A crise do governo Michel Temer é tão grande que até a plutocracia e sua mídia associada admite que as vaias e protestos contra o presidente efetivo são muito intensos.
Não dá mais para esconder ou continuar como Temer e José Serra declararam, o primeiro definindo como "no máximo 100" e o outro, como "mini, mini, mini, mini".
Os protestos em São Paulo e a truculência da polícia do governador Geraldo Alckmin deram ainda mais visibilidade.
E, na abertura das Paraolimpíadas, Temer esteve presente, e, por isso, foi vaiado.
Já se passou uma semana do impeachment definitivo de Dilma Rousseff, e ela até arrumou as malas para Porto Alegre, depois de esvaziar o gabinete presidencial.
A Força Aérea Brasileira até inventou uma violenta tempestade para evitar que ela desembarque no Aeroporto Salgado Filho, onde manifestantes pró-Dilma iriam receber a ex-presidenta.
A simples recepção poderia se transformar num manifesto devastador contra Michel Temer.
Temer, presidente ilegítimo, que conquistou o poder sem voto, é vaiado por tudo quanto é canto.
Até no seu comportamento dá para perceber que ele é um canastrão político, alguém que não inspira a menor confiabilidade.
Até no Encontro com Fátima Bernardes, da Globo, a banda de apoio do cantor Johnny Hooker se apresentou com um tecladista usando a camiseta com a mensagem "Fora Temer".
O baterista veio com outra camiseta, dizendo: "Quem não tem voto cassa com golpe".
O Estadão teve que engolir esse fato e noticiá-lo friamente.
Mas a coisa também não sai de graça. Miriam Leitão, a comentarista de Economia das Organizações Globo, com espaço no Bom Dia Brasil da TV Globo e com programa próprio na Globo News, disparou um comentário na rede CBN.
"As críticas ao presidente são por insatisfação por decisões tomadas antes de sua posse", disse Miriam.
Ela ainda acrescentou: "Nada se dá de forma milagrosa. O Fora Temer é coisa de movimentos do PT. Quem herda o governo, paga o preço".
Ela minimizou o repúdio a Temer: "A população vive com inflação e desemprego, que são os motivos das vaias. Medidas que serão tomadas pelo novo governo terão solução em longo prazo".
O jornalista Leandro Fortes, em nota no Facebook, definiu Miriam Leitão como "funcionária do mês", já que esse comentário vai muito de acordo com os interesses do baronato midiático.
Que "solução" se pode esperar com trabalhadores aumentando carga horária de trabalho, prorrogando a aposentadoria, ganhando menos salários e perdendo o direito de assistência gratuita à saúde, é algo que não vai dar para entender.
Até porque teremos trabalhadores ainda mais exaustos, cansados e abatidos. O que não lhes dará força para superar essa crise.
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