FOLIÕES PARODIAM CORRUPÇÃO NO GOVERNO BOLSONARO EM BLOCO CARNAVALESCO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, INTERIOR PAULISTA.
O Brasil está na Idade Média repaginada e até o nosso Carnaval segue esse clima.
As esquerdas, ingenuamente, acreditam nessa espécie de quixotismo folião, entendendo o protesto contra o governo Bolsonaro como uma mobilização para derrubar o governo.
Se essa derrubada não ocorreu com o governo Michel Temer, que, feliz da vida, completou seu desgoverno rindo dos gritos de "Fora Temer", um governo como Bolsonaro se torna mais difícil.
Apesar da aparente debilidade, sobre Bolsonaro se apoiam importantes elites do capital financeiro e estrategistas políticos e militares vinculados aos EUA.
No Carnaval deste ano, foliões gritavam em várias partes do país, "Ei, Bolsonaro, vai tomar no..." ou "Bolsonaro é o c******", como se isso fosse influir no cenário político.
Esquecem as esquerdas do caráter catártico do antigo "Carnevale" medieval.
Nessa época, a folia era um período provisório de inversão de valores e de desabafo popular, no qual o Rei de cada lugar era "hostilizado" enquanto também havia o hedonismo do sexo, da bebida e de, digamos, "outras substâncias".
Era um período provisório de catarse, por alguns dias, aproximadamente cinco, e que serviam para o povo despejar seus instintos e botar tudo para fora.
Mas, passado esse desabafo, tudo voltava à normalidade e à mesma resignação servil, revoltas eventuais à parte.
No ano passado, se superestimou o desfile da Paraíso do Tuiuti, com a figura do Vampirão, paródia do presidente Michel Temer, sósia do Bela Lugosi no papel de Drácula.
Repercutiu bem, a ponto de Temer proibir que o Vampirão usasse a faixa presidencial no desfile das campeãs do Carnaval carioca de 2018.
Mas nada a ponto de ameaçar o governo.
Pior: as esquerdas engoliram a pegadinha do Léo Santana, cantor de "pagodão" baiano, na sua versão para o "funk" intitulado "Vai dar PT".
Achavam que o título da música se referia ao Partido dos Trabalhadores.
Não, não era. PT era "perda total", e as esquerdas morderam a isca dessa pegadinha, num ano em que Lula foi preso e Bolsonaro foi eleito presidente da República.
Este ano, a Paraíso do Tuiuti escolheu como enredo a trajetória do bode Ioiô, eleito vereador em Fortaleza, nos anos 1920.
O lendário personagem serviu de alter-ego para o ex-presidente Lula, numa associação que foi feita nas alegorias, com a figura de um bode coiceando um animal com formato lembrando tanque militar e pessoas desfilando com roupas vermelhas em alusão ao PT.
O desfile teve repercussão restrita aos círculos esquerdistas, mas a mídia hegemônica subestimou a iniciativa.
O que marcou no Carnaval foi a hegemonia do ultracomercialismo musical do pós-brega (Anitta, Ivete Sangalo, Pabblo Vittar, Ludmilla, Léo Santana, o one-hit wonder Michel Teló etc), apesar de haver várias opções para "todos os gostos".
Foi apenas o contraste entre o tradicionalismo do samba-enredo e a "modernidade" da axé-music, que tenta evitar sua decadência em Salvador.
Por mais que Bell Marques, lá na capital baiana, se esforçasse para apagar a imagem de "dinossauro", ele não consegue ser contemporâneo como Roger Waters, que levantou a plateia na Arena Fonte Nova, no ano passado, consegue ser.
Bem menos sorte teve Durval Lélis, que, musicalmente, está praticamente datado, mumificado. O fantasma de Buddy Holly teria muito mais fôlego novidadeiro se aparecesse entre nós.
Mas eles são coadjuvantes ao lado de outros como Harmonia do Samba, Psirico e o pseudo-cult É O Tchan, no espetáculo em que Ivete Sangalo mostra sua supremacia de sempre.
E nada disso vai influir na queda de Bolsonaro nem na soltura de Lula.
Tudo isso é apenas o Carnevale em que a liberdade de instintos não pode ser confundida com mobilização popular progressista.
Até porque, a essas alturas, até mesmo os bolsomínions eurustidos, os não-arrependidos que tentam pegar carona nos arrependidos, estão mandando o "mito" ir tomar naquilo.
Trata-se apenas de um período de catarse provisória, que se encerra hoje, e que depois dará lugar à normalidade pós-temerosa dos últimos meses.
Não será o clima de luto que, nos EUA, o público jovem vive com a perda do grandioso Luke Perry.
Será um clima de morbidez de um país desnorteado que até hoje manteve seus entulhos sócio-culturais e morais mantidos desde a ditadura militar, da bregalização cultural ao endeusamento aos ridículos "médiuns espíritas", como um farsante que usava peruca.
A única sorte que teremos será quando a crise do governo Bolsonaro ir longe demais e o Brasil se cansar de tantos erros, banalizados como num outro "carnaval", sempre fora de época e bem menos divertido até para os foliões mais mórbidos.
O Brasil está na Idade Média repaginada e até o nosso Carnaval segue esse clima.
As esquerdas, ingenuamente, acreditam nessa espécie de quixotismo folião, entendendo o protesto contra o governo Bolsonaro como uma mobilização para derrubar o governo.
Se essa derrubada não ocorreu com o governo Michel Temer, que, feliz da vida, completou seu desgoverno rindo dos gritos de "Fora Temer", um governo como Bolsonaro se torna mais difícil.
Apesar da aparente debilidade, sobre Bolsonaro se apoiam importantes elites do capital financeiro e estrategistas políticos e militares vinculados aos EUA.
No Carnaval deste ano, foliões gritavam em várias partes do país, "Ei, Bolsonaro, vai tomar no..." ou "Bolsonaro é o c******", como se isso fosse influir no cenário político.
Esquecem as esquerdas do caráter catártico do antigo "Carnevale" medieval.
Nessa época, a folia era um período provisório de inversão de valores e de desabafo popular, no qual o Rei de cada lugar era "hostilizado" enquanto também havia o hedonismo do sexo, da bebida e de, digamos, "outras substâncias".
Era um período provisório de catarse, por alguns dias, aproximadamente cinco, e que serviam para o povo despejar seus instintos e botar tudo para fora.
Mas, passado esse desabafo, tudo voltava à normalidade e à mesma resignação servil, revoltas eventuais à parte.
No ano passado, se superestimou o desfile da Paraíso do Tuiuti, com a figura do Vampirão, paródia do presidente Michel Temer, sósia do Bela Lugosi no papel de Drácula.
Repercutiu bem, a ponto de Temer proibir que o Vampirão usasse a faixa presidencial no desfile das campeãs do Carnaval carioca de 2018.
Mas nada a ponto de ameaçar o governo.
Pior: as esquerdas engoliram a pegadinha do Léo Santana, cantor de "pagodão" baiano, na sua versão para o "funk" intitulado "Vai dar PT".
Achavam que o título da música se referia ao Partido dos Trabalhadores.
Não, não era. PT era "perda total", e as esquerdas morderam a isca dessa pegadinha, num ano em que Lula foi preso e Bolsonaro foi eleito presidente da República.
Este ano, a Paraíso do Tuiuti escolheu como enredo a trajetória do bode Ioiô, eleito vereador em Fortaleza, nos anos 1920.
O lendário personagem serviu de alter-ego para o ex-presidente Lula, numa associação que foi feita nas alegorias, com a figura de um bode coiceando um animal com formato lembrando tanque militar e pessoas desfilando com roupas vermelhas em alusão ao PT.
O desfile teve repercussão restrita aos círculos esquerdistas, mas a mídia hegemônica subestimou a iniciativa.
O que marcou no Carnaval foi a hegemonia do ultracomercialismo musical do pós-brega (Anitta, Ivete Sangalo, Pabblo Vittar, Ludmilla, Léo Santana, o one-hit wonder Michel Teló etc), apesar de haver várias opções para "todos os gostos".
Foi apenas o contraste entre o tradicionalismo do samba-enredo e a "modernidade" da axé-music, que tenta evitar sua decadência em Salvador.
Por mais que Bell Marques, lá na capital baiana, se esforçasse para apagar a imagem de "dinossauro", ele não consegue ser contemporâneo como Roger Waters, que levantou a plateia na Arena Fonte Nova, no ano passado, consegue ser.
Bem menos sorte teve Durval Lélis, que, musicalmente, está praticamente datado, mumificado. O fantasma de Buddy Holly teria muito mais fôlego novidadeiro se aparecesse entre nós.
Mas eles são coadjuvantes ao lado de outros como Harmonia do Samba, Psirico e o pseudo-cult É O Tchan, no espetáculo em que Ivete Sangalo mostra sua supremacia de sempre.
E nada disso vai influir na queda de Bolsonaro nem na soltura de Lula.
Tudo isso é apenas o Carnevale em que a liberdade de instintos não pode ser confundida com mobilização popular progressista.
Até porque, a essas alturas, até mesmo os bolsomínions eurustidos, os não-arrependidos que tentam pegar carona nos arrependidos, estão mandando o "mito" ir tomar naquilo.
Trata-se apenas de um período de catarse provisória, que se encerra hoje, e que depois dará lugar à normalidade pós-temerosa dos últimos meses.
Não será o clima de luto que, nos EUA, o público jovem vive com a perda do grandioso Luke Perry.
Será um clima de morbidez de um país desnorteado que até hoje manteve seus entulhos sócio-culturais e morais mantidos desde a ditadura militar, da bregalização cultural ao endeusamento aos ridículos "médiuns espíritas", como um farsante que usava peruca.
A única sorte que teremos será quando a crise do governo Bolsonaro ir longe demais e o Brasil se cansar de tantos erros, banalizados como num outro "carnaval", sempre fora de época e bem menos divertido até para os foliões mais mórbidos.
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