A plutocracia conseguiu, mais uma vez.
Ontem, foi aprovado o texto-base da chamada Reforma da Previdência, na votação feita na Câmara dos Deputados.
O lobby de políticos de centro-direita e extrema-direita, junto às elites empresariais e financeiras e a mídia que lhes é solidária, venceu mais uma vez, com sua pressão.
A votação não se concluiu, mas um grande passo foi dado: o texto principal foi aprovado, agora serão votadas as alterações de alguns pontos polêmicos.
O grosso, no entanto, deve permanecer: a prorrogação do prazo de aposentadoria, o cálculo dos benefícios na média de todos os salários, aumento da contribuição para quem ganha mais que o teto do INSS, entre outras mudanças.
A reforma irá complicar a vida das classes proletárias, que terão que pagar muito, trabalhar mais tempo e gastar mais energias físicas e mentais, só para obter um benefício irrisório.
Isto é, se chegarem vivos para tal oportunidade.
A mídia hegemônica tenta vender a Reforma da Previdência como aquele sabão em pó que promete recuperar o branco das roupas amareladas mas apenas enfraquece seus tecidos.
Ela enrola, falando em idades de aposentadoria, formas de obter benefícios, que mais confundem do que esclarecem.
Só esconde o principal: que os trabalhadores irão pagar mais e trabalhar mais tempo para se aposentarem, além de só poderem receber valores abaixo da dignidade salarial.
Os mais pobres ainda terão dificuldade de contribuir para a Previdência Social, e não terão grana para bancar a previdência privada.
As mudanças a serem feitas não parecem ajudar muito a minimizar os prejuízos.
O pior é que o governo Jair Bolsonaro pagou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares para garantir a aprovação da reforma.
E, entre os parlamentares, a "esquerdista" Tabata Amaral, mostrou ser a fofinha de centro-direita ao votar a favor da Reforma da Previdência, o que lhe valerá, provavelmente, a expulsão do PDT, marquise partidária que a abriga, por enquanto.
O mais grave é que os mais interessados pela Reforma da Previdência não são contemplados pelas regras que defendem.
Eles querem é impor aos trabalhadores maiores sacrifícios para obterem aposentadoria.
O resto é, para eles, lucro. Lucro para o setor financeiro que fatura com a previdência privada.
A Previdência Social está no corredor da morte. A morte de quem trabalha demais, sempre ganhando muito pouco, e perdendo muitas forças.
Para muita gente, depois da reforma a aposentadoria não passará de uma grande miragem.
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