A POSTERIDADE CONFIRMARÁ QUE O "FUNK" DEU O "BEIJO DA MORTE" DO GOVERNO DILMA.
Em nome do "combate ao preconceito", deixamos escorregar a chance de seguirmos com a agenda do governo Dilma Rousseff.
O Ministério da Cultura foi sacrificado com a tentativa de recriação do antigo MEC.
Diante dos protestos, o governo Temer fez como fazem os políticos conservadores.
Só cedem parcialmente, não totalmente.
Não reativaram o MinC, se limitando a criar uma Secretaria de Cultura subordinada à Educação.
Isso tem uma grande raiz: a bregalização cultural sabotou a luta cultural que seria crucial para consolidar e fortalecer a agenda progressista dos governos de centro-esquerda.
Ídolos musicais patrocinados pelo latifúndio, pelo coronelismo midiático regional, pela Rede Globo e pelas empresas multinacionais, difundidos por rádios FM controladas por grupos oligárquicos, se fingiram amigos das esquerdas e dos movimentos sociais.
Empresários do entretenimento "popular", que investiam na espetacularização das classes populares, se associaram a uma classe de intelectuais formada nos bastidores político-acadêmicos do PSDB.
Seria a comitiva intelectual de José Serra: Hermano Vianna, Pedro Alexandre Sanches, Milton Moura, Eugênio Raggi, Denise Garcia, Malu Fontes, com o apoio de ativistas e famosos em geral.
De repente Lula derrotou Serra e, como pombos voando sobre o milho, quase toda a intelectualidade "bacana" foi se passar por gente "sinceramente esquerdista".
Pedro Alexandre Sanches jogou seus "nada preconceituosos" preconceitos que aprendeu na Folha de São Paulo para a pauta esquerdista.
A intelectualidade forçou as esquerdas a aceitar e encampar uma ideia pseudo-ativista do "funk carioca" que foi primeiro difundida pela Folha de São Paulo e pela Rede Globo.
Até Gilberto Dimenstein estava engajado pelo "valor social" do "funk".
Antes de se infiltrar nas esquerdas, MC Leonardo havia sido apadrinhado por um cineasta ligado ao Intituto Millenium, José Padilha.
Foi Padilha que relançou o "Rap das Armas", de MC Júnior & MC Leonardo, na trilha de Tropa de Elite. Sob as bênçãos da Globo Filmes.
Foi também a Globo Filmes que co-produziu Os Dois Filhos de Francisco, de Breno Silveira, sobre Zezé di Camargo & Luciano.
A Globo Filmes também patrocinou o documentário Sou Feia Mas Tô Na Moda, de Denise Garcia, mas omitiu seus créditos de co-produção e divulgação para evitar ser acusada de monopolizar o mercado cinematográfico brasileiro.
Mas as esquerdas se esqueceram disso.
Foram aceitar Zezé di Camargo & Luciano sem saber que a dupla votou em Ronaldo Caiado e era queridinha da Rede Globo, superestimando o voto condicionado da dupla ao presidente Lula.
Enquanto isso, Mr. Catra se passava por "invisível às corporações midiáticas" entrando no Caldeirão do Huck pela porta da frente.
Foi aí que a gíria funqueira "é o caldeirão" ("é o máximo") surgiu.
Sob as bênçãos do Caldeirão do Luciano Huck, o maior divulgador de "funk" do Brasil.
Huck é amigo de Aécio Neves e filiado ao PSDB do senador mineiro.
O brega-popularesco, com toda a choradeira do "combate ao preconceito" corroborada até pela revista Caras, tentava empurrar um paradigma caricato de cultura popular.
Uma população pobre espetacularizada e estereotipada, mais caricata do que as antigas chanchadas trabalharam há 50 anos.
Eram as "periferias", um jargão tomado emprestado da Teologia do Sofrimento de Fernando Henrique Cardoso, de cujo grupo acadêmico formou-se o antropólogo Hermano Vianna.
Sob o pretexto da "verdadeira cultura popular", defendeu-se a apologia da pobreza e da ignorância, vistas de forma glamourizada pelo discurso intelectual servido de bandeja na mídia, mas sustentado por monografias, reportagens e documentários de valores bastante duvidosos.
Valores retrógrados, quando vinculados às classes pobres, eram postos debaixo do tapete, sob a desculpa de "formas diferentes de ativismo social".
Os negros eram vistos de forma caricatural, sobretudo pelo "pagodão" baiano e pelo "funk".
No "pagodão", o negro era o "tarado abobalhado". No "funk", o "brutamontes narcisista".
A mulher também era ridicularizada, pois a mulher das classes populares era trabalhada como uma mulher-objeto convicta que sentia nojo dos homens e só queria mostrar seu corpo feito mercadoria em "queima de estoque".
Peões eram fanfarrões, idosos eram ébrios compulsivos, pessoas solitárias eram masoquistas amorosos, pessoas saíam do trabalho só para tomar chope e pinga em geral.
Práticas tristes como a prostituição e a pedofilia eram defendidos pelos ideólogos da bregalização.
A prostituição era trabalhada como "afirmação da mulher pobre", como as favelas eram vistas como o "paraíso dos pobres".
A pedofilia era vista sutilmente como "iniciação sexual" das adolescentes pobres.
O povo pobre sempre foi deturpado e ridicularizado pela "admirável cultura" brega.
Empresários do entretenimento brega-popularesco lucravam com isso, associados a grandes indústrias.
No entanto, e criaram um discurso "etnográfico" e "militante" sem pé nem cabeça, na qual argumentações absurdas eram despejadas.
Como o das funqueiras tentando explicar a imagem de mulheres-objetos sob a desculpa de "provocar" o machismo para ridicularizá-lo.
Não conseguiram explicar, no entanto, porque a mercantilização do corpo poderia estar a serviço do feminismo.
Até o "sertanejo", patrocinado pelo latifúndio e com seus ídolos alinhados a políticos conservadores, era empurrado para as esquerdas.
Era uma forma de neutralizar o apreço das forças progressistas aos movimentos de camponeses e trabalhadores rurais, tradicionalmente hostilizados pela grande mídia.
Assim, culturalmente, os esquerdistas, mesmo simpáticos ao MST, continuavam alinhados a expressões musicais associadas ao coronelismo, ao agronegócio e aos rodeios.
Dividia-se então a postura, "rachando" o apoio político ao MST com o apoio cultural ao coronelismo do breganejo.
Para completar a farra dos bregas, eles ainda abocanharam umas verbas generosas do Ministério da Cultura, enfraquecendo-o como instituição e oferecendo para o ceifamento pelo governo Michel Temer.
Em nome do discurso de "diversidade cultural", os brega-popularescos eliminaram a diversidade e instauraram sua supremacia absoluta, com estilos e ídolos muito parecidos.
Empurraram uma "verdadeira música popular" embasada numa linha de montagem de sucessos que eram em parte pastiches de ritmos regionais brasileiros, em outra parte imitações do pop comercial dos EUA.
E toda uma verborragia pseudo-tropicalista e pseudo-modernista era feita para justificar todo esse engodo.
Chamaram até Oswald de Andrade para "assinar embaixo" em qualquer barbaridade musical.
Da mesma forma que chamaram Gregório de Matos para "apoiar" todo tipo de baixaria que aparecesse sob o rótulo de "popular".
Empastelaram o debate cultural, tudo para dar a impressão de que todo o engodo popularesco era sinônimo de "ativismo".
E como "beber até cair" e "descer até o chão" eram vendidos como pretenso ativismo, o povo foi tirado de fora dos debates culturais. O povo não podia se engajar: o rebolado já era seu "engajamento".
E aí os debates públicos foram esvaziados. Primeiro passo para enfraquecer as esquerdas.
Enquanto isso, se planejava o engajamento das classes médias e dos "revoltados" da Internet.
E o resultado, vimos esta semana: Dilma expulsa do Governo Federal, com grande chance de verem as portas trancadas para ela, porque a oposição tentará manobrar o Judiciário para recusar os argumentos de defesa da presidenta afastada.
Isso porque as classes populares foram empurradas para fora do debate público.
Não podiam sequer se informar de suas condições de vida, dos mecanismos de dominação e manipulação de que eram vítimas, da falsa de serviços de qualidade e a questão salarial.
Como crianças impedidas de ouvir os pais, eram jogadas para a brincadeira do brega-popularesco.
Que fazia as chamadas "periferias" reféns de sua imagem inferiorizada na sociedade.
E é por isso que o brega-popularesco, em nome do "combate ao preconceito", fortaleceu preconceitos piores. Em nome da "diversidade cultural", impôs a monocultura dos sucessos radiofônicos mais rasteiros. Em nome da "rica cultura brasileira", a empobreceu com a breguice tosca e grotesca.
E, em nome da "rebelião popular", o brega-popularesco deixou o povo desmobilizado para ver, transtornado, Dilma ser derrubada no tapetão político.
Em nome do "combate ao preconceito", deixamos escorregar a chance de seguirmos com a agenda do governo Dilma Rousseff.
O Ministério da Cultura foi sacrificado com a tentativa de recriação do antigo MEC.
Diante dos protestos, o governo Temer fez como fazem os políticos conservadores.
Só cedem parcialmente, não totalmente.
Não reativaram o MinC, se limitando a criar uma Secretaria de Cultura subordinada à Educação.
Isso tem uma grande raiz: a bregalização cultural sabotou a luta cultural que seria crucial para consolidar e fortalecer a agenda progressista dos governos de centro-esquerda.
Ídolos musicais patrocinados pelo latifúndio, pelo coronelismo midiático regional, pela Rede Globo e pelas empresas multinacionais, difundidos por rádios FM controladas por grupos oligárquicos, se fingiram amigos das esquerdas e dos movimentos sociais.
Empresários do entretenimento "popular", que investiam na espetacularização das classes populares, se associaram a uma classe de intelectuais formada nos bastidores político-acadêmicos do PSDB.
Seria a comitiva intelectual de José Serra: Hermano Vianna, Pedro Alexandre Sanches, Milton Moura, Eugênio Raggi, Denise Garcia, Malu Fontes, com o apoio de ativistas e famosos em geral.
De repente Lula derrotou Serra e, como pombos voando sobre o milho, quase toda a intelectualidade "bacana" foi se passar por gente "sinceramente esquerdista".
Pedro Alexandre Sanches jogou seus "nada preconceituosos" preconceitos que aprendeu na Folha de São Paulo para a pauta esquerdista.
A intelectualidade forçou as esquerdas a aceitar e encampar uma ideia pseudo-ativista do "funk carioca" que foi primeiro difundida pela Folha de São Paulo e pela Rede Globo.
Até Gilberto Dimenstein estava engajado pelo "valor social" do "funk".
Antes de se infiltrar nas esquerdas, MC Leonardo havia sido apadrinhado por um cineasta ligado ao Intituto Millenium, José Padilha.
Foi Padilha que relançou o "Rap das Armas", de MC Júnior & MC Leonardo, na trilha de Tropa de Elite. Sob as bênçãos da Globo Filmes.
Foi também a Globo Filmes que co-produziu Os Dois Filhos de Francisco, de Breno Silveira, sobre Zezé di Camargo & Luciano.
A Globo Filmes também patrocinou o documentário Sou Feia Mas Tô Na Moda, de Denise Garcia, mas omitiu seus créditos de co-produção e divulgação para evitar ser acusada de monopolizar o mercado cinematográfico brasileiro.
Mas as esquerdas se esqueceram disso.
Foram aceitar Zezé di Camargo & Luciano sem saber que a dupla votou em Ronaldo Caiado e era queridinha da Rede Globo, superestimando o voto condicionado da dupla ao presidente Lula.
Enquanto isso, Mr. Catra se passava por "invisível às corporações midiáticas" entrando no Caldeirão do Huck pela porta da frente.
Foi aí que a gíria funqueira "é o caldeirão" ("é o máximo") surgiu.
Sob as bênçãos do Caldeirão do Luciano Huck, o maior divulgador de "funk" do Brasil.
Huck é amigo de Aécio Neves e filiado ao PSDB do senador mineiro.
O brega-popularesco, com toda a choradeira do "combate ao preconceito" corroborada até pela revista Caras, tentava empurrar um paradigma caricato de cultura popular.
Uma população pobre espetacularizada e estereotipada, mais caricata do que as antigas chanchadas trabalharam há 50 anos.
Eram as "periferias", um jargão tomado emprestado da Teologia do Sofrimento de Fernando Henrique Cardoso, de cujo grupo acadêmico formou-se o antropólogo Hermano Vianna.
Sob o pretexto da "verdadeira cultura popular", defendeu-se a apologia da pobreza e da ignorância, vistas de forma glamourizada pelo discurso intelectual servido de bandeja na mídia, mas sustentado por monografias, reportagens e documentários de valores bastante duvidosos.
Valores retrógrados, quando vinculados às classes pobres, eram postos debaixo do tapete, sob a desculpa de "formas diferentes de ativismo social".
Os negros eram vistos de forma caricatural, sobretudo pelo "pagodão" baiano e pelo "funk".
No "pagodão", o negro era o "tarado abobalhado". No "funk", o "brutamontes narcisista".
A mulher também era ridicularizada, pois a mulher das classes populares era trabalhada como uma mulher-objeto convicta que sentia nojo dos homens e só queria mostrar seu corpo feito mercadoria em "queima de estoque".
Peões eram fanfarrões, idosos eram ébrios compulsivos, pessoas solitárias eram masoquistas amorosos, pessoas saíam do trabalho só para tomar chope e pinga em geral.
Práticas tristes como a prostituição e a pedofilia eram defendidos pelos ideólogos da bregalização.
A prostituição era trabalhada como "afirmação da mulher pobre", como as favelas eram vistas como o "paraíso dos pobres".
A pedofilia era vista sutilmente como "iniciação sexual" das adolescentes pobres.
O povo pobre sempre foi deturpado e ridicularizado pela "admirável cultura" brega.
Empresários do entretenimento brega-popularesco lucravam com isso, associados a grandes indústrias.
No entanto, e criaram um discurso "etnográfico" e "militante" sem pé nem cabeça, na qual argumentações absurdas eram despejadas.
Como o das funqueiras tentando explicar a imagem de mulheres-objetos sob a desculpa de "provocar" o machismo para ridicularizá-lo.
Não conseguiram explicar, no entanto, porque a mercantilização do corpo poderia estar a serviço do feminismo.
Até o "sertanejo", patrocinado pelo latifúndio e com seus ídolos alinhados a políticos conservadores, era empurrado para as esquerdas.
Era uma forma de neutralizar o apreço das forças progressistas aos movimentos de camponeses e trabalhadores rurais, tradicionalmente hostilizados pela grande mídia.
Assim, culturalmente, os esquerdistas, mesmo simpáticos ao MST, continuavam alinhados a expressões musicais associadas ao coronelismo, ao agronegócio e aos rodeios.
Dividia-se então a postura, "rachando" o apoio político ao MST com o apoio cultural ao coronelismo do breganejo.
Para completar a farra dos bregas, eles ainda abocanharam umas verbas generosas do Ministério da Cultura, enfraquecendo-o como instituição e oferecendo para o ceifamento pelo governo Michel Temer.
Em nome do discurso de "diversidade cultural", os brega-popularescos eliminaram a diversidade e instauraram sua supremacia absoluta, com estilos e ídolos muito parecidos.
Empurraram uma "verdadeira música popular" embasada numa linha de montagem de sucessos que eram em parte pastiches de ritmos regionais brasileiros, em outra parte imitações do pop comercial dos EUA.
E toda uma verborragia pseudo-tropicalista e pseudo-modernista era feita para justificar todo esse engodo.
Chamaram até Oswald de Andrade para "assinar embaixo" em qualquer barbaridade musical.
Da mesma forma que chamaram Gregório de Matos para "apoiar" todo tipo de baixaria que aparecesse sob o rótulo de "popular".
Empastelaram o debate cultural, tudo para dar a impressão de que todo o engodo popularesco era sinônimo de "ativismo".
E como "beber até cair" e "descer até o chão" eram vendidos como pretenso ativismo, o povo foi tirado de fora dos debates culturais. O povo não podia se engajar: o rebolado já era seu "engajamento".
E aí os debates públicos foram esvaziados. Primeiro passo para enfraquecer as esquerdas.
Enquanto isso, se planejava o engajamento das classes médias e dos "revoltados" da Internet.
E o resultado, vimos esta semana: Dilma expulsa do Governo Federal, com grande chance de verem as portas trancadas para ela, porque a oposição tentará manobrar o Judiciário para recusar os argumentos de defesa da presidenta afastada.
Isso porque as classes populares foram empurradas para fora do debate público.
Não podiam sequer se informar de suas condições de vida, dos mecanismos de dominação e manipulação de que eram vítimas, da falsa de serviços de qualidade e a questão salarial.
Como crianças impedidas de ouvir os pais, eram jogadas para a brincadeira do brega-popularesco.
Que fazia as chamadas "periferias" reféns de sua imagem inferiorizada na sociedade.
E é por isso que o brega-popularesco, em nome do "combate ao preconceito", fortaleceu preconceitos piores. Em nome da "diversidade cultural", impôs a monocultura dos sucessos radiofônicos mais rasteiros. Em nome da "rica cultura brasileira", a empobreceu com a breguice tosca e grotesca.
E, em nome da "rebelião popular", o brega-popularesco deixou o povo desmobilizado para ver, transtornado, Dilma ser derrubada no tapetão político.
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