FALSO NERD, MAROMBEIRO, E FALSO LOSER, ARMAMENTISTA.
O atentado em Suzano, ocorrido na semana passada, mostra a desqualificação dos excluídos sociais, num claro esforço de padronizar a sociedade brasileira.
Consta-se que os falecidos atiradores, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro se autoproclamavam losers, sobretudo o primeiro, mais novo, com 17 anos, que se queixava de "ser vítima" de valentonismo.
Falou-se que os dois assassinos eram pessoas solitárias, que moravam com os pais, que usavam muito o computador e, supostamente, recebiam gozação da sociedade.
Só que essa "gozação" se dava por privilégios como os dois serem branquinhos e de boa pinta.
Não se pode ser nerd no Brasil, porque hoje "ser nerd' virou ser gorducho ou marombeiro, barbudo fashion de óculos, que lê quadrinhos, vê séries de TV e usa computador demais.
O "nerd" no Brasil parece boa vida demais e se joga demasiado sobre a plateia para ser considerado alguém vindo da irmandade Lambda-Lambda-Lambda do Vingança dos Nerds.
O "nerd" de hoje, da linha "Se Beber Não Case", garanhão de bromance, cervejão-ão-ão, mais parece vir da irmandade Lambada-Lambada-Lambada do Vingança dos Bullies.
O chamado loser, termo que os ex-nerds adotaram ao ver que o termo está hoje mais próximo do valentão de comic con, agora está associado ao garoto-problema que provoca terrorismo nas escolas.
Isso virou uma infinidade de mal entendidos, pois criminalizar os perdedores sociais também é tão injusto quanto criminalizar os praticantes de jogos eletrônicos.
Sofrer valentonismo não faz necessariamente de alguém um terrorista ou um vingador de qualquer espécie.
Isso é inocentar os valentões que humilham jovens solitários nas escolas, nas ruas e nas redes sociais, é classificar a truculência desses agressores morais como "brincadeira saudável", conforme a sociedade moralista durante séculos classificou.
Um valentão "prestigiado" que ofende e ameaça solitários é tão criminoso quanto supostos solitários que realizam chacinas em escolas, igrejas ou cinemas.
Mas aqui no Brasil tipos sociais são alvos de depreciação ou de distorção de imagem.
Num país em que mulher solteira tem sua imagem sutilmente ridicularizada pela grande mídia, associada ao sensualismo compulsivo e ao hedonismo obsessivo, os solitários também são humilhados.
Quem não está nos bailes dos privilegiados é alvo de humilhação ou de distorção de imagem.
São depreciados ou têm seu perfil alterado conforme as conveniências do momento, como se vê no termo "nerd", que hoje se aproxima mais dos valentões que antes agrediam os antigos nerds.
E isso num contexto que temos hoje de um cenário político abertamente reacionário, isso é muito, muito perigoso.
Ser um não-privilegiado, não bastasse ficar de fora de muitos benefícios, torna-se pior quando sua imagem é promovida de forma negativa através da mídia.
Daí para jogar nerds e losers no mesmo holocausto diário que atinge mulheres, negros e a comunidade LGBTT é um pulo.
Triste Brasil que agride as minorias sociais.
O atentado em Suzano, ocorrido na semana passada, mostra a desqualificação dos excluídos sociais, num claro esforço de padronizar a sociedade brasileira.
Consta-se que os falecidos atiradores, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro se autoproclamavam losers, sobretudo o primeiro, mais novo, com 17 anos, que se queixava de "ser vítima" de valentonismo.
Falou-se que os dois assassinos eram pessoas solitárias, que moravam com os pais, que usavam muito o computador e, supostamente, recebiam gozação da sociedade.
Só que essa "gozação" se dava por privilégios como os dois serem branquinhos e de boa pinta.
Não se pode ser nerd no Brasil, porque hoje "ser nerd' virou ser gorducho ou marombeiro, barbudo fashion de óculos, que lê quadrinhos, vê séries de TV e usa computador demais.
O "nerd" no Brasil parece boa vida demais e se joga demasiado sobre a plateia para ser considerado alguém vindo da irmandade Lambda-Lambda-Lambda do Vingança dos Nerds.
O "nerd" de hoje, da linha "Se Beber Não Case", garanhão de bromance, cervejão-ão-ão, mais parece vir da irmandade Lambada-Lambada-Lambada do Vingança dos Bullies.
O chamado loser, termo que os ex-nerds adotaram ao ver que o termo está hoje mais próximo do valentão de comic con, agora está associado ao garoto-problema que provoca terrorismo nas escolas.
Isso virou uma infinidade de mal entendidos, pois criminalizar os perdedores sociais também é tão injusto quanto criminalizar os praticantes de jogos eletrônicos.
Sofrer valentonismo não faz necessariamente de alguém um terrorista ou um vingador de qualquer espécie.
Isso é inocentar os valentões que humilham jovens solitários nas escolas, nas ruas e nas redes sociais, é classificar a truculência desses agressores morais como "brincadeira saudável", conforme a sociedade moralista durante séculos classificou.
Um valentão "prestigiado" que ofende e ameaça solitários é tão criminoso quanto supostos solitários que realizam chacinas em escolas, igrejas ou cinemas.
Mas aqui no Brasil tipos sociais são alvos de depreciação ou de distorção de imagem.
Num país em que mulher solteira tem sua imagem sutilmente ridicularizada pela grande mídia, associada ao sensualismo compulsivo e ao hedonismo obsessivo, os solitários também são humilhados.
Quem não está nos bailes dos privilegiados é alvo de humilhação ou de distorção de imagem.
São depreciados ou têm seu perfil alterado conforme as conveniências do momento, como se vê no termo "nerd", que hoje se aproxima mais dos valentões que antes agrediam os antigos nerds.
E isso num contexto que temos hoje de um cenário político abertamente reacionário, isso é muito, muito perigoso.
Ser um não-privilegiado, não bastasse ficar de fora de muitos benefícios, torna-se pior quando sua imagem é promovida de forma negativa através da mídia.
Daí para jogar nerds e losers no mesmo holocausto diário que atinge mulheres, negros e a comunidade LGBTT é um pulo.
Triste Brasil que agride as minorias sociais.
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