Sinceramente. Michel Temer não é o novo Juscelino Kubitschek.
Se Juscelino não foi eleito com maioria absoluta, naquele distante 1955, Temer foi eleito com ZERO voto.
Ele apenas viajou na garoupa das duas candidaturas de Dilma Rousseff à Presidência da República e transformou os 54 milhões de votos da presidenta em papel higiênico para o vice usar em suas "necessidades".
Se quando as esquerdas médias ainda eram condescendentes com Temer, achando que ele era "estadista" pelo simples fato de ser marido de uma moça bonita, Marcela Temer, eu considerava Temer um anti-Juscelino, hoje isso se comprovou de vez.
Juscelino era progressista, apesar de vindo de um partido conservador e ser formalmente um direitista.
Ele pelo menos impulsionou o país para um projeto de progresso econômico com promessas de reformas sociais.
JK, mesmo nos limites do capitalismo, pelo menos botou as multinacionais para terem fábricas próprias no Brasil e mostrar serviço. Menos mal.
Já Temer não quer desenvolvimento social pleno.
Temer pretende fazer o contrário, criando um ministério conservador e, ainda por cima, machista.
Em vez de escolher mulheres com competência técnica, escolheu uma equipe ministerial por interesses políticos. Um dos ministros é acusado de explorar trabalho escravo.
Sem falar os acusados pela Operação Lava-Jato. E pensar que havia todo o chilique quando Lula foi chamado para ser ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma.
No discurso, Temer disse que "vai manter as conquistas sociais do governo Dilma".
Na prática, porém, irá promover retrocessos por baixo dos panos.
Vai prolongar a idade das aposentadorias e estabelecer restrições salariais e trabalhistas.
Pode até aumentar os empregos, pelo menos na aparência, mas irá desqualificar as condições salariais, eliminando encargos e priorizando o "negociado sobre o legislado" nas relações entre patrão e empregado.
Ele irá fazer novas privatizações, para impulsionar o surgimento de empresas deficitárias, como se vê na telefonia móvel de funcionamento nem sempre eficiente.
Diz que vai manter os projetos sociais, mas deve extingui-los aos poucos.
Ou então mantê-los a contragosto, para evitar perdas eleitorais para seu partido ou sua coligação em 2018.
Até lá, Temer terá que fazer um progresso de aparências.
Terá que, ao menos, reduzir drasticamente o índice de 11 milhões de desempregados.
Mesmo que seja para criar uma multidão de terceirizados.
Pelo menos, fará bonito no Jornal Nacional e nas capas da revista Veja.
Enquanto isso, vamos nos segurando diante desse quadro político maluco, ensandecido, que deixa a imprensa estrangeira simplesmente sem entender bulhufas.
Pode ser que a economia possa melhorar um pouco.
Mas, no conjunto da obra, o Brasil permanecerá na deriva. Salve-se quem puder.
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