O ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles, já começou fazendo sua pedalada fiscal.
Sua equipe previu, há poucos dias, que o déficit fiscal nos últimos dois meses seria de R$ 114 bilhões.
Meirelles, no entanto, divulgou, depois, que o déficit foi de R$ 164 bilhões.
Com os déficits dos Estados e municípios, o valor anunciado pelo ministro foi de R$ 170,5 bilhões.
Há um forte indício de maquiagem de dados, para favorecer operações financeiras.
Isso se chama "pedalada fiscal".
O mesmo motivo que a oposição usou para derrubar Dilma Rousseff, e que é feito pelo ministro Meirelles de forma escancarada.
Além disso, o dado maquiado de R$ 170,5 bilhões reflete um catastrofismo que só serve para intimidar a população e fazer o governo Temer se tornar permanente.
Como no começo da ditadura militar, os generais juraram que era um governo provisório.
O catastrofismo da "ameaça comunista" e do "combate à inflação" fez a ditadura militar se tornar permanente.
É o que querem fazer com o governo Michel Temer. Torná-lo definitivo até o fim de 2018 para entregar o poder a um tucano ou coisa parecida.
E aí vem o Henrique Meirelles praticando o mesmo mal usado como pretexto para o afastamento de Dilma Rousseff.
A ideia teria sido inflar os dados em mais de R$ 50 bilhões para justificar os cortes de gastos, o fim dos encargos trabalhistas e investimentos sociais e a implantação de um programa de privatizações.
E quem imagina que tais informações vieram de técnicos ligados ao PT, se engana.
Os dados foram divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo.
Isso mesmo. O oligárquico e ultraconservador periódico da rígida família Mesquita.
Que tem como contratada uma Eliane Cantanhede que comemorou a instauração do governo Michel Temer com a histeria de uma adolescente fã de Justin Bieber.
Será que Olavo de Carvalho vai ter coragem de dizer que o Estadão "virou para a esquerda"?
O Estadão apoiou a derrubada de Dilma Rousseff.
O Estadão chega a ser bem mais conservador que a Folha de São Paulo.
É como se fosse uma revista Veja com reumatismo, com a fúria reacionária da revista mas sem o vigor que esta tem para combater o PT e seus associados.
No entanto, como reacionarismo jornalístico tem limites, o Estadão teve que deixar vazar a informação da pedalada fiscal de Henrique Meirelles.
Uma farsa feita visando três objetivos.
Primeiro, criar um sentimento de pavor, forçando os brasileiros a não quererem a volta de Dilma porque o rombo que se atribuiu ao governo dela foi "muito grande".
Segundo, para criar uma falsa imagem de "batalhador" do governo Michel Temer e seu ministro da Fazenda, que prometem agir com "agilidade" e "eficiência".
Terceiro, para justificar os cortes de investimentos aos projetos sociais e forçar a privatização de instituições públicas.
A psicologia do terror mostra a que veio o ministro Henrique Meirelles.
Ele fará um projeto econômico para os banqueiros e investidores.
Tudo para deixar o Estado mínimo, feito só para garantir o faturamento dos ricos e poderosos.
Aos povos, só sobrarão as migalhas.
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