A crise política no Brasil é extrema e generalizada. Atinge até mesmo o partidarizado Poder Judiciário.
Hoje uma polêmica envolveu dois ministros do Supremo Tribunal Federal.
O ex-presidente Ricardo Lewandowski, num surto de arrependimento comparável ao de Joaquim Barbosa, declarou que o impeachment que afastou a presidenta Dilma Rousseff é um "tropeço da democracia".
Gilmar Mendes rebateu, dizendo que "tropeço é o fatiamento da votação", referente às etapas do afastamento do mandato e da perda de direitos políticos da presidenta afastada e hoje expulsa do poder.
A atitude de Lewandowski foi estranhamente tardia,
Lewandowski chegou a derrubar ações do advogado e ex-ministro de Dilma, José Eduardo Cardozo, para anular o processo de impeachment.
A título de comparação, o então presidente do STF mandou soltar Luís Fabiano Ribeiro Brito, acusado de integrar o criminoso PCC, alegando "problemas de instrução processual" e respeitando o princípio constitucional da presunção de inocência ("todos são inocentes até prova em contrário").
Ou seja, um acusado de integrar o PCC era "menos perigoso" do que uma chefe do Executivo ligada ao Partido dos Trabalhadores.
Lewandowski agora chora o leite que ajudou a derramar.
Ele e Gilmar Mendes, quando as circunstâncias permitiam, foram cúmplices na campanha pelo afastamento de Dilma, fantasiado de processo jurídico.
E aí Lewandowski só admitiu agora, com o "tropeço" feito, o erro do processo de impeachment.
O Brasil está há quase cinco meses sem Dilma no governo, mas com Michel Temer, cuja gestão só está provocando crises.
E alguns personagens contribuíram para isso: Eduardo Cunha, os calunistas das Organizações Globo e da revista Veja.
E Gilmar Mendes, com seus tropeços, que fazem ele ser mais um político tucano sob o disfarce de um juiz de uma entidade máxima da hierarquia jurídica, o Supremo Tribunal Federal.
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