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INTELECTUAIS FORAM MIRAR NO PRECONCEITO E ACERTARAM NA DEMOCRACIA

 

PANTANAL BRASILEIRO ARRASADO PELOS INCÊNDIOS.


A "intelectualidade mais legal do Brasil" foi mirar no preconceito e acertaram na democracia.


Durante os governos petistas, nossa intelligentzia nos enganou vendendo o mito da "pobreza linda" como algo progressista e libertário.


Uma suposta "cultura popular", difundida pela mídia oligárquica, que já tratava o povo pobre de maneira preconceituosa.


Vide a "esculhambação" de Roberto Albergaria e o reacionarismo pós-tropicalista de Eugênio Raggi.


Ou as pregações sagradas da "santíssima trindade" Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna, canonizados pela maioria das páginas da Internet.


Maiores detalhes, é claro, no meu instigante livro Esses Intelectuais Pertinentes..., que certas pessoas têm medo de ler por achar "muito esquerdista" e outras, porque desfaz a "santidade" desses intelectuais tão queridos da pequena burguesia dita "disquerrda".


E por que esse suposto "combate ao preconceito" deu no golpe político de 2016? Leiam o livro para entender melhor o assunto.


O que se sabe é que a bregalização era apoiada pela mesma mídia oligárquica que respaldou a ditadura militar e hoje vestiu a camisa de Jair Bolsonaro.


Nossas elites pensantes que pensavam ser "mais povo que o povo" achavam que era moleza empurrar para a agenda esquerdista ídolos e valores que eram transmitidos por gente como Sílvio Santos e Raul Gil, hoje apoiadores de Jair Bolsonaro.


No "combate ao preconceito", o povo pobre era tido como "melhor" naquilo que tem de pior.


Idoso banguela sorrindo, embriagado, rebolando e balbuciando no meio da rua? O intelectual "bacana" vai logo atribuindo "sabedoria pop" no sujeito.


Português errado vira dialeto. Prostituição é vista como um "movimento libertário". O subemprego do pobre, uma "aventura revolucionária". Morar em casas precárias nas favelas, um "paraíso".


Tudo "libertário", "revolucionário", contrário à "caretice" de hipotéticas elites das quais a intelectualidade "bacana" despejava seu discurso hidrófobo.


Até parece narrativa de vídeos deep fake, nos quais uma aristocracia britânica aparece com os rostos de quem a intelligentzia imaginar: de Bárbara Heliodora, José Ramos Tinhorão e Flávio Cavalcânti até Régis Tadeu e Lord Vinheteiro.


É falando nesses hipotéticos "elitistas" que nossos queridos "intelectuais da cultura", capazes de ver no "funk" o suprassumo da guevarização latino-americana, que se despeja a raiva chorosa que eles evitam na maior parte do discurso, até para atrair o apoio das esquerdas.


Dito isso, esses intelectuais deixaram o povo confinado na diversão brega, esvaziaram os debates esquerdistas e abriram o caminho para o golpe. Sim, a intelectualidade pró-brega que se atrevia a beijar a mão de Lula e Dilma Rousseff!!!!


E aí veio a Operação Lava Jato, o impeachment, Michel Temer saiu do armário e revelou-se o direitista demagogo que sempre foi, mas que havia dissimulado em nome de uma aliança condicional com Dilma.


Vieram os retrocessos trabalhistas. O desmonte gradual da Petrobras. As rupturas sutis da Constituição de 1988.


E aí veio a prisão de Lula, as fofocas de uma "mamadeira de piroca" e a eleição de Jair Bolsonaro.


E aí veio a Covid-19, matando mais de 135 mil pessoas até a edição deste texto.


E vieram as queimadas na Amazônia, sacrificando inúmeras espécies biológicas, e o Pantanal, que faz a mesma coisa. Os incêndios refletem na poluição do ar, atingindo até São Paulo. E já vem o que muitos definem ser "chuva preta" como reflexo dessa tragédia ambiental.


E temos o empoderamento dos bolsonaristas. E tempos o padre católico Júlio Lancelotti, tentando fazer sua parte assistindo diariamente os sem-teto, e está sendo humilhada pelo truculento deputado Arthur do Val, o "Mamãe Falei".


Claro, bom é "médium espírita" que pouco ajuda, calculando sua "caridade" à produção de protagonismo e promoção pessoal, ajudando mais a si mesmo do que aos pobres parcialmente beneficiados. Este os bolsonaristas não mexem, apesar destes serem, em maioria, evangélicos.


Lancelotti vai além, sem se preocupar com protagonismo, procurando também conhecer os aflitos para ver como irá ajudá-los, e isso é que incomoda as elites golpistas empoderadas desde 2016.


O caos veio como uma Caixa de Pandora aberta pela intelectualidade pró-brega que foi treinada pelos setores acadêmicos ligados ao PSDB mas que se esforçou para ser vinculada, aparentemente, ao lulopetismo.


Tudo para sabotar culturalmente o Brasil, tentando nos fazer crer que o jabaculê de hoje seria o folclore etnográfico de amanhã. Tudo conversa para boi e intelectual verdadeiramente progressista dormir.


E aí vemos nossa democracia fragilizada, com o povo pobre, sem qualidade de vida e sem conscientização política, convidado pelas elites intelectuais a permanecer na mesma. Daí que aqueles que mais deveriam se mobilizar ficaram impotentes e vulneráveis. Triste.

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