Nunca antes na história de nosso país houve um governo que começou e segue em séria crise.
Foi algum governo petista?
Não, está sendo o atual governo de Michel Temer.
O homem de 428 votos tentou minimizar os protestos contra ele.
(428 votos são resultado da soma de 367 da Câmara dos Deputados e 61 do Senado Federal, que jogaram 54,5 milhões de votos no lixo)
A sociedade plutocrática até se esforça, nas mídias sociais, para defender o presidente Temer.
Mas assim que o ator Gregório Duvivier, um dos críticos do governo temeroso, disse que não dá para defender a "Dona Folha", que condenou os protestos de rua, também é difícil defender o sr. Temer.
A grande mídia até enfatizou ministros como Eliseu Padilha, José Serra e Henrique Meirelles, mais do que o próprio Temer, nas notícias "positivas" sobre o governo.
Temer é indigesto até para a plutocracia que o defende com unhas e dentes.
Até os "coxinhas" sabem do risco que é defender um governo destes.
Por enquanto, eles usam o pretexto do "fim dos 13 anos do PT", como dissessem "ruim com Temer, pior com Dilma".
E defendem uma agenda retrógrada sob a desculpa de "combater a crise".
Como se o crescimento do país dependesse de gente trabalhando mais horas e terminando o dia exaustas de tão longa carga horária.
Isso é rendimento profissional? Não!
E os idosos tendo que trabalhar mais? Aposentadoria com 65 anos, não só para homens como também para mulheres, e isso se o fator previdenciário não prorrogar mais anos.
Velhice seria para repensar a vida e curtir as coisas boas.
A gente vê que, só na meia-idade, entre 45 e 60 anos, há muita gente, muita mesmo, que precisa repensar a juventude.
Empresários, economistas, advogados e médicos com diploma, vovôs de primeira viagem e tudo, agem como se precisassem urgentemente voltar para a Universidade.
Empresários de 48 anos perguntando a adolescentes de 16 o que é se divertir.
Empresários de 64 anos com uma compreensão da vida pior do que muito rapagão menor de idade.
Profissionais liberais cientes de sua autonomia profissional mas que cometem gafes fora da profissão.
Hoje vemos um momento de crise de valores.
E aí comparamos os protestos de rua contra o governo Temer com os que havia contra Dilma.
Os que eram contra Dilma Rousseff eram menos intensos, patrocinados por partidos políticos,
Tinham divulgação no Jornal Nacional.
A polícia dos governos direitistas ficava assistindo a tais passeatas e os "tiras" posavam em selfies com os manifestantes.
Mas não tinha tanta gente assim.
Tanto que, só na conservadora Niterói, o número de manifestantes anti-Dilma não chegava a preencher um quilômetro de rua.
Já os protestos contra Michel Temer são mais espontâneos.
Combinados nas mídias sociais, nas salas de escolas, nas cantinas universitárias, nos quintais e quadras das residências.
Tem os sindicatos, sim, mas também outras entidades sociais.
Um movimento eclético, em que nem todos necessariamente são petistas.
Mas todos compartilham uma causa progressista, e um repúdio comum ao governo temeroso.
E aí a polícia de Alckmin "bota pra quebrar", prendendo manifestantes que apenas estavam na frente da marcha policial.
Isso repercutiu mal e "queima" mais ainda o governador paulista, com fama de autoritário.
Alckmin "treinou" para a "luta" o seu então secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.
Deixou-o pronto para integrar a equipe de notáveis reaças do governo temeroso.
Um governo que até agora só apagou o incêndio de sua crise com querosene.
Imagina-se que o Brasil está perdido no seu rumo.
Michel Temer disse que o período de insegurança "acabou".
Mas, se acabou, acabou de começar.
Ainda não sabemos o que vai acontecer.
Mas, em todo caso, os protestos de rua precisam se intensificar e permanecer.
É o único instrumento de impacto para pressionar um governo efetivado sem votos.
Talvez com o povo nas ruas e os trabalhadores se manifestando - ontem, por exemplo, iniciou-se a greve dos bancários - , o caráter temeroso do governo se torne menos assustador.
Com mais gente se manifestando, o medo de cada pessoa diminui com a solidariedade de muitos indivíduos a criar uma multidão de corajosos a protestar contra o governo dos covardes.
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