"MINIFESTAÇÃO" PRÓ-SÉRGIO MORO EM NITERÓI - SÓ POUCO MAIS DE CEM PESSOAS FORAM, MUITOS FORAM EMBORA E NO COMEÇO DA TARDE TUDO HAVIA ACABADO.
Os tietes da Operação Lava Jato estavam irritados. Não só pelas notícias do The Intercept que repercutem no mundo inteiro, mas também pela baixa adesão à manifestação, ou melhor, "minifestação".
A marcha era em favor a Sérgio Moro, que ocorreu em várias cidades do Brasil, um fracasso retumbante com direito a desentendimentos internos.
No Rio de Janeiro, uma bolsonarista que tinha o cabelo tingido de ruivo foi hostilizada por manifestantes, que a acusaram de "petista".
Já em São Paulo, membros do Direita SP e do MBL (Movimento Brasil Livre, ou seja, Movimento Me Livre do Brasil) trocavam farpas, por causa de pautas das quais não concordavam.
Andei em Icaraí, e tudo parecia ser uma grande marcha, pois Niterói é um dos redutos bolsonaristas no Rio de Janeiro.
Só que não. A marcha, que começou às 10 da manhã de ontem, com a concentração de sempre, da Reitoria da UFF (final da Rua Miguel de Frias), só abrangeu dois quarteirões.
Poucos minutos depois, já se via gente indo embora.
Um cantor e tecladista na Praça Getúlio Vargas continuava soltando seu vozeirão, mais potente do que o carro de som dos esquentadinhos verde-amarelos.
Mas a maior animação estava nos banhistas, nos praticantes de esportes como vôlei, peteca e futebol e, principalmente, nos limites da Praia de Icaraí com a Praia João Caetano, cachorros brincavam entre si, muito alegres.
Já a "minifestação" tentou fazer de conta que estava grandiosa. Os "gatos pingados" tinham que ficar juntos, para ficar bem na fita... e no selfie.
"Estão querendo derrubar o governo (Jair Bolsonaro)", "Vagabundo é que está fazendo greve neste país", eram algumas coisas ditas pelo tresloucado rapaz, que promete que virá mais manifestações nas ruas por Moro e Bolsonaro.
A faixa "#SomosTodosSérgioMoro", usada na "minifestação" de 26 de maio passado, apareceu novamente.
O pessoal bem que tentou. O trânsito de veículos foi bloqueado entre a Rua Álvares de Azevedo e a Rua Mariz e Barros. Sete quarteirões.
A marcha só alcançou dois quarteirões. Bem menos da metade. Grandes trechos estavam vazios, dava até para uma pessoa brincar com seu cachorrinho ou andar de esqueite.
Mas o mais incrível é que tanta gente foi embora e o discurso do carinha e de uma moça que também falava no carro de som não estava empolgando senão uns fanáticos que insistiram em permanecer na marcha.
A coisa se deu de tal forma que, pouco após a hora do almoço, já não havia um sinal da "histórica manifestação".
"Acabo de passar por Icaraí, Niterói. Acho que faltou pó e capim, não tem gado na rua", escreveu a internauta Wilma Pessoa, ao divulgar imagens de 14h58 de ontem, das quais o trânsito fluía como se nada tivesse acontecido antes.
E, no resto do país, os bolsomínions ficaram muito furiosos, mas tiveram que engolir o saldo negativo das "minifestações".
LÉO PINHEIRO FOI FORÇADO A MENTIR SOBRE O TRIPLEX DO GUARUJÁ, PARA A OPERAÇÃO LAVA JATO PODER DECRETAR A PRISÃO DO EX-PRESIDENTE LULA.
A patota de pavio curto deve não ter digerido a grande novidade do The Intercept, divulgada pela parceira Folha de São Paulo.
Ela confirma a suspeita de que o executivo José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira baiana OAS, foi pressionado para mudar a versão do triplex do Guarujá, que a Lava Jato queria que fosse atribuído ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A versão oficial que fez Lula ser condenado à prisão foi dada em 2017, um ano depois de Léo ter firmado acordo de delação premiada para a OLJ.
Foi uma conversa entre procuradores no aplicativo de mensagens Telegram que confirmou que o executivo sofreu pressões para dar a versão que agradaria o juiz Sérgio Moro.
A primeira versão dada foi que a OAS quis oferecer o triplex de presente a Lula sem exigir coisa alguma em troca.
A força-tarefa da Operação Lava Jato obrigaram Léo a mudar a versão para que ele obtivesse crédito e os procuradores assinarem um termo de confidencialidade com os advogados.
Léo mudou uma vez, mas não bastou. Teve que adaptar para uma terceira versão, que definia a concessão do triplex como propina, para poder fazer delação.
A matéria completa foi publicada aqui.
Essa revelação, segundo o advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, reforça a farsa com que foi feito o processo contra Lula e é mais um fator para anular a condenação.
Em país menos imperfeito, a revelação já faria a Justiça anular a sentença de prisão, soltando Lula imediatamente.
E não é apenas isso. Como a prisão envolveu interesses eleitoreiros, evitando a candidatura de Lula para um novo mandato, a Justiça, em condições mais decentes, teria também declarado a anulação da chapa de Jair Bolsonaro e Antônio Hamilton Mourão.
Isso significa que haveria condição para anular o mandato de Bolsonaro e abrir novas eleições.
Mas como vivemos num país injusto e desigual como o Brasil...
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