PSDB, PMDB, DEM e Solidariedade pagaram ativistas para defender o "Fora Dilma".
E também negociaram com executivos da grande imprensa a linha editorial para combater o governo de Dilma Rousseff.
Tudo sob esquema de pagamentos, vantagens, acordos e favores.
É o que revelam as diversas conversas que envolveram o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
As conversas envolveram Romero Jucá, que teve que renunciar ao ministério do Planejamento e os senadores José Sarney e Renan Calheiros, respectivamente ex-presidente e atual presidente do Senado e do Congresso Nacional.
Nelas, vazam informações sobre acordos diversos para forjar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff como um meio de barrar a Operação Lava-Jato.
Isso porque, com Dilma no poder, haveria condições para o avanço das investigações que chegariam aos políticos do PSDB e PMDB, entre outros similares.
As diversas gravações revelaram que diversos planos eram feitos para expulsar Dilma da Presidência da República.
Envolvem até o então vice-presidente, o hoje presidente interino, mas com pretensões de "definitivo", Michel Temer.
EDUARDO CUNHA, QUE ESTARIA MANDANDO NOS BASTIDORES, AO LADO DO EMPRESÁRIO JOÃO ROBERTO MARINHO, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, E COM KIM KATAGUIRI, DO MOVIMENTO BRASIL LIVRE, E JAIR BOLSONARO.
Romero Jucá definiu Michel Temer como o "homem de Eduardo Cunha".
O que indica que o ex-presidente da Câmara dos Deputados anda mandando nos bastidores.
O projeto político de Michel Temer é uma combinação da pauta-bomba de Cunha com o projeto eleitoral de Aécio Neves em 2014.
Temer está tremendo de medo, e temendo novas revelações.
A devassa das gravações revela acordos com os executivos da grande mídia.
João Roberto Marinho, das Organizações Globo (Rede Globo, O Globo, CBN, Globo News etc), e Otávio Frias Filho, da Folha de São Paulo, são citados.
Agora, novas gravações revelam que os partidos políticos de oposição, como PSDB, DEM e, em parte, o PMDB, financiaram os protestos juvenis imprimindo panfletos e camisetas e custeou a organização de passeatas e caravanas.
Na mídia, os acordos eram para fazer uma cobertura que desmoralizasse Dilma.
A grande imprensa foi citada, na gravação com Romero Jucá, como os "caras que querem tirar Dilma".
Na gravação com Renan, João Roberto avisou a Dilma Rousseff sobre o "efeito manada" da oposição a seu governo e Frias Filho admitiu "exageros" na cobertura da Operação Lava-Jato.
Os políticos anti-Dilma estavam preocupados com o fato da imprensa perder o controle da cobertura da Lava-Jato, feita por repórteres a partir da coleta de dados.
E mostra os interesses dos chefões da grande mídia de procurar filtrar o máximo o trabalho dos repórteres e acionar os comentaristas para fazer a pregação de sempre contra a presidenta.
Quando Temer já era presidente interino, ele chegou a negociar a cobertura do Jornal Nacional sobre o caso Romero Jucá, para evitar problemas.
Nos bastidores divulga-se que Aécio Neves, sobretudo, é um dos políticos mais assustados com as revelações.
Vários políticos sabem que o neto de Tancredo Neves é um dos maiores envolvidos em esquemas recentes de corrupção.
Um deles disse que Aécio era "chato" para cobrar propinas.
Jucá e Machado comentavam que Aécio seria o primeiro a "cair" dos políticos tucanos.
Agora, é o caso do Movimento Brasil Livre e similares que são denunciados.
Eles estariam recebendo desde dinheiro até apoio na impressão de panfletos, na produção de camisetas e na organização de passeatas e caravanas pelo "Fora Dilma".
O MBL já havia aparecido ao lado do então prepotente presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Os maiores astros posaram com Cunha: Kim Kataguiri, Marcello Reis, Fernando Holliday.
Numa foto com Eduardo Cunha, até Jair Bolsonaro, o "coringa" do movimento direitista, ou seja, uma alternativa "viável" a Aécio Neves, apareceu sorridente com o deputado e os "revoltados" juvenis.
As novas revelações indicam que o MBL e outros movimentos tinham articulações com divisões juvenis dos partidos políticos envolvidos, estabelecendo uma ponte entre os parlamentares e os "revoltados" anti-PT.
Muita coisa pode acontecer e muitas novas revelações serão feitas.
Pode ser algo de dimensões bem maiores que o Watergate que derrubou Richard Nixon nos anos 1970.
As gravações divulgadas até agora mostram que houve negociação dos políticos oposicionistas, durante o governo Dilma, com empresários da grande mídia e os movimentos juvenis anti-PT.
Isso mostra que o "espontâneo" movimento pelo "Fora Dilma" não passou de uma grande farsa.
E novos escândalos aparecerão, tornando o governo de Michel Temer ainda mais delicado.
Frágil o governo está. Por mais que tente persistir.
A crise continua "de vento em pompa". Pode virar vendaval para os atuais detentores do poder.
Comentários
Postar um comentário