TENTARAM "EMEPEBIZAR", NA ERA FHC, OS NEO-BREGAS DA ERA COLLOR. SOBROU POMPA E LUXO, MAS FALTOU ARTE.
Sabe-se que uma parcela da intelectualidade quer destruir a MPB.
Treinada pelos acadêmicos ligados ao PSDB e Folha de São Paulo, foram fazer free lancer para os barões da grande mídia.
Oportunistas, foram para a mídia esquerdista vender a causa neoliberal.
A ideia era evitar o que ocorreu durante os primórdios da ditadura militar.
Na época, cepecistas e bossanovistas esqueceram divergências e, através dos festivais de MPB, buscaram resistir ao regime militar com música brasileira de qualidade.
A música brasileira adiou por pouco mais de uma década, entre 1964 e 1977, sua rendição ao comercialismo voraz da bregalização.
E, por esse período, a MPB moderna neutralizou o crescimento dos ídolos cafonas apoiados pelo coronelismo midiático que respaldou a ditadura militar.
Foi só em 1978 que a coisa começou a cair de vez, descontando um breve período em que o Rock Brasil trouxe inteligência e modernidade ao público jovem, entre 1982 e 1989.
A partir de 1990, a coisa caiu de vez, mas a crítica especializada resistia ao rendimento à bregalização crescente que enriquecia os barões do entretenimento.
Falsos sambistas, falsos caipiras, um falso funk que nada lembrava os instrumentais fortes e a preocupação com arranjos de James Brown e seguidores.
Era um "funk" sem músicos, sem cantores, em que vocalistas esganiçados vociferavam letras sob uma única batida, como num karaokê.
Tudo isso era patrocinado por rádios apadrinhadas, pouco antes, pelos "coronéis" ACM e Sarney, e que haviam sido bases de apoio regional do governo Collor, junto a políticos locais associados.
Tinha também a baianidade de fachada, a axé-music, e a nordestinidade de mentirinha, do entreguista "forró eletrônico", mais para for all do que para forró com seu jeitão tex-mex de ser.
Mas quem comandava o espetáculo eram os "pagodeiros românticos" e os "sertanejos" com suas músicas piegas e um som que quase nada tinha de samba ou música caipira.
A desculpa para essa deturpação musical era que eles faziam leitura "pop" dos dois gêneros musicais.
"Pagodeiros" mexendo os pezinhos e cantando sobre "barata da vizinha", "pimpolho" e tudo o mais.
"Sertanejos" com mullets sonhando com Nashville e cantando sobre problemas amorosos confusos.
Esses sucessos radiofônicos eram considerados a "baixaria" musical que conhecedores de música brasileira apontaram na época, por volta de 1990 a 1992.
Eram os neo-bregas da Era Collor, que sucederam a breguice de motel de Michael Sullivan, dentro do plano de desmonte da Música Popular Brasileira.
Eles foram ofuscados pelos neo-tropicalistas de 1993, puxados pela iniciativa de Marisa Monte.
Mas voltaram na Era FHC, que primeiro despejou a axé-music no Brasil inteiro, para depois lançar a fórmula milagrosa de fazer os neo-bregas serem "levados a sério" pela opinião pública.
Com o apoio da Rede Globo, os neo-bregas eram repaginados e passaram a fazer MPB de mentirinha.
Uma pseudo-MPB igualzinha ao que foi feito de pasteurizado na música brasileira dos anos 80.
Gravando covers de sucessos da MPB em especiais temáticos da rede televisiva dos Marinho.
"Pagodeiros" e "sertanejos", entre outros neo-bregas da Era Collor, reapareciam na televisão da Era FHC portando uma nova cosmética visual, sonora, tecnológica e publicitária.
Continuaram musicalmente medíocres, mas havia um jeito, já que todo o trabalho era feito por arranjadores, produtores, assessores, maquiadores e tudo o mais.
Tudo parecia falsamente sofisticado. Sobrava pompa, luxo, tudo era "bom gosto" demais, bem mais "bom gosto" do que o "bom gosto" emepebista que horrorizava os intelectuais "bacanas".
Faltava criatividade. Havia uma linha de montagem para fazer aquela "música caipira" ou aquele "samba romântico" que muitos pensavam ser "nova MPB".
Mas "pagodeiros" e "sertanejos" acabavam fazendo música para churrascaria, para motel, fazendo couvert artístico e se nivelando aos calouros de reality shows musicais.
O repertório autoral continuava sendo tão sofrível quanto nos tempos da "barata da vizinha" e do "respondi, tenho ódio e morro de amor por ela".
A blindagem intelectual "bacana" veio ainda no final da Era FHC.
Passaram a exaltar a música brega-popularesca, ou a Música de Cabresto Brasileira, como se fosse a "verdadeira MPB", olhando mais para a plateia do que para o palco.
Acharam que isso era libertário, queriam "bolivarizar" até a dança da boquinha da garrafa, mas ignoravam que "emepebizar" o brega era só uma fórmula capitalista de investir dinheiro para "melhorar" a cafonice radiofônica.
Ora, se o dinheiro não traz felicidade, ele irá trazer mais talento?
A nossa intelligentzia, tão legal e cheia de visibilidade, se esquece que a relevância artística não é uma simples questão de mais dinheiro no bolso.
E se esquecem do verdadeiro mérito: o dos arranjadores que realizaram toda essa cosmética para fazer os neo-bregas soarem pretensamente emepebistas para o consumo festivo das elites.
Sabe-se que uma parcela da intelectualidade quer destruir a MPB.
Treinada pelos acadêmicos ligados ao PSDB e Folha de São Paulo, foram fazer free lancer para os barões da grande mídia.
Oportunistas, foram para a mídia esquerdista vender a causa neoliberal.
A ideia era evitar o que ocorreu durante os primórdios da ditadura militar.
Na época, cepecistas e bossanovistas esqueceram divergências e, através dos festivais de MPB, buscaram resistir ao regime militar com música brasileira de qualidade.
A música brasileira adiou por pouco mais de uma década, entre 1964 e 1977, sua rendição ao comercialismo voraz da bregalização.
E, por esse período, a MPB moderna neutralizou o crescimento dos ídolos cafonas apoiados pelo coronelismo midiático que respaldou a ditadura militar.
Foi só em 1978 que a coisa começou a cair de vez, descontando um breve período em que o Rock Brasil trouxe inteligência e modernidade ao público jovem, entre 1982 e 1989.
A partir de 1990, a coisa caiu de vez, mas a crítica especializada resistia ao rendimento à bregalização crescente que enriquecia os barões do entretenimento.
Falsos sambistas, falsos caipiras, um falso funk que nada lembrava os instrumentais fortes e a preocupação com arranjos de James Brown e seguidores.
Era um "funk" sem músicos, sem cantores, em que vocalistas esganiçados vociferavam letras sob uma única batida, como num karaokê.
Tudo isso era patrocinado por rádios apadrinhadas, pouco antes, pelos "coronéis" ACM e Sarney, e que haviam sido bases de apoio regional do governo Collor, junto a políticos locais associados.
Tinha também a baianidade de fachada, a axé-music, e a nordestinidade de mentirinha, do entreguista "forró eletrônico", mais para for all do que para forró com seu jeitão tex-mex de ser.
Mas quem comandava o espetáculo eram os "pagodeiros românticos" e os "sertanejos" com suas músicas piegas e um som que quase nada tinha de samba ou música caipira.
A desculpa para essa deturpação musical era que eles faziam leitura "pop" dos dois gêneros musicais.
"Pagodeiros" mexendo os pezinhos e cantando sobre "barata da vizinha", "pimpolho" e tudo o mais.
"Sertanejos" com mullets sonhando com Nashville e cantando sobre problemas amorosos confusos.
Esses sucessos radiofônicos eram considerados a "baixaria" musical que conhecedores de música brasileira apontaram na época, por volta de 1990 a 1992.
Eram os neo-bregas da Era Collor, que sucederam a breguice de motel de Michael Sullivan, dentro do plano de desmonte da Música Popular Brasileira.
Eles foram ofuscados pelos neo-tropicalistas de 1993, puxados pela iniciativa de Marisa Monte.
Mas voltaram na Era FHC, que primeiro despejou a axé-music no Brasil inteiro, para depois lançar a fórmula milagrosa de fazer os neo-bregas serem "levados a sério" pela opinião pública.
Com o apoio da Rede Globo, os neo-bregas eram repaginados e passaram a fazer MPB de mentirinha.
Uma pseudo-MPB igualzinha ao que foi feito de pasteurizado na música brasileira dos anos 80.
Gravando covers de sucessos da MPB em especiais temáticos da rede televisiva dos Marinho.
"Pagodeiros" e "sertanejos", entre outros neo-bregas da Era Collor, reapareciam na televisão da Era FHC portando uma nova cosmética visual, sonora, tecnológica e publicitária.
Continuaram musicalmente medíocres, mas havia um jeito, já que todo o trabalho era feito por arranjadores, produtores, assessores, maquiadores e tudo o mais.
Tudo parecia falsamente sofisticado. Sobrava pompa, luxo, tudo era "bom gosto" demais, bem mais "bom gosto" do que o "bom gosto" emepebista que horrorizava os intelectuais "bacanas".
Faltava criatividade. Havia uma linha de montagem para fazer aquela "música caipira" ou aquele "samba romântico" que muitos pensavam ser "nova MPB".
Mas "pagodeiros" e "sertanejos" acabavam fazendo música para churrascaria, para motel, fazendo couvert artístico e se nivelando aos calouros de reality shows musicais.
O repertório autoral continuava sendo tão sofrível quanto nos tempos da "barata da vizinha" e do "respondi, tenho ódio e morro de amor por ela".
A blindagem intelectual "bacana" veio ainda no final da Era FHC.
Passaram a exaltar a música brega-popularesca, ou a Música de Cabresto Brasileira, como se fosse a "verdadeira MPB", olhando mais para a plateia do que para o palco.
Acharam que isso era libertário, queriam "bolivarizar" até a dança da boquinha da garrafa, mas ignoravam que "emepebizar" o brega era só uma fórmula capitalista de investir dinheiro para "melhorar" a cafonice radiofônica.
Ora, se o dinheiro não traz felicidade, ele irá trazer mais talento?
A nossa intelligentzia, tão legal e cheia de visibilidade, se esquece que a relevância artística não é uma simples questão de mais dinheiro no bolso.
E se esquecem do verdadeiro mérito: o dos arranjadores que realizaram toda essa cosmética para fazer os neo-bregas soarem pretensamente emepebistas para o consumo festivo das elites.
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