Há uma semana, observei, no trecho da Av. Marquês do Paraná, em Niterói, pessoas atravessando o meio da rua, se arriscando diante do tráfego veloz.
Brechas no trânsito, quando não há carros passando no momento, permitiam uma travessia sem risco, mas, mesmo assim, isso não é muito confortável.
Esse trecho é próximo ao do cruzamento das avenidas Marquês do Paraná e Roberto Silveira com a Rua Miguel de Frias, na altura do Rio Cricket.
Nesse cruzamento, há duas sinaleiras, muito problemáticas para os pedestres, e que exigem paciência de Jó para atravessar, e, ainda assim, às pressas para não perder cada sinal.
Exige-se a construção de uma passarela, mas é necessário também deslocar o outdoor eletrônico e mexer com os postes de energia elétrica.
Mas aqui mobilidade urbana, em Niterói, só se resume à "bebilidade" do "correspondente da Rua Moreira César", que só entende a mobilidade do seu copo de cerveja.
E, se antes, com Rodrigo Neves, a mobilidade urbana se reduzia a ações manjadas e fáceis como recapear asfaltos e planejar ciclovias, com ele preso e substituído pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Bagueira (o cargo de vice já estava vago), a coisa piorou.
A mobilidade urbana agora se resume a... IMOBILIDADE.
Bagueira virou apenas um burocrata, que apenas cumpre o que já foi pré-determinado, sem qualquer ação estratégica, que já não era o forte de Rodrigo Neves.
Aliás, Rodrigo teve a prisão revogada ontem, por decisão da maioria dos desembargadores do 3º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Dos sete desembargadores, seis votaram pela soltura e um, pela permanência na prisão.
Quanto ao retorno de Rodrigo à Prefeitura de Niterói, cinco desembargadores votaram a favor, e dois contra.
Rodrigo, no entanto, não poderá sair do Estado do Rio de Janeiro nem do Brasil, seus passaportes serão recolhidos e ele não pode ficar fora de Niterói por mais de oito dias.
Além disso, ele não poderá mais estabelecer contato com outros envolvidos de possível esquema de corrupção, ao qual o prefeito é acusado de participação.
Quanto à novela da "avenida de bairro" que se tornou a RJ-106 em Niterói, esperemos que ela não leve sete décadas para se tornar realidade.
O pessoal que quer ir para a Região dos Lagos pela RJ-106 continua disputando pista com veículos que vão e vem em Várzea das Moças e Rio do Ouro, que carecem de avenida própria.
Até ocorrer um trágico acidente tudo isso continua numa boa, com o terrenão que deveria ser para nova avenida de Rio do Ouro e Várzea das Moças vulnerável à especulação imobiliária.
Ninguém, seja o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o DER-RJ - indiferente ao fato de que a RJ-106 vira "avenida de bairro" em Niterói - e outros órgãos competentes agem.
E as passarelas na Av. Marquês do Paraná? E as das estradas Francisco da Cruz Nunes e Caetano Monteiro? Dizem que há planejamento, por conta desta última, mas tudo ficou no papel.
Niterói, antes considerada 4ª maior cidade em Índice de Desenvolvimento Humano, passa por uma decadência vertiginosa.
Não são só as autoridades que abandonaram Niterói. Os niteroienses, preocupados com "coisas importantes" como o futebol da cidade vizinha e o cigarro que os levará rapidinho ao cemitério.
Se isso é qualidade de vida, não dá para entender. Felicidade medida pela vitória de um time de futebol ou pela tragada de nicotina não é felicidade, é masoquismo.
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