A principal notícia de ontem foi a prisão de quatro supostos hackers acusados de invadir os celulares de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol para copiar seu conteúdo.
Eles também são acusados de alterar as mensagens que haviam sido e continuam sendo divulgadas pelo jornal The Intercept, por Glenn Greenwald e sua equipe.
Dois dos supostos criminosos foram identificados. São de Araraquara. Os outros detidos seriam da cidade de Ribeirão Preto. Araraquara e Ribeirão Preto são cidades do interior paulista.
Eles são Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", de 30 anos, e Gustavo Henrique Elias Santos, o "Gugo Dubra", de 28, este tendo trabalhado como DJ.
Os supostos hackers foram presos depois que, além de Moro e Dallagnol, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, também dizerem que tiveram celulares hackeados.
O mesmo foi feito pela deputada Joice Hasselmann, que disse a mesma estória.
Essa prisão também vem depois de uma denúncia trazida pela deep web sobre um suposto plano "ecoterrorista" para matar Bolsonaro, seus filhos e ministros como Damares, de um hipotético grupo chamado Sociedade Secreta Silvestre (SSS).
Esses rumores surgem para desmoralizar o trabalho de Glenn Greenwald de investigar os bastidores da Operação Lava Jato.
Há muitas estranhezas nessas narrativas, bastante confusas e contraditórias, mas convincentes o suficiente para enganar o brasileiro médio que consome veneno midiático.
A SSS causa estranheza pela narrativa surreal, pela fonte suspeita da Internet profunda e pelo fato de um membro sair dedurando o seu próprio plano, sem ser dissidente dessa organização.
Já existem suspeitas fortes na narrativa do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, atribuídos ao ex-presidente Lula. Grandes fofocas.
Ou a complacência de Jair Bolsonaro, que deveria estar inflexível com o suposto esfaqueador Adélio Bispo de Oliveira, deixou que o caso fosse encerrado.
O presidente deveria ter recorrido à sentença que determinou que Adélio era inimputável e deveria ser internado num manicômio, por sofrer de doença mental. Mas não o fez.
E Adélio, antes do suposto atentado durante campanha do então presidenciável, era acusado de frequentar aulas de tiro em estabelecimentos de propriedade dos filhos de Bolsonaro.
Também se suspeita da falta de uma marca convincente de facada no abdome do presidente.
Agora tem essa estorinha dos hackers, que causará pavor nos tietes da Operação Lava Jato.
Aliás, a confusão é tanta que a blindagem de Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para poupar Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz no caso de corrupção inquietou também os lavajatistas.
É o preço estabelecido por tantas e tantas farsas. Temeu-se que o caso Queiroz, ao ser poupado de ser investigado pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), barraria outros casos semelhantes.
Mas a plutocracia deu um jeito e apenas Flávio e Fabrício não seriam investigados.
Uma das mensagens divulgadas pelo Intercept mostra Deltan Dallagnol sabendo do caso de Flávio Bolsonaro e sugerindo que Moro protegia o senador e filho do presidente para não desagradar seu chefe governamental e arrumar um assento no STF.
Os supostos hackers contarão mais uma estória, assim que prestarem depoimento. Daí o perigo que isso representa para o agravamento do golpe político vigente desde 2016.
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