Existe uma certeza de que o governo Jair Bolsonaro se encontra extremamente fragilizado.
Mas isso, digamos, em relação ao titular, a seus três filhos, aos aliados diretos e a parte festiva de seu ministério.
Já se fala até mesmo que Jair Bolsonaro não vá sobreviver no mandato até o fim deste ano.
Eu já estava preparado para isso, desde quando ele ainda era um favorito na campanha de segundo turno para a Presidência da República.
É tanta "canelada" que dificilmente o "mito" sairá ileso diante de tanta queda de credibilidade.
Nenhuma realização positiva de seu governo foi feita até agora, dois meses após sua posse.
Até Fernando Collor de Mello, terrível canastrão político, pelo menos trouxe alguma esperança para os brasileiros, em que pese o pesadelo do confisco das poupanças.
E Michel Temer, perto do que hoje é o governo Bolsonaro, ainda nos permitia dormirmos tranquilos, se comparado ao que temos hoje.
Essas "caneladas" parecem transformar o governo Bolsonaro numa grande bagunça e fazer valer o apelido pejorativo do presidente de "Bozo".
Seus filhos também aprontam muito e a ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, mais parece saída de um programa humorístico de televisão.
Essas "caneladas", no entanto, parecem servir de cortina de fumaça para três estratégias.
Uma é a intenção do vice, general Antônio Hamilton Mourão, de assumir o mandato de vez.
Outra é a atuação de Paulo Guedes, o "superministro" da Economia, que pretende aproveitar a bagunça para realizar o "pacote de maldades" contra os trabalhadores e o patrimônio econômico brasileiro.
E a coisa vai muito além da "reforma da Previdência", que na prática vai acabar com a aposentadoria e substitui-la por "títulos de capitalização" da previdência privada.
Ou seja, quem ganha menos não terá o benefício, porque os trabalhadores terão que pagar mais para obter aposentadorias com um mínimo de dignidade.
Guedes também pretende levar adiante seu plano de privatizações e completar a entrega das reservas de pré-sal do petróleo brasileiro para empresas estrangeiras.
E Sérgio Moro completará seu projeto punitivista que, dizem, "enxugará" e "higienizará" a população brasileira, criando brechas legais que poderão ser interpretadas como justificativas para atos violentos.
Enquanto isso, outras medidas acontecem. Ontem, foi concluído um acordo entre EUA e Brasil para utilização da base espacial de Alcântara, no Maranhão.
Os EUA, segundo dados oficiais, contribuirão "apenas" com tecnologia, mas tudo indica que a base será, na prática, uma extensão do território estadunidense.
Ainda mais quando se sabe que o Maranhão é um dos Estados brasileiros próximos da Venezuela, o que significa que será mais um ponto de "abrigo" das forças estadunidenses para ajudar na "ajuda humanitária" que se dirige ao país.
Essa ajuda, da parte da base de Alcântara, pode vir de satélites que podem monitorar o rastreamento do território venezuelano e a comunicação entre as forças golpistas estadunidenses e suas aliadas.
Em tudo quanto é área próxima da Venezuela, onde os EUA se alojarem será estratégico para o golpe que irá derrubar Nicolas Maduro.
E hoje a Venezuela vive cerca de uma semana de apagão, uma sabotagem das elites para promover o caos no país vizinho nosso.
Venezuela vive "2016" três anos depois do Brasil.
Enquanto isso, nosso país está numa situação muito frágil, que não se resolverá com a saída de Jair Bolsonaro, no caso de seus escândalos se tornarem insuportáveis para as elites.
Comentários
Postar um comentário