A Rede Globo, ao que parece, está liberando aos poucos os protestos contra o governo Temer.
O temeroso governo, embora lute para salvar, sutilmente começa a ser desconstruído por parte da direita que o apoiou.
Não falta quem queira salvar o temeroso presidente e deixá-lo até 2018, para passar a faixa presidencial a um sucessor.
Um dos dois ministros do STF haviam dito que, numa investigação de irregularidades na campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014, a deposição de Temer traria "consequências" para o país.
Outro ministro disse que a permanência de Temer até 2018 não representaria "aberração jurídica".
Temer ainda recorreu aos decadentes jovens do MBL, Revoltados On Line e companhia para fazerem propaganda a favor do governo nas mídias sociais.
Mas pode soar uma transição entre um governo que, aos poucos, deixa de ter o apoio de toda a direita que derrubou Dilma Rousseff e jogou no lixo 54,5 milhões de votos.
Eduardo Cunha, abandonado por Michel Temer, agora admite que a própria campanha pelo impeachment que teve o próprio deputado cassado presidindo a sessão de 17 de abril passado, foi um golpe parlamentar.
Cunha escreve um livro que contará os bastidores da derrubada de Dilma, da formação do governo Temer e, como o ex-deputado se considera traído pelos aliados, revelações bombásticas dos bastidores.
Voltando ao STF, ele só dará um parecer definitivo sobre a chapa Dilma-Temer em 2017. Na hipótese de Temer for afastado do poder, haverá eleições indiretas, com chances descartadas do Congresso Nacional eleger um candidato progressista.
Em todo caso, parece que o governo Temer começa a ser desconstruído.
Seu evento-teste para a "Ponte para o Futuro", alcunha do Plano Temer, já começou errado.
O ministro da Educação, José Mendonça Filho, tentou eliminar artes e educação física do currículo e estabeleceu regras, como a carga horária integral obrigatória de sete horas, sem considerar condições nem consultar a sociedade e os especialistas no setor.
A reforma foi criticada até por Fausto Silva, do Domingão do Faustão, durante uma conversa com o convidado atleta Diego Hypólito.
Faustão não é um primor de figura progressista, diga-se de passagem. Mas seu comentário, pela sua visibilidade, já virou até trend topic no Twitter com a palavra-chave "Faustão".
Algumas frases do Faustão foram ditas no seu comentário, que incluiu uma xingação:
"A educação física os caras iam tirar. Essa porra desse governo nem começou, não sabe se comunicar e já faz a reforma sem consultar ninguém".
"Então, o país que mais precisa de educação faz uma reforma com cinco gatos pingados que não entende porra nenhuma, que não consulta ninguém e aí, de repente, tira a educação física, que é fundamental na formação do cidadão".
"Aí, quando você percebe, um país como esse, que tem uma saúde de quinta [categoria], não tem segurança, não tem emprego, não tem respeito a profissões básicas. O país que não respeita professor, pessoal da polícia e pessoal da área de saúde e um país que não oferece o mínimo ao seu cidadãos".
Se, num dos principais programas de uma corporação conservadora como a Globo, se faz um comentário desses chamando o governo Temer de "porra", isso quer dizer uma coisa.
Que o governo Temer, que nunca trouxe qualquer tipo de esperança, começa a perder o pouco fôlego que tentava ter, ou fazia de conta que tinha.
Até Fernando Henrique Cardoso minimizou o papel de "herói" de Henrique Meirelles, dizendo que ele não será candidato à sucessão de Temer.
E José Serra, outro "herói" do governo, pegou muito mal com sua gafe sobre os BRICS.
E isso com encrencas cometidas por outros ministros, como Alexandre de Moraes (Justiça), Marcelo Calero (Cultura) e José Mendonça Filho (Educação), entre outros.
A equipe de notáveis, pelo menos, realmente foi notável. Pelas suas piores qualidades.
A História definirá o governo Temer como um dos piores da história de nossa República.
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