O jornalista Régis Tadeu, em um de seus vídeos recentes, falou que os ídolos popularescos estão deixando a música para segundo plano.
Nomes como Ivete Sangalo e Anitta não estão mais preocupados em lançar com regularidade um material novo e "robusto", como descreveu Régis, e estão mais preocupados em aparecer na televisão ou fazer comerciais.
A música popularesca mostra a sua debilidade. Afinal, até os ídolos popularescos cansam de fazer música, até porque a qualidade delas é horrível e não há boa vontade para fazer algo que preste.
Eu acrescento ao comentário de Régis Tadeu a constatação de que os ídolos popularescos geralmente têm de dois a cinco sucessos nacionais e, depois, só lhes resta lucrar como subcelebridades.
Chitãozinho & Xororó, por exemplo, nunca se destacaram com canções autorais, próprias, e eles só fazem sucesso gravando músicas dos outros, recentemente investindo no sucesso pseudo-cult "Evidências", do bolsonarista José Augusto.
Alexandre Pires agora faz carreira como crooner, dentro daquela linha brega-chique.
Latino há muito tempo não lança um sucesso e, em 30 anos, só lançou dois hits: "Me Leva" e "Festa no Apê", esta uma versão de "Dragosta Din Tei", do grupo moldávio-romeno O-Zone.
O É O Tchan vive da imagem de suas dançarinas e do requentamento de seus antigos sucessos.
Valesca Popozuda vive de sua imagem "sensual" ou de suas pretensões "feministas".
Pabblo Vittar se mantém em evidência com suas aventuras andróginas que fazem com que ele seja reconhecido e tratado pela mídia como se fosse uma mulher.
Thiaguinho, durante anos, repercutiu mais como marido da atriz Fernanda Souza e aspirante a apresentador de programas musicais.
Até Luan Santana mais parece preocupado em aparecer em programa de TV, campanha comercial etc.
Zezé di Camargo & Luciano enfatizam mais sua rotina de (sub)celebridades, o mesmo ocorrendo com o cantor Belo, hoje interagindo com a esposa Gracyanne Barbosa nas aventuras fitness e na rotina amorosa.
Os breganejos João Bosco & Vinícius, apesar dos nomes usurparem a MPB, nunca tiveram um sucesso próprio, gravando apenas uma canção de outro compositor, "Chora Me Liga", que por sinal foi "chupada" de "I'm Yours", de Jason Mraz.
Ou seja, é fácil criar um nome artístico para confundir o público, independente de serem os nomes de batismo dos intérpretes breganejos.
Mas a obra da dupla não chega sequer aos calcanhares, em quantidade e qualidade, às obras dos verdadeiros João Bosco, de "O Bêbado e o Esuilibrista", e Vinícius (de Moraes).
Wesley Safadão também enfatiza suas aparições em campanhas publicitárias.
Frank Aguiar, Chimbinha, Joelma e outros faturam com factoides que repercutem na grande mídia.
E Amado Batista, espécie de "Odair José da extrema-direita", fica justamente se destacando apoiando Jair Bolsonaro.
É até gozado que a intelectualidade "bacana" e artistas solidários e complacentes à causa pró-brega, passem pano demais nessa mediocridade popularesca.
Certa vez, o músico Celso Fonseca, sem conseguir um destaque na mídia (apesar dele ser talentoso), quis exaltar o funqueiro MC Leozinho a ponto de usar o pensamento desejoso para ver neste intérprete um "artista produtivo e visionário".
Só que MC Leozinho nunca foi mais do que um one-hit wonder dos mais fracos e artisticamente bastante debilitados.
Exigir que MC Leozinho seja o novo Tom Jobim, falando de Baixo Gávea, garota na praia, asa delta, pôr-do-sol etc é até uma tortura, para alguém que mal consegue ir além do medíocre sucesso "Se Ela Dança, Eu Danço".
É triste ver que essa "campanha contra o preconceito" que martelou durante anos e anos, como um IPES-IBAD pós-tropicalista, só serviu para fazer as elites passarem pano para os fenômenos popularescos.
Só que nem seus ídolos conseguem ter fôlego para continuar fazendo música. Talvez eles mesmos saibam que suas músicas são muito, muito ruins, e preferem investir em outros ramos.
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