PRAIA ARTIFICIAL CRIADA PELA SABESP, ÀS MARGENS DO RIO PINHEIROS, EM SÃO PAULO.
A SABESP, empresa de saneamento de São Paulo, realizou uma grande gafe nos seus primeiros meses após a privatização, ocorrida em julho do ano passado. Inaugurada em 03 de dezembro de 2024, visando promover o programa Virada Sustentável da empresa, a "Prainha de Paulista" tinha areia, cadeiras para descanso, sombrinhas para abrigar do calor do Sol e até quadra de vôlei e futevôlei.
Segundo comunicado da SABESP, a iniciativa visava criar um "espaço inovador que simboliza transformação, convivência e reflexão sobre o papel de cada cidadão na preservação do meio ambiente", às margens do Rio Pinheiros, revitalizado pelo Governo de São Paulo.
Na inauguração, houve até bastante gente e até DJs animando a festa. A SABESP havia até divulgado a frequência inicial de 1.350 pessoas nos primeiros dias a partir da inauguração. Mas, pouco depois, a praia teve frequência baixíssima e acabou sendo desativada, ainda no dia 10 do mês passado, depois de ser alvo de chacotas da maioria dos 20 milhões de pessoas que acessaram um vídeo que foi publicado nas redes sociais como uma piada.
MENSAGEM DO PREFEITO CARIOCA EDUARDO PAES CONVIDANDO PAULISTANOS A VISITAREM AS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO.
Pegando carona na repercussão do caso, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tentou, não sem uma dose de sutil ironia, convidar os paulistas a frequentar as praias cariocas. "Meus amados paulistanos, com todo respeito: é tão mais fácil vir para o Rio. Vocês serão mais felizes e nós amamos vocês! É só chegar!".
Só que, dentro daquele fenômeno do "olha só quem fala", o próprio Eduardo Paes, em mandato anterior, também criou sua "prainha" no Rio de Janeiro, dentro de objetivos ainda mais perversos daqueles que a SABESP, mesmo de forma patética, realizou para os moradores da capital paulista.
Quando Eduardo Paes degradou o sistema de ônibus do Rio de Janeiro, com pintura padronizada e com o fim dos trajetos Zona Norte-Zona Sul, intermediados pelo Centro, forçando uma baldeação que iria superlotar os ônibus, ele também tentou promover a higienização gradual da Zona Sul e da parte nobre da Zona Oeste, criando uma suposta praia para evitar que moradores de Madureira frequentassem as praias da Barra da Tijuca, de São Conrado e do Leblon.
PARQUE MADUREIRA, CONCEBIDO PARA EVITAR A POPULAÇÃO DA ZONA NORTE DE FREQUENTAR AS PRAIAS DA ZONA SUL E OESTE CARIOCAS.
O Parque Madureira, inaugurado em julho de 2012, era a maneira de confinar os moradores da Zona Norte, que já tinham o Piscinão de Ramos, no bairro homônimo situado às margens da Avenida Brasil, evitando a população pobre de curtir as praias da Zona Sul.
Na época, a decisão de Eduardo Paes foi duramente criticada pelos movimentos sociais, que viam na medida a proibição do "direito à cidade" da população pobre carioca. O Parque Madureira tinha até horário limitado, abrindo às 09 horas da manhã, horário considerado inadequado pelos médicos, por estar perto das horas em que o Sol intenso oferece risco à saúde da pele humana, devido aos raios ultravioleta.
Hoje o Parque Madureira continua funcionando, mas sem a pretensão de substituir as praias litorâneas. O parque virou apenas mais uma opção de lazer, dentro dos limites de suas caraterísticas próprias, sem mais pretender ocupar o lugar das praias da Zona Sul e Zona Oeste.
Como uma amostra de como as esquerdas estão fracas no Rio de Janeiro, um político de direita como Eduardo Paes é considerado o maior aliado local do presidente Lula. E é constrangedor ver que o prefeito do Rio de Janeiro pede para os paulistanos conhecerem as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra e Recreio. Mas já dificultou o acesso às mesmas praias pela população dos subúrbios cariocas. Lamentável.
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