O coronavírus, o vírus que provoca a doença Covid-19, é ao mesmo tempo um assunto previsível e lugar comum.
Ele é lugar comum porque ele praticamente tomou conta da agenda setting mundial. Para os desavisados, agenda setting é o hit-parade da notícia.
Ou seja, é tanto comentário e tanta notícia sobre o coronavírus que tudo fica banal, batido e até cansativo, apesar da gravidade da doença.
Mas o assunto é também imprevisível, já que se trata de uma pandemia que já causou centenas de mortes em países como China, Irã e Itália.
A Itália já decretou a proibição de realização de grandes eventos e reuniões com grandes multidões.
As atividades no mundo inteiro ficaram paralisadas, devido ao risco da doença, cujos sintomas, em casos extremos, podem dar em parada respiratória, causando a morte.
Tudo está no começo e o dado imprevisível é que não sabemos que consequências irão surgir.
A doença se dá um século após a gripe espanhola, a praga que dizimou milhares de pessoas no mundo inteiro.
Uma das vítimas da gripe espanhola foi justamente o nosso então presidente da República, Rodrigues Alves (que deu nome a uma avenida na Zona Portuária do Rio de Janeiro).
Eleito presidente, Rodrigues Alves não pôde exercer o mandato, em 15 de novembro de 1918, devido à doença. Como interino assumiu o cargo Delfim Moreira, que tornou-se presidente em definitivo em janeiro de 1919, com a morte do titular.
Atualmente o presidente Jair Bolsonaro está fazendo vários exames, porque ele esteve em contato com o secretário especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten, teve exame de coronavírus apontado como positivo.
Em outras palavras: Wajngarten contraiu a doença.
Wajngarten estava na comitiva do governo Bolsonaro que visitou os EUA, em compromissos que incluíram contatos com Donald Trump e com o empresariado.
Suspeita-se que vários empresários teriam sido contaminados com o coronavírus.
O que se sabe é que Wajngarten já está de quarentena, não podendo atuar no seu cargo até que se cure da doença.
Jair Bolsonaro fez exames e, na contra-prova, deu negativo. Mesmo assim, vários testes estão sendo feitos.
Outro fato certo é que as manifestações que ocorreriam no próximo domingo, em favor de Bolsonaro e contra os poderes Legislativo e Judiciário, foram canceladas.
Neste caso, foi uma boa notícia: as marchas "vergonha alheia" que ameaçariam a democracia não vão mais serem realizadas, por causa da ameaça de contaminação pelo coronavírus.
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