Vai levar um bom tempo para as esquerdas reconhecerem que foram enganadas por Rômulo Costa, que em 17 de abril de 2016, foi o "Cabo Anselmo" da situação.
Juntando as peças do quebra-cabeça, concluímos, através da junção de fatos, que o dono da Furacão 2000 estava no lado dos golpistas e aquele embuste do "baile funk de Copacabana", acertado de maneira traiçoeira com o PT, foi uma "festa das galinhas animada pela raposa".
Portanto, não se trata de opiniões nem de invencionices, só porque não curto "funk". Mesmo se curtisse o "funk", teria que admitir a realidade de que Rômulo Costa é um golpista.
Rômulo se filiou ao PSL pré-bolsonarista, mas ainda assim direitista e golpista, em 2013.
É amigo de políticos direitistas do Rio de Janeiro, e de um jornalista, Luís Erlanger, da Rede Globo, depois trabalhando para o presidente Michel Temer.
Apadrinhou Luciano Huck, dando-lhe o título de "embaixador brasileiro do funk". Oficialmente, o cargo valeu entre 2001 e 2010, mas, na prática, Huck continua sendo um dos maiores apoiadores do gênero.
Afinal, nas brincadeiras de família, Huck chegou a mostrar "Que Tiro é Esse?", de Jojo Toddynho, para os filhos, que imitaram a "coreografia" do sucesso funqueiro.
Voltando a Rômulo Costa, ele em 2017 se reuniu com o senador fluminense do PRB (atual Republicanos), Eduardo Lopes, que votou contra Dilma Rousseff e apoiou Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018.
Costa e Lopes se reuniram para discutir "projetos culturais para a população carente". Isso dentro de uma perspectiva pós-golpe.
A reunião dos dois, na prática, é como se o dono da Furacão 2000 tivesse sido premiado por ludibriar as massas que, anestesiadas pelo "funk", deixaram o golpe ocorrer.
São fatos que, juntos, revelam o quanto as esquerdas foram enganadas por aquele "histórico baile funk anti-impeachment" de 17 de abril de 2016.
E como se isso não bastasse, Rômulo Costa era sogro de uma golpista, a socialite Antônia Fontenelle, conhecida por ter sido viúva do ator e diretor Marcos Paulo.
Entre 2015 e 2017 (inclui, portanto, a época do "baile funk" de Copacabana), Antônia era casada com o filho de Rômulo, Jonathan Costa, que é funqueiro.
Antônia já manifestou sua postura golpista contra Dilma Rousseff, em 2016:
"Senhor Eduardo Cunha, Temer, candidato a presidente do meu país, como estava realmente não poderia ficar, agora corram pra fazer jus toda essa confusão. Uma coisa tá clara, o povo brasileiro está cansado de ser enganado. Façam a diferença, do contrário comeremos o fígado de vocês. Podem apostar. Isso aqui não é ‘House of Cards’. Sem mais".
Antônia e Jonathan se separaram amigavelmente em 2017. E não parece que houvesse conflitos familiares com a socialite, ainda mais no âmbito ideológico.
Antônia também apoiou Jair Bolsonaro na campanha de 2018. E continua defendendo o presidente, em entrevista dada ao jornalista Bruno Soraggi para a Folha de São Paulo:
A socialite e youtuber alega que passou a se "conscientizar politicamente" depois que nasceu o filho mais novo, Salvatore, há três anos, justamente da relação com Jonathan Costa. Antes de então, ela afirmava "nem estar aí para a política". Disse ela:
"Falei: ‘Lascou’. Em que país essas crianças vão crescer? Aí fui me aprofundar”, conta. “A gente está tão cansada de ser assaltada, ser roubada. O povo brasileiro é muito passivo nesse sentido. Não tem saco pra acompanhar essa azia que é a política. E aí eles [políticos] deitam e rolam em cima da gente".
Ela depois acrescentou:
"Vou apoiar esse cara (Jair Bolsonaro). Ele tem aquele jeito temperamental, às vezes acho que ele não está nem aí para a liturgia que o cargo pede, né? Se irrita e fala coisas que um presidente, pelo protocolo, não deveria falar. Mas ele está trabalhando. Tá mostrando ser um cara honesto, né?".
Apesar de tudo isso, a mídia de esquerda fica em silêncio quanto ao caso.
Ainda prevalece a ideia de que Rômulo Costa virou um "esquerdista sincero e solidário" e aquele "baile funk" foi um "ato de coragem para repudiar o golpe político de 2016".
Aquilo foi um "Cavalo de Troia". Ou uma "Eguinha Pocotó de Troia". Mas as esquerdas, "sem preconceitos", não conseguem ter autocrítica nem rever suas posições, algo que é recomendável para quem REALMENTE está despido de preconceitos.
Ainda se espera das esquerdas uma postura autocrítica de admitir que também sofre decepções. A vida é muito complexa para se recusar a adotar autocríticas, pois admiti-las diminui as complicações que a realidade apresenta nos interesses conflituosos das pessoas em geral.
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