A PREFEITA DE PARIS, ANNE HIDALGO, ENTREGA TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO A LULA, QUE ESTAVA ACOMPANHADO DE DILMA ROUSSEFF E FERNANDO HADDAD.
Não pode estar errado o resto do mundo, quando autoridades e personalidades renomadas e competentes prestam homenagens ao ex-presidente Lula.
A respeitabilidade que o ex-líder sindical recebe nos outros países do mundo é proporcionalmente inversa à humilhação que ele recebe aqui no Brasil, em doses surreais.
Lula é um dos maiores líderes políticos da História do Brasil e seu projeto progressista envolveu iniciativas de emancipação do povo pobre, voltadas à qualidade de vida e à dignidade humana.
O Brasil tem o terrível cacoete de achar que seu provincianismo, por vezes libertino e pseudo-esquerdista, por outras castrador e doentiamente fascista (ou, quando muito, neoliberal), é um primor de originalidade.
Temos uma mídia ao mesmo tempo corporativista, facciosa e somente tendenciosamente objetiva, conforme as circunstâncias permitam.
Temos uma suposta cultura popular que não passa de um pastiche ruim, atrasado e pretensioso do que há de pior no pop estadunidense.
Temos uma intelectualidade e uma comunidade acadêmica que sentem alergia a senso crítico, preferindo acolher monografias e artigos que, mesmo com uma boa dose de chapa-branquismo, apresentem um verniz de objetividade.
É a chamada "cosmética da objetividade", que também contamina o cinema, quando ter senso crítico faz afugentar a quase totalidade dos patrocinadores disponíveis no Brasil.
Temos uma sociedade tão melindrosa que ela prefere viver no mundo da fantasia do que encarar a realidade de maneira objetiva. Presos na fantasia, muitos brasileiros se acham mais realistas que o rei.
É por isso que o Brasil tem um apreço pelas fake news, pelo deep fake, pelas identidades fake e outras desonestidades.
Mas isso não vem de hoje. Os brasileiros têm o mau costume de aceitar até a literatura fake do além, com mensagens "espirituais" que sempre escapam dos aspectos pessoais dos supostos autores mortos.
Pior: acreditam que essa risível literatura é aceita porque "promove a paz mundial" e se destina ao "pão dos pobrezinhos".
Desculpas assim são do nível de um Luciano Huck em seus momentos mais demagógicos.
É tanta falsidade, que, por sorte, não teve "psicografia" atribuída a Marisa Letícia Lula da Silva pedindo para votar em Jair Bolsonaro, porque o PT estava "muito inseguro para voltar ao poder".
Mas chegamos perto disso.
Como um suposto Raul Seixas apelando para aquela ideia retrógrada do "inimigo de si mesmo", um conceito moralista de muito mau gosto que só serve para a pessoa se lançar contra a própria individualidade!
O Brasil é a versão real life da "caverna de Platão", onde as pessoas que estão dentro da caverna pensam que conhecem o mundo exterior mais do que quem está fora dela.
É como a síndrome de Dunning-Kruger, na qual os ignorantes se julgam "mais sábios" do que aqueles que são mais especializados. Em outras palavras, é a mania dos burros se acharem mais sabedores que os sábios.
Tem-se a síndrome de Dunning-Kruger até no radialismo rock, na qual uns bolso-radiófilos acham que, para trabalhar em rádio de rock, NÃO se deve gostar nem entender de rock. Daí defenderem com unhas e dentes as canastrices da Rádio Cidade (RJ) e 89 FM (SP).
É por isso que vemos casos como uma oposição cega, intolerante, obsessiva, contra Lula.
Lula é um sábio que, embora não tenha cursado uma universidade, viveu na carne todo o cotidiano de um proletário, e se dispôs a ler muitos e muitos livros.
Lula é um sujeito que tem uma segurança para falar e agir que surpreendem. Quando estava preso, ele deu várias entrevistas que hoje viraram documentos históricos.
Em que pese eventuais imperfeições, Lula se empenhou para melhorar a vida dos brasileiros, e foi isso que fez as elites iniciarem uma campanha contra ele.
A oposição a Lula mostra o quanto as elites brasileiras, tidas como "formadoras de opinião", se tornaram irritantemente provincianas.
Elas poderiam até se opor a Lula, a Dilma, ao PT, mas dentro de um clima de respeito, ética, honestidade intelectual e um mínimo de compostura possível.
Mas não. Até gente com mais de 65 anos que se tornou reacionária adotou posturas birrentas de fazer qualquer criança de 12 anos ficar preocupada.
Não é, portanto, uma oposição democrática, mas um ódio cego e intolerante que parece um disco pulando, repetindo coisas como "o PT é corrupto", "Lula é Ladrão", "Chora petista" etc.
Lula, em sua estadia na Europa, falou com o Papa Francisco, recebeu título de Cidadão Honorário de Paris e se encontrou com o renomado intelectual Thomas Piketty.
Ao receber o prêmio da prefeita parisiense Anne Hidalgo, Lula estava acompanhado de Dilma Rousseff e Fernando Haddad.
A mídia brasileira praticamente ignorou o fato. Apenas notas de rodapé da Folha de São Paulo e alguns outros jornais. Notas lacônicas. E houve também as notícias nos portais de Internet, mas com uma cobertura fria, só para dizer que cobriu alguma coisa.
Mas o leitor de jornais e revistas impressos e o telespectador simplesmente não foram informados da premiação.
Nas rodas de conversas, só são informados de maneira pejorativa pelos amigos cotidianos: "Aquele safado ainda recebe prêmio! Como aqueles franceses são muito burros!".
O golpismo brasileiro é um retrato da mentalidade provinciana de uma considerável parcela elitista da sociedade.
Seja a má elitista, que clama pelo golpismo, seja a boa elitista, que vê os mais pobres de maneira paternalista.
E eles preferem ignorar a realidade, preferindo suas convicções pessoais. Mesmo os pseudo-esquerdistas, que fingem adorar Lula, também encaram a premiação mais pela cegueira emotiva dos bajuladores do que pela consciência tranquilamente solidária dos apoiadores.
E enquanto a Terra dá voltas em torno do Sol, o mundinho das elites brasileiras gira em torno de seus umbigos.
Não pode estar errado o resto do mundo, quando autoridades e personalidades renomadas e competentes prestam homenagens ao ex-presidente Lula.
A respeitabilidade que o ex-líder sindical recebe nos outros países do mundo é proporcionalmente inversa à humilhação que ele recebe aqui no Brasil, em doses surreais.
Lula é um dos maiores líderes políticos da História do Brasil e seu projeto progressista envolveu iniciativas de emancipação do povo pobre, voltadas à qualidade de vida e à dignidade humana.
O Brasil tem o terrível cacoete de achar que seu provincianismo, por vezes libertino e pseudo-esquerdista, por outras castrador e doentiamente fascista (ou, quando muito, neoliberal), é um primor de originalidade.
Temos uma mídia ao mesmo tempo corporativista, facciosa e somente tendenciosamente objetiva, conforme as circunstâncias permitam.
Temos uma suposta cultura popular que não passa de um pastiche ruim, atrasado e pretensioso do que há de pior no pop estadunidense.
Temos uma intelectualidade e uma comunidade acadêmica que sentem alergia a senso crítico, preferindo acolher monografias e artigos que, mesmo com uma boa dose de chapa-branquismo, apresentem um verniz de objetividade.
É a chamada "cosmética da objetividade", que também contamina o cinema, quando ter senso crítico faz afugentar a quase totalidade dos patrocinadores disponíveis no Brasil.
Temos uma sociedade tão melindrosa que ela prefere viver no mundo da fantasia do que encarar a realidade de maneira objetiva. Presos na fantasia, muitos brasileiros se acham mais realistas que o rei.
É por isso que o Brasil tem um apreço pelas fake news, pelo deep fake, pelas identidades fake e outras desonestidades.
Mas isso não vem de hoje. Os brasileiros têm o mau costume de aceitar até a literatura fake do além, com mensagens "espirituais" que sempre escapam dos aspectos pessoais dos supostos autores mortos.
Pior: acreditam que essa risível literatura é aceita porque "promove a paz mundial" e se destina ao "pão dos pobrezinhos".
Desculpas assim são do nível de um Luciano Huck em seus momentos mais demagógicos.
É tanta falsidade, que, por sorte, não teve "psicografia" atribuída a Marisa Letícia Lula da Silva pedindo para votar em Jair Bolsonaro, porque o PT estava "muito inseguro para voltar ao poder".
Mas chegamos perto disso.
Como um suposto Raul Seixas apelando para aquela ideia retrógrada do "inimigo de si mesmo", um conceito moralista de muito mau gosto que só serve para a pessoa se lançar contra a própria individualidade!
O Brasil é a versão real life da "caverna de Platão", onde as pessoas que estão dentro da caverna pensam que conhecem o mundo exterior mais do que quem está fora dela.
É como a síndrome de Dunning-Kruger, na qual os ignorantes se julgam "mais sábios" do que aqueles que são mais especializados. Em outras palavras, é a mania dos burros se acharem mais sabedores que os sábios.
Tem-se a síndrome de Dunning-Kruger até no radialismo rock, na qual uns bolso-radiófilos acham que, para trabalhar em rádio de rock, NÃO se deve gostar nem entender de rock. Daí defenderem com unhas e dentes as canastrices da Rádio Cidade (RJ) e 89 FM (SP).
É por isso que vemos casos como uma oposição cega, intolerante, obsessiva, contra Lula.
Lula é um sábio que, embora não tenha cursado uma universidade, viveu na carne todo o cotidiano de um proletário, e se dispôs a ler muitos e muitos livros.
Lula é um sujeito que tem uma segurança para falar e agir que surpreendem. Quando estava preso, ele deu várias entrevistas que hoje viraram documentos históricos.
Em que pese eventuais imperfeições, Lula se empenhou para melhorar a vida dos brasileiros, e foi isso que fez as elites iniciarem uma campanha contra ele.
A oposição a Lula mostra o quanto as elites brasileiras, tidas como "formadoras de opinião", se tornaram irritantemente provincianas.
Elas poderiam até se opor a Lula, a Dilma, ao PT, mas dentro de um clima de respeito, ética, honestidade intelectual e um mínimo de compostura possível.
Mas não. Até gente com mais de 65 anos que se tornou reacionária adotou posturas birrentas de fazer qualquer criança de 12 anos ficar preocupada.
Não é, portanto, uma oposição democrática, mas um ódio cego e intolerante que parece um disco pulando, repetindo coisas como "o PT é corrupto", "Lula é Ladrão", "Chora petista" etc.
Lula, em sua estadia na Europa, falou com o Papa Francisco, recebeu título de Cidadão Honorário de Paris e se encontrou com o renomado intelectual Thomas Piketty.
Ao receber o prêmio da prefeita parisiense Anne Hidalgo, Lula estava acompanhado de Dilma Rousseff e Fernando Haddad.
A mídia brasileira praticamente ignorou o fato. Apenas notas de rodapé da Folha de São Paulo e alguns outros jornais. Notas lacônicas. E houve também as notícias nos portais de Internet, mas com uma cobertura fria, só para dizer que cobriu alguma coisa.
Mas o leitor de jornais e revistas impressos e o telespectador simplesmente não foram informados da premiação.
Nas rodas de conversas, só são informados de maneira pejorativa pelos amigos cotidianos: "Aquele safado ainda recebe prêmio! Como aqueles franceses são muito burros!".
O golpismo brasileiro é um retrato da mentalidade provinciana de uma considerável parcela elitista da sociedade.
Seja a má elitista, que clama pelo golpismo, seja a boa elitista, que vê os mais pobres de maneira paternalista.
E eles preferem ignorar a realidade, preferindo suas convicções pessoais. Mesmo os pseudo-esquerdistas, que fingem adorar Lula, também encaram a premiação mais pela cegueira emotiva dos bajuladores do que pela consciência tranquilamente solidária dos apoiadores.
E enquanto a Terra dá voltas em torno do Sol, o mundinho das elites brasileiras gira em torno de seus umbigos.
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