Notícia publicada no portal G1, das Organizações Globo, anunciou a homologação do aeroporto de Cláudio, no interior de Minas Gerais, autorizado para circulação de aviões de pequeno porte.
Aviões que fazem voos comerciais não estão autorizados a usar o aeroporto, que recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que inicia o processo de regulamentação do local.
A área pertenceu à família de Aécio Neves, que, durante os anos em que ele foi governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010, deixando o mandato para concorrer ao Senado Federal, substituído pelo seu vice, Antônio Anastasia.
A dupla, hoje atuando no Senado, participou da votação final do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Há uma estranheza na construção de um aeroporto em Cláudio, na época em que Aécio governava Minas Gerais, sendo uma pequena e pouco destacada cidade mineira, tipicamente rural e sem um grande hospital.
Houve dois inquéritos sobre a construção do aeroporto, uma em 2009 e outra em 2014.
No primeiro, uma denúncia questionava a validade da obra, uma vez que a cidade vizinha de Cláudio, Divinópolis, também tinha aeroporto regional.
Houve arquivamento em 2014 sob a alegação de que não houve improbidade administrativa.
As duas alegações eram que o aeroporto de Cláudio fazia parte de um "plano de modernização" dos aeroportos mineiros e que a chave do aeroporto ficava com a prefeitura do município, não com um familiar de Aécio.
Uma segunda investigação foi feita naquele mesmo ano, 2014, mas em 2015 foi arquivada.
O Ministério Público de Minas Gerais, que conduziu ambos os inquéritos, constatou que as obras "não violam os princípios da administração pública, em especial o da impessoalidade".
Nos inquéritos, só documentos foram apresentados, mas não houve depoimentos nem perícias, sequer em relação ao preço estimado para construção da pista, próximo de R$ 14 milhões.
Os familiares de Aécio não são citados nas investigações. O segundo inquérito só foi aberto depois de uma reportagem da Folha de São Paulo. Sempre a influência midiática para impulsionar investigações.
São os mesmos processos jurídicos vagos, parciais e incompletos, que seguem tendências ideológicas específicas.
A Justiça em geral, sobretudo a de Minas Gerais nos tempos de Aécio Neves e seu "escudeiro" Antônio Anastasia, segue a mesma tendência de Sérgio Moro e companhia.
Quando os acusados são do PSDB, as investigações os omitem e tudo termina sem punição dos verdadeiros culpados.
Quando os acusados são do PT, as investigações chegam a suspeitos sem que a culpa fosse sequer vagamente formulada.
Tudo são questões ideológicas. Investigações superficiais, confusas, mas frouxas para os tucanos e duras demais para os petistas.
É essa Justiça que abriu caminho para o Brasil temeroso que vivemos.
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