreza linda" foi aceita sem críticas pelas esquerdas, achando que isso era "qualidade de vida".
Essa imagem era um estereótipo da direita, que foi inserido num pacote "identitário" confuso, bem intencionado mas sem muita eficiência.
Não só a pobreza, mas a causa LGBTT, espetacularizada e exageradamente festiva, que também foi vista sem alguma ação ou mobilização mais estratégica.
Tudo foi feito dentro de uma perspectiva por demais espetacularizada, que perdeu o propósito sério da causa.
Na foto que ilustra esta reportagem, Jair Bolsonaro, então deputado federal, e seu colega Marco Feliciano, observavam um beijaço gay num protesto em 24 de maio de 2016, na Câmara dos Deputados.
Eles não pareciam incomodados. O "mito" foi tirar uma foto e ele, Marco e outro parlamentar pareciam tranquilos diante da provocação dos manifestantes.
Muitas manifestações foram realizadas, sem realizar o efeito desejado. E mesmo episódios corajosos como o desfile da Paraíso do Tuiuti viraram fogo de palha.
As esquerdas precisam de ações mais estratégicas, além de um certo desconfiômetro.
Culturalmente, elas se queimaram ao acolher a bregalização cultural que tem um viés conservador e claramente comercial.
As esquerdas embarcaram na falácia do "combate ao preconceito", aceitando formas preconceituosas de expressão, supostamente associadas às classes populares.
Perderam muito com essa emotividade que via esquerdismo até em mulheres-frutas.
Hoje há uma discussão muito grande sobre a politização ou despolitização dos brasileiros.
Nessa discussão, se debate a eficácia de passeatas envolvendo cerca de 10 mil pessoas.
Ou então até que ponto pode repercutir uma casa noturna que abriga cinco mil pessoas e ficar lotada durante um evento tipo "Lula Livre".
A confusão entre um feudo e um universo é muito grande. As esquerdas acabam se comportando como naquela ilusão fotográfica da câmera que faz juntar algumas dezenas de pessoas, num ambiente filmado, dando a impressão de ser uma enorme multidão.
Diante disso, imagina-se que manifestações pontuais podem botar o golpe político a perder. E ele continua em frente, de maneira lamentável.
A direita conseguiu sequestrar o instinto rebelde que as esquerdas, cordeirizadas, deixaram de ter.
Tudo passou a ser festa, espetáculo, pensamento desejoso, fé religiosa, idolatria, sonho, torcida de arquibancada, carnaval.
Devaneios exageradamente emotivos, que reduzem os esquerdistas a beatos acreditando num suposto milagre que alegam estar vindo.
Não há uma postura realista, não há uma reavaliação de seus métodos, abordagens, perspectivas.
Além do mais, os "heróis" da direita que as esquerdas acolhem por supostas simbologias associadas a pobreza, causas identitárias etc, as traem mostrando que não estão aí para o progressismo.
As esquerdas não aprenderam com o caso do Cabo Anselmo, direitista fantasiado de esquerdista.
De 2003 para cá, um sem-número de "cabos anselmos" apareceram com esquerdistas lhes louvando como se fossem seus aliados mais fiéis.
O resultado foi este: golpe de 2016-2018 em várias etapas: da votação da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016 para abertura do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, à fraudulenta eleição de 28 de outubro de 2018 que entregou o poder a Jair Bolsonaro.
As esquerdas moderam a isca do "baile funk" supostamente contra o impeachment, e fizeram papel de palhaços diante do processo que ceifou o governo Dilma Rousseff na moleza.
Esquecemos que o DJ Rômulo Costa era a raposa comandando a festa no galinheiro, com os aliados dele na Câmara dos Deputados, votando pelo "Fora Dilma", ou na Rede Globo, fazendo campanha contra.
E as esquerdas ainda ficam fragmentadas, protestando contra temas pontuais, sem alguma coesão ou união que se comparasse às Diretas Já.
Uma manifestação é contra a Reforma da Previdência, outra é contra a homofobia, outra é em memória à Marielle Franco, mas nenhuma delas coesa, com uma causa única, um "Fora Tudo" referente ao golpe de 2016.
São pautas apenas pontuais, que minimizam o impacto das manifestações, não bastasse elas serem ignoradas pela imprensa hegemônica.
Mesmo que a imprensa hegemônica fosse boicotar as manifestações progressistas, se estas tivessem força, a mídia venal seria, um dia, forçada a dar ampla cobertura, engolindo seco os protestos.
Mas não. Os protestos são pontuais, quando não espetacularizados, perdendo o tom ativista e caindo no vazio de manifestações sem criatividade e que, todavia, soam meramente burocráticas.
Enquanto isso, assistimos pasmos à fúria da direita que faz gozação com os pontos fracos dos esquerdistas ou usando mentiras como a criminalização do ex-presidente Lula.
As esquerdas perderam o protagonismo político por ingenuidade.
Elas se tornaram mais emotivas e isso não é ruim, mas da forma como foi feita as levou para posturas quixotescas e perspectivas piegas e fantasiosas.
Tomadas de muito pensamento desejoso, as esquerdas não foram estratégicas para frear nem reverter o golpe político de 2016.
Michel Temer governou fácil. Ele poderia ser derrubado, mas não foi, e ficou feliz da vida completando o seu mandato.
Ele acabou sendo preso não por mérito, mas por uma irônica disputa de protagonismo na qual, neste caso, a Operação Lava Jato tentava reverter o seu desgaste público.
Temer riu muito do "Fora Temer". Aproveitou sua impopularidade não só para seguir os conselhos do publicitário Nizan Guanaes, levando adiante as medidas impopulares, mas a ficar sossegado no seu mundinho pessoal.
As esquerdas andam muito ingênuas e crédulas e, praticamente, só aprenderam a serem esquerdistas depois do golpe de 2016.
Evidentemente, enfrentam um caminho de pedras, porque até para identificar aliados cometem falhas imensas.
Qualquer um que apareça abraçado a um pobre sorrindo lhe parece um aliado, sem perceber que há muitas armadilhas por trás.
As queixas que se fazem é da credulidade que envolve funqueiros, craques de futebol e "médiuns espíritas" que estão associados a uma falsa simbologia de pobreza que na verdade soa caricatural e traiçoeira.
São apelos mais emotivos que racionais, mas que ninguém se encoraja a parar para pensar para ver se os envolvidos são realmente aliados ou são aproveitadores.
Houve muitos aproveitadores no círculo de apoio das esquerdas. Eles ainda existem, em algum momento.
Diante da inocência terrivelmente infantil das esquerdas, houve mais derrotas que vitórias. Essa inocência fez perder as frágeis conquistas alcançadas e os relativos progressos realizados.
A "pobreza linda" foi aceita sem críticas pelas esquerdas, achando que isso era "qualidade de vida".
Essa imagem era um estereótipo da direita, que foi inserido num pacote "identitário" confuso, bem intencionado mas sem muita eficiência.
Não só a pobreza, mas a causa LGBTT, espetacularizada e exageradamente festiva, que também foi vista sem alguma ação ou mobilização mais estratégica.
Tudo foi feito dentro de uma perspectiva por demais espetacularizada, que perdeu o propósito sério da causa.
Na foto que ilustra esta reportagem, Jair Bolsonaro, então deputado federal, e seu colega Marco Feliciano, observavam um beijaço gay num protesto em 24 de maio de 2016, na Câmara dos Deputados.
Eles não pareciam incomodados. O "mito" foi tirar uma foto e ele, Marco e outro parlamentar pareciam tranquilos diante da provocação dos manifestantes.
Muitas manifestações foram realizadas, sem realizar o efeito desejado. E mesmo episódios corajosos como o desfile da Paraíso do Tuiuti viraram fogo de palha.
As esquerdas precisam de ações mais estratégicas, além de um certo desconfiômetro.
Culturalmente, elas se queimaram ao acolher a bregalização cultural que tem um viés conservador e claramente comercial.
As esquerdas embarcaram na falácia do "combate ao preconceito", aceitando formas preconceituosas de expressão, supostamente associadas às classes populares.
Perderam muito com essa emotividade que via esquerdismo até em mulheres-frutas.
Hoje há uma discussão muito grande sobre a politização ou despolitização dos brasileiros.
Nessa discussão, se debate a eficácia de passeatas envolvendo cerca de 10 mil pessoas.
Ou então até que ponto pode repercutir uma casa noturna que abriga cinco mil pessoas e ficar lotada durante um evento tipo "Lula Livre".
A confusão entre um feudo e um universo é muito grande. As esquerdas acabam se comportando como naquela ilusão fotográfica da câmera que faz juntar algumas dezenas de pessoas, num ambiente filmado, dando a impressão de ser uma enorme multidão.
Diante disso, imagina-se que manifestações pontuais podem botar o golpe político a perder. E ele continua em frente, de maneira lamentável.
A direita conseguiu sequestrar o instinto rebelde que as esquerdas, cordeirizadas, deixaram de ter.
Tudo passou a ser festa, espetáculo, pensamento desejoso, fé religiosa, idolatria, sonho, torcida de arquibancada, carnaval.
Devaneios exageradamente emotivos, que reduzem os esquerdistas a beatos acreditando num suposto milagre que alegam estar vindo.
Não há uma postura realista, não há uma reavaliação de seus métodos, abordagens, perspectivas.
Além do mais, os "heróis" da direita que as esquerdas acolhem por supostas simbologias associadas a pobreza, causas identitárias etc, as traem mostrando que não estão aí para o progressismo.
As esquerdas não aprenderam com o caso do Cabo Anselmo, direitista fantasiado de esquerdista.
De 2003 para cá, um sem-número de "cabos anselmos" apareceram com esquerdistas lhes louvando como se fossem seus aliados mais fiéis.
O resultado foi este: golpe de 2016-2018 em várias etapas: da votação da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016 para abertura do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, à fraudulenta eleição de 28 de outubro de 2018 que entregou o poder a Jair Bolsonaro.
As esquerdas moderam a isca do "baile funk" supostamente contra o impeachment, e fizeram papel de palhaços diante do processo que ceifou o governo Dilma Rousseff na moleza.
Esquecemos que o DJ Rômulo Costa era a raposa comandando a festa no galinheiro, com os aliados dele na Câmara dos Deputados, votando pelo "Fora Dilma", ou na Rede Globo, fazendo campanha contra.
E as esquerdas ainda ficam fragmentadas, protestando contra temas pontuais, sem alguma coesão ou união que se comparasse às Diretas Já.
Uma manifestação é contra a Reforma da Previdência, outra é contra a homofobia, outra é em memória à Marielle Franco, mas nenhuma delas coesa, com uma causa única, um "Fora Tudo" referente ao golpe de 2016.
São pautas apenas pontuais, que minimizam o impacto das manifestações, não bastasse elas serem ignoradas pela imprensa hegemônica.
Mesmo que a imprensa hegemônica fosse boicotar as manifestações progressistas, se estas tivessem força, a mídia venal seria, um dia, forçada a dar ampla cobertura, engolindo seco os protestos.
Mas não. Os protestos são pontuais, quando não espetacularizados, perdendo o tom ativista e caindo no vazio de manifestações sem criatividade e que, todavia, soam meramente burocráticas.
Enquanto isso, assistimos pasmos à fúria da direita que faz gozação com os pontos fracos dos esquerdistas ou usando mentiras como a criminalização do ex-presidente Lula.
Um exemplo é o jornal Meia Hora, cortejado por setores das esquerdas, que no entanto fez sua esculhambação ao ex-presidente Lula na edição de ontem.
Nela o ex-presidente é creditado como "aliado" de Michel Temer, sem saber que o temeroso ex-presidente rompeu com as alianças, na verdade feitas por conveniência, com o Partido dos Trabalhadores.
Trata-se de uma manchete "coxinha", um aviso para quem achava que o Meia Hora era um equivalente contemporâneo da Última Hora ou do Pasquim.
De ingenuidade em ingenuidade, as esquerdas acabam perdendo as roupas que deixaram enquanto foram nadar no lago pantanoso do establishment.
Comentários
Postar um comentário