O governo Michel Temer tenta resistir ao vazamento das conversas telefônicas de Romero Jucá.
Resolveu, aos olhos da sociedade conservadora e seus representantes, "mostrar serviço".
Seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mandou para o congresso seu plano de metas fiscais.
E fez justamente aquilo que acusaram Dilma Rousseff de ter feito e custou o poder da presidenta.
Meirelles e sua equipe previram um rombo fiscal de R$ 114 bilhões.
Mas depois Meirelles anunciou um rombo de R$ 170 bilhões.
Isso é justamente a pedalada fiscal.
Adulterou-se uma informação fiscal para permitir operações econômicas, no caso o corte dos investimentos.
Arrocho salarial, fim dos encargos, afrouxamento da legislação trabalhista, redução de investimentos em setores sociais.
A desculpa é que Michel Temer está ocupado no que "interessa": "resolver" a recessão econômica e "garantir" o desenvolvimento econômico.
Temer quer abafar os escândalos que atingem seu governo e aqueles que o apoiam.
Pouco importam se seus ministros estão indiciados no esquema de propinas da Petrobras.
Pouco importam se manifestantes protestaram em várias partes do país contra o governo ilegítimo de Michel Temer.
Pouco importam as denúncias escandalosas, como as de Romero Jucá, que descreveu Michel Temer como um serviçal de Eduardo Cunha.
E pouco importa se é o deputado afastado Eduardo Cunha e o senador Aécio Neves os maiores mentores da "Ponte para o Futuro", o temeroso projeto político para o Brasil.
Michel Temer, mesmo fragilizado, não larga o osso e usa a Economia para se manter no poder.
Ele, um presidente interino que se acha definitivo, sem direitos naturais de mudar o projeto político deixado por Dilma Rousseff.
Ele muda esse projeto como um visitante que insiste em reformar a casa do seu hospedeiro, enquanto ele está fora do referido lar.
E Temer quer mexer demais, para um presidente interino.
Pior: sob o apoio da grande mídia e de alguns mandões do Supremo Tribunal Federal.
Sob a desculpa de resolver a crise, vai forçar os trabalhadores a "apertarem os cintos".
Até porque o Brasil anda desgovernado.
Com muitos corruptos defendendo seus interesses, desde o tragicômico 17 de abril.
O mundo estranha os rumos políticos ocorridos no Brasil.
Nem conservadores como a direita venezuelana e o governo do argentino Maurício Macri reconhecem a legitimidade do governo Temer.
Nem a imprensa estadunidense, em boa parte conservadora.
Nem os mais renomados analistas políticos do mundo desenvolvido.
Mesmo assim, Michel Temer se mantém no poder na marra. Até o fim de 2018.
Ele pode ser idoso e com idade para ser avô de sua própria esposa, Marcela.
Mas Temer é teimoso como uma criança malcriada.
Que venha o povo nas ruas novamente.
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