A quarta-feira de cinzas rendeu uma grande queimadura no presidente Jair Bolsonaro.
O "mito", que levantava a bandeira da moral e dos bons costumes, se deu mal ao tentar "denunciar" uma ocorrência de Carnaval.
No perfil da Presidência da República no Twitter, Bolsonaro colocou um vídeo no qual um homem de trajes sumários urina e dança em cima de um ponto de táxi com a mão enfiada no seu ânus.
Só que o tiro saiu pela culatra. Jair Bolsonaro, mesmo sob o pretexto da denúncia, não poderia de jeito algum publicar uma imagem dessas, de um nível obsceno deplorável.
A sua atitude foi tão grave que viola até mesmo os termos e condições determinados pelo Twitter.
Além disso, o vídeo não foi exibido no perfil pessoal de Bolsonaro, mas no da Presidência da República.
Isso é bem mais grave. Como prevê a Lei 1.079, de 10 de abril de 1950, Bolsonaro pode perder o mandato, se for aplicado este instrumento legal. Vejamos:
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO
Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:
7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decôro do cargo.
Isso significa que o presidente, tão preocupado com a "moral e os bons costumes", está com sério risco de sofrer impeachment, bastando uma iniciativa neste sentido por alguém na Justiça.
O episódio repercutiu mal na mídia de esquerda, na mídia de direita e na mídia internacional e é um dos piores itens da coleção de escândalos que o governo Bolsonaro acumula só em dois meses.
Jair Bolsonaro implicou com o Carnaval e havia veiculado, dias antes, um vídeo em que um cantor interpretava uma marchinha que criticava a Lei Rouanet.
Artistas como Daniela Mercury e Caetano Veloso repudiaram a marchinha.
Bolsonaro não é o tipo de líder que respeita datas cívicas como o Carnaval.
Mas se for o aniversário do golpe militar de 1964, no final deste mês - apesar do fato ter se consumado no Primeiro de Abril - , Bolsonaro comemora com muito prazer.
A plutocracia também mostrou outro escândalo, que é o da Operação Lava Jato.
Todo o dinheiro repatriado da chamada corrupção está agora numa fundação organizada pelos membros da força-tarefa da festejada operação.
Em outras palavras, isso significa que aquele sonhado dinheiro público que havia sido desviado pelos políticos e diretores de estatais e que tinha sido recuperado agora vai para os cofres dos juízes e procuradores envolvidos na Lava Jato.
O valor de R$ 2,5 bilhões tirados do esquema da Petrobras estão agora nas contas dos seus membros, sob pretexto de "investir na recuperação de escolas públicas".
Talvez Luiz Bonat, o juiz que agora assume oficialmente as tarefas que Sérgio Moro deixou pendentes na Operação Lava Jato, deve também receber seus benefícios.
R$ 2,5 bilhões já é uma quantia modesta diante dos prejuízos bem maiores que a Lava Jato causou, cancelando obras de grande porte no Brasil e no exterior e destruindo milhares de empregos.
Ver que esse dinheiro cairá nas mãos de Deltan Dallagnol e companhia é assustador.
E isso, combinado com o vídeo pornográfico divulgado por Jair Bolsonaro - que, ignorante, ainda perguntou o que é a tal de golden shower (eufemismo para "urina"), só nos faz lembrar uma palavra: VERGONHA.
Vamos ver agora se os bolsomínions vão se orgulhar de ficar sempre fazendo valentonismo em cima dos outros.
Depois de anos ofendendo as pessoas, os bolsomínions agora vão sentir sobre si mesmos as chacotas que tanto fizeram contra outras pessoas, nas redes sociais.
Agora eles vão ver o que foi ter votado no "mito" que agora anda enrolado com "laranjas", ministros lunáticos e "chuveiro de ouro".
Comentários
Postar um comentário