Há tantos retrocessos ocorrendo no Brasil.
Desde o desmonte dos direitos trabalhistas, que farão a CLT, aos 74 anos, virar peça de museu, até as demonstrações fascistas na Internet, o que vemos é um declínio vertiginoso de nosso país.
Os estrangeiros que realmente se preocupam com os brasileiros estão de cabelos em pé desde que os poderes Judiciário e Legislativo atropelaram a ética para tirar Dilma Rousseff do poder.
Uma reportagem do Financial Times publicada ontem denuncia possíveis articulações de grupos de extrema-direita no Brasil.
Até Jair Bolsonaro é citado na reportagem.
Um delegado do Rio Grande do Sul, Paulo César Jardim, investiga o recrutamento de neonazistas brasileiros em operações de guerra contra pró-rebeldes russos na Ucrânia.
Bolsonaro, segundo a reportagem, não está associado a grupos neonazistas, mas inspira outros grupos de extrema-direita.
A reportagem cita o discurso do parlamentar, louvando um torturador da ditadura militar (sabemos ser o coronel Brilhante Ustra), na votação do impeachment pela Câmara dos Deputados de 17 de abril passado.
Também é citada a invasão de um grupo de extrema-direita, durante a discussão do "pacote anti-corrupção" na mesma casa legislativa, em novembro passado, quando os manifestantes pediram "intervenção militar" e a presença de um general no plenário.
As manifestações racistas da extrema-direita, segundo o texto do repórter Joe Leahy, desafiam o mito de democracia racial do Brasil.
O governo de Michel Temer, impulsionado pelo tendenciosismo da Operação Lava Jato e pelo reacionarismo doentio da grande imprensa, abriu espaço para os extremistas.
E de repente temos a liberação dos mais sórdidos preconceitos sociais.
Algo que não se imaginava sequer nos piores momentos de 2013.
Imaginávamos que a sociedade brasileira fosse se evoluir, ainda que houvesse focos de imperfeições e posturas retrógradas, estas clandestinas.
Mas de repente houve um surto reacionário bem mais psicótico do que em 1964.
Do nada surgiram pessoas querendo tudo de ruim: menos salários, entrega de nossas riquezas para empresas estrangeiras, menos verbas públicas, menos qualidade de vida.
E eram pessoas que se autoproclamavam "tudo de bom" na Internet ou gozavam de alta reputação em vários meios sociais.
Isso causa muita apreensão, e não é para ficar sorrindo.
Até porque quem vê a Rede Globo e outras mídias semelhantes não sabe a realidade sombria que ocorre no país.
E se ela causa apreensão até nos gringos, não somos nós a ficar indiferentes com o pesadelo em que vivemos.
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