A onda das falsas "praças públicas" de rua em Niterói veio sem aviso.
A imprensa não noticiou, o comércio não anunciou, tudo isso foi construído à revelia.
São grosseiras construções que, vistas de fora, lembram currais.
Já existem, pelo menos cinco, em Niterói. Surgem feito praga.
A primeira dessas aberrações está na Rua Cel. Moreira César, em frente ao Central Prime.
Das demais, há uma na Travessa Alberto Victor, entre a antiga sede da Prefeitura de Niterói (hoje Secretaria da Fazenda) e a Praça do Rink.
TRAVESSA ALBERTO VICTOR, NO RINK, CENTRO SUL DE NITERÓI. A "PRAÇA" É UM TRAMBOLHO QUE APARECE EM COR MARROM. NOS ANOS 80, A TRAVESSA ERA PARTE DO PERCURSO DAS LINHAS 43-2 E 49-2. IMAGINE SE ISSO CONTINUASSE HOJE?
Nos anos 1980, a Travessa Alberto Victor era parte do trajeto das linhas de ônibus 43-2 e 49-2, de grande demanda na cidade.
Imagine se essas duas linhas passarem pela mesma rua hoje, e tivessem que enfrentar a rua apertada de carros estacionados e a aberrante "praça pública".
Seria um horror de tanto congestionamento, como se não bastassem os que já ocorrem em Niterói.
Mas o pior problema é o silêncio da chamada "opinião pública" niteroiense.
Com um problema na "sua cara", o "correspondente da Rua Cel. Moreira César", dublê de jornalista que só noticia para os amigos na Internet, fica calado e omisso.
Todos fingem que tais "praças" não existem, para, depois, ao virem esses locais, forem sentar em seus bancos para jogar conversa fora ou dormir.
Os niteroienses têm indignação seletiva. Se revoltam com vagas rotativas privativas de comerciantes, mas não se indignam com as pseudo-praças grosseiramente montadas em plenas ruas.
O que se tem que fazer não é estimular esses monstrengos tidos como "praças públicas", armados por estabelecimentos comerciais e bares sem qualquer autorização, pelo que eu saiba.
Temos que estimular a frequência das praças que já existem, pois muitas delas estão abandonadas.
A Rua Cel. Moreira César deveria ter estacionamento num dos lados proibido, para permitir a fluidez do tráfego, muito congestionado no local.
Ficamos até perguntando se não é necessário retomar definitivamente a mão dupla da Av. Roberto Silveira e jogar o tráfego para escoar nas ruas paralelas, como Tavares de Macedo e Moreira César?
A mobilidade urbana, em Niterói, definitivamente não se limita a construir ciclovias.
E não adianta o "niteroiense médio" falar, nesse momento, que não deveria supervalorizar os automóveis, só como desculpa para a não construção de novas vias.
Já é hora de construir avenidas largas ligando a Rua Ver. Duque Estrada à Estrada Viçoso Jardim, e esta também ter uma via de ligação para a Av. Jansen de Mello, para resolver os congestionamentos!
Vão deixar tudo para 2090, junto à proposta de nova avenida para Rio do Ouro e Várzea das Moças?
Já nos basta o papelão da via Cafubá-Charitas, um projeto urbanístico de 1943!
Até essa via ser inaugurada, os niteroienses enfrentavam, felizes, o longo e congestionado tráfego da Estrada Francisco da Cruz Nunes para o São Francisco, via Largo da Batalha.
É tanto conformismo, tanta resignação com as zonas de conforto, que vale até curtir a preguiça nessas aberrantes "praças de rua".
Enquanto isso, o pessoal da Região dos Lagos quer ir e vir pela RJ-106 e Niterói não deixa, porque nesse trecho estão os constantes congestionamentos na "avenida de bairro".
É hora de largar esse comodismo. IDH alto não cai do céu.
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