Juristas sérios já pedem a saída de Alexandre de Moraes do Ministério da Justiça.
O ministro temeroso do governo temeroso só cometeu sérios escândalos.
Vide o anúncio de uma nova ação da Operação Lava Jato quando Moraes acompanhava um candidato do PSDB em uma campanha eleitoral no interior de São Paulo.
Moraes, apesar de ter escrito livros sobre Direito, age como se fosse um delegado de província.
Reprimiu protestos estudantis quando era secretário de Segurança Pública do governo de Geraldo Alckmin, em São Paulo.
Fez o mesmo com as manifestações contra a PEC do Teto em Brasília.
Repressões com a qualidade das que se via nos piores momentos da ditadura militar.
Mas Alexandre de Moraes se superou quando rejeitou o pedido da governadora de Roraima, Suely Campos, que é do PP, partido aliado do governo Temer, pasmem.
Suely, diante de uma rebelião num presídio de Boa Vista que deixou um saldo de dez mortos, pediu, em caráter de urgência, o envio de tropas federais para garantir a segurança no local.
Alexandre de Moraes recusou enviar as tropas solicitadas.
Isso ocorreu no ano passado, pouco após o conflito no presídio de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, que "inspirou" a rebelião em Roraima, na época.
Moraes, em entrevista coletiva sobre as trágicas rebeliões dos últimos dias, disse que "não recebeu" pedido da governadora de Roraima.
Mentiu descaradamente, com seu jeito truculento que nem lembra o de um ministro da Justiça.
Outro caso grave é que Alexandre de Moraes é acusado de ter advogado para o PCC (Primeiro Comando da Capital), um dos grupos envolvidos na sangrenta guerra de facções nos presídios brasileiros.
Talvez isso pesasse na omissão dele de mandar tropas para Roraima.
Isso já poderia resultar na sua saída.
A crise do ministro só foi abafada com a demissão do secretário nacional da Juventude, Bruno Júlio, do PMDB.
Bruno declarou, sobre a chacina em Manaus, que "deveriam haver" episódios assim toda semana.
"Tinha era que matar mais", disse Bruno, em entrevista feita para a coluna de Ilimar Franco, de O Globo.
Ironizou a preocupação da opinião pública com os presos, ignorando os dramas humanos que envolvem detentos de origem pobre, que são os mais diversos.
Há um grande número de presos provisórios que, sem a menor necessidade, superlotam as celas, convivendo com detentos de alta periculosidade, num ambiente extremamente hostil.
A mídia venal tenta dar a falsa impressão de que a crise penitenciária se suavizou com a saída de Bruno Júlio.
Como se, para essa mídia hegemônica, o ministro Alexandre de Moraes servisse para alguma coisa.
Não, não serve. Deveria ter saído antes.
Alexandre de Moraes está numa situação que deveria ser preocupante.
Ele não é um cara que "errou feio, mas vai corrigir".
É um cara incompetente para o cargo que ocupa.
Os juristas mais conceituados, nem precisamos enumerar, querem a sua saída.
Porque, conhecedores das leis, sabem que a atuação do ministro Moraes é preocupante e mais ameaça do que garante a segurança do país.
Se o governo Temer não presta para alguma coisa, pelo menos poderia substituir Alexandre de Moraes por José Mariano Beltrame.
Não seria lá grande coisa, pois Beltrame foi responsável pela farsa das UPPs, que deram errado.
Mas entre José Mariano Beltrame e Alexandre de Moraes, Beltrame pelo menos está dentro da média de um ministro razoável de um governo medíocre.
Diferente do truculento Alexandre de Moraes.
Este tem que sair o mais rápido possível.
Se sair, será o sétimo ministro de Temer a deixar o cargo diante de escândalos.
Que seja, para mostrar que esse governo sempre foi instável e problemático.
Entende-se por "problemático" não um probleminha de nada que causa mais risadas do que preocupação e faz as pessoas dormirem tranquilas e alegres.
Entende-se "problemático" como algo que vai prejudicar eu, você e todo mundo.
Ou pelo menos a maioria das pessoas.
Porque no governo Temer a plutocracia está feliz. Foi festa adoidada em Trancoso, na Bahia, e no bairro riquinho de Jurerê Internacional, em Florianópolis.
Emendaram festa do Natal ao Ano Novo. Com os riquinhos torrando dinheiro como loucos.
O povo brasileiro é que se ferra.
E, não bastassem muitos detentos pobres terem sido presos por supostos crimes leves, eles perdem a vida diante do fogo cruzado dos grupos criminosos que controlam os presídios à margem da polícia.
Triste Brasil. E mais triste ainda porque há gente feliz nesse cenário lamentável e trágico.
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